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Estado de Minas BRASIL

Economia do Brasil est� mesmo 'pujante' como disse Bolsonaro?

Presidente citou 'recorde de empregos', 'gasolina mais barata'e 'infla��o despencando' em Bras�lia


07/09/2022 18:07 - atualizado 07/09/2022 18:07

O presidente Bolsonaro e a primeira-dama do Brasil, Michelle, participam do desfile de 7 de Setembro de 2022
O presidente Bolsonaro e a primeira-dama do Brasil, Michelle, participam do desfile de 7 de Setembro de 2022 (foto: Marcello Casal Jr / Ag�ncia Brasil)
Em seu discurso durante o desfile de 7 de setembro em Bras�lia, o presidente Jair Bolsonaro (PL) classificou a economia brasileira como "pujante".

 

"Quando parecia que tudo estaria perdido para o mundo, eis que o Brasil ressurge com uma economia pujante, com uma gasolina das mais baratas do mundo, com um dos programas sociais mais abrangentes do mundo, que � o Aux�lio Brasil", disse o candidato � reelei��o.

 

"Com recorde de cria��o de empregos, com infla��o despencando e com um povo maravilhoso, entendendo onde o seu pa�s poder� chegar", continuou.

Mas, afinal, a economia do Brasil est� mesmo t�o bem quando o presidente afirmou?

Crescimento econ�mico

Em termos de desempenho econ�mico, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1,2% no segundo trimestre de 2022 em rela��o ao trimestre anterior, acima das expectativas dos economistas, que era de uma alta de 0,9%.

 

Na compara��o anual, a alta do PIB (Produto Interno Bruto) foi de 3,2%, segundo divulgou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica) no in�cio do m�s.

 

Com esse resultado no segundo trimestre, o Brasil ocupa o 7º lugar dentro de um ranking de 26 pa�ses, segundo levantamento elaborado pela ag�ncia de classifica��o de risco Austin Rating.

 

Na lista, o pa�s fica a frente de na��es como Estados Unidos (24°), Canad� (23°), Reino Unido (20°) e Alemanha (19°), mas atr�s de Holanda (1°), Turquia (2°), Ar�bia Saudita (3°), Israel (4°), Col�mbia (5°) e Su�cia (6°).

 

Em termos de previs�es futuras, o Fundo Monet�rio Internacional (FMI) prev� crescimento de 1,7% para o PIB brasileiro em todo o ano de 2022, segundo dados de julho.

 

Esse recorte coloca o Brasil na 16ª posi��o entre os pa�ses do G20, em termos de proje��o de crescimento.

Gasolina

Posto de gasolina
As vari�veis que influenciam de forma mais robusta o pre�o da gasolina no Brasil atualmente s�o o pre�o do barril de petr�leo no mercado internacional e a taxa de c�mbio (foto: Getty Images)

 

Em seu discurso, Bolsonaro afirmou que o Brasil tem "uma gasolina das mais baratas do mundo".

 

De acordo com o ranking de 168 pa�ses elaborado semanalmente pela consultoria Global Petrol Prices, o Brasil tem atualmente a 36ª gasolina mais barata.

 

A empresa considera o valor m�dio do litro de gasolina em d�lares e comparou os dados mais recentes de todos os pa�ses at� 5 de setembro.

 

Segundo a consultoria, a m�dia do litro no Brasil est� em US$ 1,019. Para efeito de compara��o, o pa�s onde o combust�vel alcan�a seu valor mais baixo atualmente � a Venezuela, a US$ 0,022, e o mais alto Hong Kong, a US$ 2,967.

 

A Global Petrol Prices explica que as diferen�as entre os valores do litro da gasolina nas diferentes na��es em seu ranking devem-se a v�rios tipos de impostos e subs�dios para o combust�vel.

 

Pedro Rodrigues, s�cio-diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), explica que as vari�veis que influenciam de forma mais robusta o pre�o da gasolina no Brasil atualmente s�o o pre�o do barril de petr�leo no mercado internacional e a taxa de c�mbio, j� que a commodity � cotada em d�lares.

 

Mas al�m dos pre�os no mercado internacional, existem outros fatores que podem influenciar o pre�o dos combust�veis, ainda que de maneira mais sutil.

