Importar pneus de carga fica mais caro; quem vai pagar a conta?
Suspenso h� 2 anos, imposto de 16% sobre importa��o de pneus de carga de 5 modelos volta a ser cobrado e pode impactar no pre�o para caminhoneiros e empresas
Segundo a Secretaria de Com�rcio Exterior as importa��es de pneus aumentaram 32% no primeiro trimestre de 2023.
Pixabay/ Divulga��o
A C�mara de Com�rcio Exterior aprovou em mar�o deste ano a volta do imposto de 16% sobre pneus de carga de cinco modelos importados. A retomada da cobran�a acontece ap�s dois anos da isen��o determinada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que tinha como objetivo reduzir os custos operacionais do transporte rodovi�rio de cargas no Brasil.
Segundo a Secretaria de Com�rcio Exterior, as importa��es de pneus aumentaram 32% no primeiro trimestre de 2023 e alcan�aram US$ 450 milh�es em compara��o com o mesmo per�odo de 2022. Os dados foram mapeados pela Vixtra, fintech de com�rcio exterior. Al�m disso, Minas Gerais est� entre os 10 estados que mais importam pneus em 2022. Diante de n�meros t�o expressivos sobre esse mercado, surge a d�vida: como a volta desse imposto pode afetar os consumidores?
Segundo Leonardo Baltieri, co-CEO da Vixtra, o principal impacto da imposi��o da tarifa � a redu��o da importa��o de pneus e o est�mulo � produ��o nacional. “A fixa��o da al�quota pode reduzir a compra desses produtos e comprometer o neg�cio de muitas PMEs. Evidentemente, h� uma press�o da ind�stria nacional para o restabelecimento dessas taxas como forma de manter a competitividade. � preciso conciliar ambos os interesses", prossegue.
“A imposi��o de impostos sobre produtos importados precisa ser devidamente planejada para n�o desestimular a compra desses produtos e servir de protecionismo � ind�stria nacional. Em �ltimo caso, se n�o houver um planejamento adequado, todos podem sair prejudicados, inclusive o consumidor final. Portanto, � necess�rio cautela com a implementa��o de tais medidas”, conclui.
Ainda de acordo com Baltieri, o objetivo da volta da al�quota � o aumento da arrecada��o de impostos . “O grande intuito � aumentar a arrecada��o de impostos que vem junto com a produ��o nacional. O que pode ocorrer � o aumento no pre�o dos pneus, j� que a ind�stria nacional n�o � t�o eficiente quanto a internacional.”
O pre�o dos produtos e dos fretes vai aumentar?
Segundo a professora T�nia Cristina Teixeira, conselheira do Conselho Regional de Economia de Minas Gerais (Corecon-MG), � um efeito em cadeia. “Realmente, todos os impostos acabam repassando para os pre�os de produtos. Sem d�vida vai mexer com o custo vari�vel das empresas que atuam no setor.”
No entanto, ainda de acordo com T�nia, o repasse dos custos n�o deve ser t�o significativo e imediato. ”O uso dos pneus est� condicionado � deprecia��o do produto, exige um tempo de uso. Ent�o, n�o d� para pensar que esse repasse vai ser t�o imediato ou volumoso a ponto de gerar um efeito macroecon�mico de tal modo que possa assustar tanto aquele que oferta quanto aquele que demanda, ou seja, o consumidor.”
“N�o necessariamente se poderia concluir que esse processo geraria um aumento da infla��o de imediato. O pre�o do pneu importado � um entre outros que determinam o aumento da infla��o. Ent�o, nesse caso, n�o diria que a volta dessa taxa��o causaria de imediato uma resultante forte na quest�o dos �ndices inflacion�rios.”, conclui.
No caso dos fretes, a conselheira afirma que o pre�o do pneu de carga, que pode aumentar com a volta da taxa, seria um dos fatores no c�lculo do frete, e n�o um fator decisivo. “� necess�rio pensar primeiro o que determina o pre�o do frete. Alguns dos custos vari�veis s�o a dimens�o, o peso, o destino das cargas, se � fr�gil, os prazos, as taxas como as GRIS, os impostos. Diante desse cen�rio, a quest�o dos impostos � apenas uma entre outras.”
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