Fachada da Americanas na rua São Paulo esquina com Avenida Afonso Pena, no centro de BH

As negocia��es dos pap�is da Americanas na Bolsa foram temporariamente suspensas

Juarez Rodrigues/EM/D.A Press
A��es do varejo despencavam nesta quinta-feira (12/01) devido ao temor de investidores em rela��o aos rumos do setor ap�s o esc�ndalo cont�bil da Americanas, uma das principais empresas do segmento listadas na Bolsa de Valores brasileira. Uma descoberta preliminar de cerca de R$ 20 bilh�es em "inconsist�ncias" cont�beis no balan�o da companhia levou �s ren�ncias do presidente e do diretor financeiro da empresa.

 

 

 

Sergio Rial sai dez dias ap�s assumir o cargo, depois de seis anos � frente do Santander Brasil. Rial substituiu Miguel Gutierrez, que foi presidente da Americanas por cerca de 20 anos. O diretor financeiro Andre Covre tamb�m havia acabado de ingressar na Americanas.

 

As negocia��es dos pap�is da Americanas na Bolsa foram temporariamente suspensas. O mecanismo de prote��o, acionado quando h� oscila��es fora do comum, � chamado de leil�o e permite apenas que investidores enviem ordens de compra e de venda, sem a conclus�o do neg�cio.

 

Na pr�tica, as a��es n�o s�o vendidas. Ainda assim, o pre�o do papel continua a ser computado durante o leil�o. �s 13h15 desta quinta, a a��o da Americanas valia R$ 1,50, o que representa uma queda de 87,5% em rela��o aos R$ 12 do fechamento do mercado na v�spera.

 

Indicando preocupa��es generalizadas de investidores quanto ao varejo, os pap�is da Via despencavam 8,08%. A Magazine Luiza ca�a 2,97%. Bancos tamb�m amargavam perdas. Santander, Bradesco e Ita� recuavam 1,91%, 0,97% e 0,80%, nessa ordem.

 

"Se o rombo for esse mesmo, de R$ 20 bilh�es, o mercado come�a a se preocupar sobre com quem est� essa d�vida", comentou Piter Carvalho, economista da Valor Investimentos. "No caso espec�fico do setor de varejo, o investidor come�a a temer que outras empresas tenham problemas parecido", disse.

 

"Hoje � um dia em que o mercado vai olhar muito para essa crise envolvendo a Americanas, pois � uma empresa importante e h� muitos investidores e fundos com posi��es relevantes nela", afirmou Heitor Martins, especialista em renda vari�vel da Nexgen Capital.

 

O �ndice Ibovespa, refer�ncia da Bolsa, abandonava as baixas da manh� e passava a apresentar leve alta de 0,22%, aos 112.760 pontos. A recupera��o do indicador estava apoiada em altas de empresas de segmentos ligados a exporta��o de mat�rias-primas para a produ��o de a�o (minera��o) e energia (petr�leo), que possuem grande peso no mercado dom�stico.

 

No mercado de c�mbio, o d�lar apresentava forte queda frente ao real. A moeda americana recuava 1,06%, cotada a R$ 5,1260 na venda.

 

Nesta quarta-feira (11), a Bolsa teve sua sexta alta di�ria seguida e o d�lar fechou em queda, com investidores dando maior aten��o ao notici�rio econ�mico, ap�s a divulga��o do secretariado do Minist�rio do Planejamento e as declara��es da ministra Simone Tebet.

 

No exterior, as bolsas tamb�m subiram com os investidores otimistas com os dados da infla��o ao consumidor nos Estados Unidos. O mercado espera uma desacelera��o do indicador, o que poderia levar o Federal Reserve, banco central norte-americano, a diminuir o ritmo de alta dos juros.

 

O Ibovespa fechou em alta de 1,53% a 112.517 pontos. Nos �ltimos seis preg�es, a Bolsa acumula alta de 8%. O d�lar comercial � vista fechou com queda de 0,40%, a R$ 5,1810 para venda.

 

Desde o dia 4 de janeiro, quando atingiu o pico de R$ 5,45 no ano, o d�lar acumula desvaloriza��o de 5% ante o real.

Os juros recuaram em todos os vencimentos. Os contratos para 2024 ca�ram de 13,59% no fechamento desta ter�a-feira (10) para 13,52%. Para 2025, a taxa passou de 12,69% para 12,53%. Para 2027, o recuo foi de 12,50% para 12,26%.

 

A ministra do Planejamento e Or�amento, Simone Tebet (MDB), anunciou nesta quarta-feira (11) a composi��o de sua equipe de secret�rios ressaltando "as linhas de pensamento econ�mico diferentes" e pregando harmonia com os ministros da Gest�o, Esther Dweck, e da Fazenda, Fernando Haddad.

 

Sobre o ministro da Fazenda, reportagem da Folha de S.Paulo revela que a proposta de arcabou�o fiscal da equipe econ�mica de transi��o, que reuniu Andr� Lara Resende, Guilherme Mello, Nelson Barbosa e Persio Arida, envolve a substitui��o do teto de gastos por uma meta de despesas.

 

A cota��o do petr�leo tamb�m ajudou a Bolsa, impulsionando principalmente as empresas do setor. �s 18h26 (hor�rio de Bras�lia), o barril do tipo Brent subia 3,48%, a US$ 82,89.

 

As a��es ordin�rias da 3R Petroleum e da PRIO, antiga PetroRio, ficaram com as maiores altas do Ibovespa, com 13,64% e 7,76%, respectivamente. Nesta quarta, a 3R divulgou que em dezembro, sua produ��o quase dobrou em rela��o a novembro.

 

Os pap�is da Petrobras subiram menos, mais impactadas pela cautela com o cen�rio pol�tico. As preferenciais fecharam em alta de 0,79%, e as ordin�rias avan�aram 1,28%.

 

No exterior, os principais �ndices de a��es nos Estados Unidos tamb�m encerraram o dia em em alta. Al�m do otimismo com a infla��o no pa�s, o otimismo em rela��o � retomada econ�mica na China tamb�m ajudou o mercado.

O �ndice Dow Jones teve alta de 0,80%, enquanto o S&P 500 subiu 1,28%. O Nasdaq 100 fechou com avan�o de 1,76%.

 

Apesar da aten��o dada ao notici�rio econ�mico, o mercado mant�m no radar o ambiente pol�tico, com amea�as de novas invas�es e bloqueios por parte de militantes bolsonaristas. O governo anunciou medidas de preven��o para evitar nova invas�o nas sedes dos Tr�s Poderes.

 

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta quarta que as autoridades p�blicas impe�am quaisquer tentativas de ocupa��o ou bloqueio de vias p�blicas, rodovias, espa�os e pr�dios p�blicos por manifestantes golpistas apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

 

O ministro da Justi�a e Seguran�a P�blica, Fl�vio Dino, prorrogou por mais dez dias o uso da For�a Nacional da regi�o da Esplanada dos Minist�rios e da Pra�a dos Tr�s Poderes, palco de atos de vandalismo no �ltimo domingo (8).