Segundo Rodrigues, vale citar os tributos — tais como PIS/Cofins e ICM — e o percentual de mistura do etanol na gasolina.

 

� justamente a pol�tica tribut�ria do governo brasileiro, somada ao real em valoriza��o frente ao d�lar, que est� fazendo com que o pre�o caia mais no Brasil do que em outros pa�ses.

 

"Al�m de ter a queda no pre�o global do petr�leo, o Brasil aplicou uma pol�tica que reduziu ainda mais a al�quota tribut�ria, reduzindo tamb�m o pre�o final dos combust�veis. Por isso que, em termos percentuais, o pre�o por aqui caiu mais que em outros pa�ses", explica o s�cio-diretor do CBIE.

Desemprego

Carteira de trabalho
Brasil registrou, no m�s de julho, um estoque de 42,2 milh�es de empregos formais (foto: Marcelo Camargo/Ag�ncia Brasil)

 

O presidente tamb�m citou um "recorde de cria��o de empregos".

O pa�s registrou, no m�s de julho, um estoque de 42,2 milh�es de empregos formais. Os dados divulgados pelo Minist�rio do Trabalho mostram que esse valor � o recorde da s�rie hist�rica do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

 

Segundo o Minist�rio do Trabalho, o estoque de empregos formais � o n�mero total de v�nculos com carteira assinada ativos contabilizados a partir da declara��o do Novo Caged. Esses n�meros n�o incluem servidores p�blicos e trabalhadores aut�nomos mesmo com CNPJ.

 

Em termos de novos empregos, o Brasil criou 218,9 mil empregos com carteira assinada no m�s e 1,6 milh�o de vagas de emprego formal de janeiro a julho de 2022.

 

J� segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios (Pnad) Cont�nua, divulgada no final de agosto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), a taxa de desocupa��o caiu para 9,1% no trimestre encerrado em julho, o que representa uma queda de 1,4 ponto percentual na compara��o com o trimestre terminado em abril. O �ndice se igualou com o menor da s�rie desde dezembro de 2015.

Infla��o

J� quando se trata da queda da infla��o, na varia��o mensal de junho para julho, o Brasil registrou uma defla��o de 0,68% no IPCA (�ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo), segundo o IBGE.

 

A queda aconteceu, por�m, ap�s seguidos aumentos nos n�veis de infla��o. No acumulado dos �ltimos 12 meses, por exemplo, a infla��o no pa�s � de 10,07%, mesmo com a queda registrada em julho.


Dinheiro
PIB brasileiro cresceu 1% no primeiro trimestre de 2022 (foto: Getty Images)

 

Nesse recorte, o Brasil apresenta a 4ª maior taxa de infla��o entre os pa�ses do G20, grupo que re�ne as maiores economias do mundo, segundo dados do in�cio de agosto da OCDE (Organiza��o para a Coopera��o e Desenvolvimento Econ�mico).

 

No grupo, o pa�s s� perde para a Turquia, que acumula infla��o de 79,6% nos �ltimos 12 meses, e para a Argentina e R�ssia, com taxas de 71% e 16,7%, respectivamente.

 

Quando considerada a infla��o geral do G20 nos �ltimos 12 meses, de 9,25%, a taxa brasileira tamb�m � superior.

 

J� em termos de previs�es futuras, o Boletim Focus divulgado na segunda-feira (05/09) mostrou continuidade do movimento de melhora das expectativas de infla��o para este e o pr�ximo ano.

 

Para 2022, a estimativa para alta do IPCA — �ndice de infla��o oficial — foi reduzida pela 10ª semana seguida, de 6,70% para 6,61%. H� um m�s, a proje��o era de 7,11%.

 

Em rela��o a 2023, a mediana recuou pela terceira semana consecutiva, de 5,30% para 5,27%, contra 5,36% quatro semanas antes.

 

As taxas continuam indicando, por�m, que o Banco Central (BC) deve estourar por tr�s anos consecutivos sua meta, ap�s o descumprimento j� observado em 2021, com o IPCA de 10,06%.

 

O alvo para 2022 � de 3,50%, com toler�ncia superior de at� 5,00%, enquanto, para 2023, a meta � de 3,25%, com banda at� 4,75%.

- Este texto foi publicado originalmente em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-62827344

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