Legumes e frutas à venda em supermercado

Alta dos hortifrutigranjeiros, decorrente de diversidades clim�ticas, pesou no aumento da infla��o em janeiro

Luiz Ribeiro/EM/D.A Press
O custo de vida em Montes Claros (413,4  mil habitantes), no Norte de Minas, quase triplicou em janeiro, com uma alta de 0,89%, com o grupo alimenta��o tendo maior impacto no crescimento inflacion�rio. Em dezembro, foi registrada uma varia��o de 0,32% do �ndice de Pre�os ao Consumidor (IPC), calculado pelo Departamento de Economia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) 

O percentual de janeiro tamb�m ficou bem acima da infla��o oficial do pa�s em janeiro, medida pelo �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), que ficou em  0,53%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE).

 

De acordo com a Unimontes, o grupo alimenta��o, que tem o maior peso na composi��o do or�amento dom�stico em Montes Claros, apresentou um aumento de 1,54% em janeiro, contribuindo com 0,54% para o resultado final do �ndice. Em n�vel nacional, aponta o IBGE, o maior impacto  no m�s veio do grupo alimenta��o e bebidas (0,59%), que contribuiu com 0,13 pontos percentuais do �ndice.

 

A coordenadora do IPC da Unimontes, a professora de economia V�nia Silva Vilas Boas Vieira Lopes ressalta que as adversidades do clima  – seca no Sul do pa�s e grande quantidade de chuvas no Norte de  Minas, contribu�ram para a alta dos alimentos na cidade-polo do Norte do estado em janeiro.

 

“No m�s, os hortifrutigranjeiros tiveram aumentos expressivos, principalmente, em decorr�ncia das condi��es clim�ticas. Tivemos aumento de pre�o de produtos oriundos do Sul do pa�s e da regi�o Centro-Oeste, por causa da seca nessas regi�es, que impacta o custo de itens como frutas e gr�os. Por outro lado, os hortifrutigranjeiros no Norte de Minas tiveram aumento de pre�os em fun��o das chuvas na regi�o durante janeiro e provocaram a redu��o de oferta dos produtos”, explica a economista.

 

Segundo o levantamento do Departamento de Economia da Unimontes, os produtos hortifrugranjeiros que tiveram maiores altas de pre�os em Montes Claros no primeiro m�s de 2023 foram chuchu (46,07%), melancia (39,13%), cenoura (34,07%), vagem (30,13%), pepino (26,56%) e abacaxi (23,23%).

No m�s passado, o arroz  subiu  5,7% enquanto o aumento de pre�o do feij�o na cidade foi de 4,37%). O pre�o da carne tamb�m subiu (1,61%),.

 

Custo da cesta b�sica menor do que em BH

 

Segundo a pesquisa do IPC/Unimontes, em janeiro, a cesta b�sica do trabalhador em Montes Claros custou R$ 528,44 e comprometeu 40,59% do valor atual do sal�rio m�nimo (R$ 1.302), apresentando uma varia��o de 1,36% em rela��o ao custo em dezembro de 2022 (R$ 521,34).  

 

Ap�s a aquisi��o da cesta b�sica, durante o m�s de janeiro, restaram ao trabalhador da cidade R$ 773,56 para as demais despesas, como moradia, sa�de e higiene, servi�os pessoais, lazer, vestu�rio e transporte.

 

Com rela��o �s horas trabalhadas no m�s, foi necess�rio ao assalariado trabalhar 111 horas e cinco minutos para adquitir os alimentos b�sicos � sua subsist�ncia.

 

Em Belo Horizonte, o pre�o da cesta b�sica subiu 1,37% no m�s, alcan�ando R$ 707,93. O estudo � do Departamento Intersindical de Estat�sticas e Estudos Sociais e Econ�micos (Diesse), que tamb�m registrou aumento em outras 10 capitais do pais, em especial no Nordeste.

 

Ainda na capital mineira, uma fam�lia gasta, em m�dia, 58,78% do sal�rio m�nimo com a compra da cesta b�sica - s�o cerca de 119 horas e 37 minutos do seu tempo de trabalho ao longo do m�s.

 

A professora V�nia Vilas Boas salienta que o valor da cesta b�sica em Montes Claros medido pelo IPC/Unimontes ficou abaixo do que o custo da  cesta de alimentos levantado pelo Dieese porque s�o aplicados m�todos diferentes nas duas pesquisas, em rela��o �s quantidades de alimentos consumidos pelas fam�lias.

 

Ela salienta que o Dieese faz a pesquisa de pre�os considerando o consumo m�dio de seis quilos de carne por uma fam�lia por m�s enquanto o levantamento do Departamento de Economia da Unimotnes leva em conta o consumo m�dio de 4,5 quilos de carne por fam�lia mensalmente.