Petrobras

Presidente da Petrobras afirma que a retomada das encomendas na ind�stria naval nacional ser� feita "com muita parcim�nia, com muita tranquilidade, sem afoiteza, sem atos heroicos"

Fernando Fraz�o/Ag�ncia Brasil
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, prop�e o uso dos royalties do petr�leo para incentivar encomendas do setor com fornecedores brasileiros, uma das promessas de campanha do presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT).

Em entrevista � reportagem, Prates disse ainda que as petroleiras t�m que se aproximar mais de seus fornecedores para evitar o risco de migra��o para outros segmentos mais ligados � transi��o energ�tica, que ter�o maior desenvolvimento nos pr�ximos anos.

A retomada das encomendas de bens e servi�os no Brasil foi um dos temas da campanha presidencial de Lula, que fomentou em seus primeiros mandatos um segundo ciclo de crescimento da ind�stria naval brasileira, interrompido ap�s a descoberta do esquema de corrup��o investigado pela Opera��o Lava Jato.

Prates diz que a empresa est� estudando como retomar as compras no Brasil. Mas defende "uma forma de indu��o" para que as empresas justifiquem encomendas mais caras no pa�s. "Como � que eu justifico isso para o meu acionista e para o TCU [Tribunal de Contas da Uni�o]?", questiona.

A lei dos royalties permite a redu��o da al�quota m�xima de 10% para ate 5% em casos espec�ficos. O governo j� vem usando essa prerrogativa para fomentar investimentos em projetos menos rent�veis, como campos ao fim de sua vida �til.

Prates reconhece que sua proposta n�o ser� bem recebida por estados e munic�pios, os principais benefici�rios dos royalties, mas defende que o incentivo ajuda a fomentar outras atividades econ�micas que podem gerar emprego e renda.

"Vou come�ar a criar uma coisa que gera uma ind�stria que depois pode servir a outras ind�strias", argumenta.

O presidente da Petrobras afirma que a retomada das encomendas na ind�stria naval nacional ser� feita "com muita parcim�nia, com muita tranquilidade, sem afoiteza, sem atos heroicos". "Tudo dentro da programa��o, dentro do que � poss�vel."

Ele diz que uma preocupa��o � manter fabricantes de bens e equipamentos no setor petrol�fero em um cen�rio de maiores restri��es � produ��o de hidrocarbonetos e maiores investimentos em transi��o energ�tica.

"Vamos precisar ter uma rela��o mais pr�xima, planejada, mais perene, mais duradoura com os nossos fornecedores principais. Porque, do contr�rio, cada um deles vai come�ar a migrar na transi��o energ�tica deles e daqui a pouco a gente n�o encontra mais ningu�m para fazer uma manuten��o em refinaria", afirma.

Ele lembra que em uma licita��o recente da Petrobras apenas dois fornecedores apareceram. Na hora da assinatura do contrato, apareceu apenas um representante, porque as duas competidoras haviam passado por um processo de fus�o.

"Antigamente eu era o rei da cocada preta, eu fazia assim [imita um estalo] vinham dez caras para me dar manuten��o em refinaria. Cada um agora foi procurar seu neg�cio, porque as coisas est�o mudando e eu tenho que pegar esses dois caras que me servem bem e botar debaixo do bra�o."