
Nos �ltimos 12 meses, os bilhetes a�reos no Brasil acumulam alta de 47,35%, segundo dados do IPCA-15 de setembro. Em junho deste ano, a subida em 12 meses atingiu 123%.
A principal raz�o apontada para a alta � o encarecimento do querosene de avia��o, que responde por mais de um ter�o do custo de voar. O pre�o do combust�vel teve alta de 64,3% entre janeiro e agosto deste ano no Brasil. segundo estimativa da Abear, entidade que re�ne as companhias.
Na quarta (5), a Opep+ decidiu adotar o maior corte j� feito na produ��o de petr�leo desde o in�cio da pandemia de Covid-19, o que deve gerar uma nova eleva��o de pre�os nos combust�veis, incluindo o querosene.Os combust�veis j� haviam tido uma alta forte neste ano como consequ�ncia da Guerra da Ucr�nia. A subida do d�lar, as incertezas em rela��o � elei��o brasileira e ao cen�rio internacional s�o apontadas como outras raz�es para a alta de pre�os das viagens. Como as passagens geralmente s�o vendidas com semanas ou meses de anteced�ncia, as companhias precisam tentar prever como estar�o os custos no futuro pr�ximo.
Ao mesmo tempo, a procura por passagens tem crescido, tanto no turismo quanto no segmento corporativo. Em agosto, a avia��o global atingiu 73% do movimento que tinha antes da pandemia, com ocupa��o m�dia dos avi�es em 81%.
"O pre�o das passagens tem uma equa��o muito grande de demandas e custos. A gente est� tendo uma demanda s�lida. Mas ao olhar para os custos, � um milagre que as empresas a�reas ainda estejam operando. Temos um cen�rio de desafio de custos muito grande, principalmente em rela��o ao petr�leo e a taxa cambial", diz Campos, da Azul. "N�o � uma quest�o de vai cair ou n�o [a tarifa]. Tudo vai depender do que vai acontecer no cen�rio de custos", diz F�bio Campos, diretor de rela��es institucionais da Azul.
Al�m da alta do querosene, as empresas ainda est�o lidando com passivos da pandemia. "Muitos passageiros que ficaram com passagens retidas durante a pandemia e n�o optaram pelo reembolso est�o remarcando os bilhetes para agora e as empresas precisam acomod�-los", pondera Ricardo Catanant, diretor da Anac.
"A procura por passagens a�reas vem antes de alguns sinais de retomada da economia. E essa demanda tem vindo com for�a. Por vezes, as empresas n�o t�m condi��es de retomar rapidamente a oferta de servi�os. Isso implica em uma s�rie de desafios, como trazer de volta avi�es que haviam sido devolvidos ou estavam em estado de preserva��o, e recontratar profissionais, que precisar�o passar por treinamentos", explica Catanant.
J� Cl�udio de Carvalho, presidente do Saesp (Sindicato dos Aerovi�rios de S�o Paulo), pondera que os gastos com pessoal est�o menores. "As empresas est�o recuperando a malha com menos funcion�rios. O lema das empresas � mais com menos. Uma das tr�s grandes companhias est� com quase 90% da malha que tinha, mas com 33% menos custo de pessoal. Aqueles que foram desligados est�o voltando com sal�rio menor", questiona.