Manta de fibra de coco colocada em uma via sem pavimentação

A fibra de coco tran�ada consegue reter �gua e, ao mesmo tempo, � resistente ao fluxo de caminh�es que fazem o transporte de min�rio

Nano-Z/Divulga��o
Uma manta de fibras de coco com nanotecnologia promete reduzir a poeira gerada por grandes ind�strias. O produto feito por uma empresa israelense j� est� sendo testado em duas mineradoras em Minas Gerais esta semana. 

 

Com um investimento de cerca de US$ 4 milh�es em pesquisa, com desenvolvimento de tr�s anos em Israel, a parte t�xtil � produzida em uma unidade industrial na �ndia. O projeto piloto foi implantado com sucesso em uma unidade industrial de cimento, em uma �rea pr�xima ao centro urbano de Jerusal�m.


O diretor de novos neg�cios da Nano-Z, Gabriel Eigner, explica que, para o setor da minera��o, a empresa tem produtos para neutralizar poeira em pistas n�o pavimentadas e por movimento e�lico. Ele comenta que, em Israel, a �gua � um recurso natural escasso. “A maioria da �gua do pa�s � dessalinizada, isso gera uma consci�ncia ambiental, mas que faz parte hoje de um mundo global.”
 

Como funciona


Eigner destaca que a manta de fibra de coco, chamada EcoPlatform, � um produto que suprime a poeira, sem desperd�cio de �gua e ainda � ecol�gico. “Existem hoje solu��es com pol�meros ou produtos qu�micos, mas que geram danos para o meio ambiente.”

A fibra de coco � tran�ada, consegue reter �gua e, ao mesmo tempo, � resistente ao fluxo de caminh�es que fazem o transporte de min�rio, por exemplo. O desenvolvimento do produto levou cerca de quatro anos. 
 

Ele � formado por duas mantas – uma superior, por onde trafegam os ve�culos, com um “recheio” de filamentos de fibra de coco, e outra na parte inferior, que fica em contato direto com a via n�o pavimentada.

� um substrato feito de uma mistura �nica de nanomateriais e elementos ecol�gicos, solu��o verde de �ltima gera��o com materiais 100% biodegrad�veis e n�o inflam�veis. Ela promove uma redu��o de 85% no consumo de �gua destinada ao combate da poeira. 

Atualmente, as empresas usam �gua pot�vel, tratada ou, ainda, com adi��o de cloreto de magn�sio. “O caminh�o pipa passa entre dez e 15 vezes por dia porque requer aplica��o constante no solo. Com a manta, a aplica��o � feita uma vez a cada tr�s ou quatro dias, dependendo da temperatura”, explica o diretor. 

A �gua � aplicada e desce para o solo, o umedece e depois � absorvida pela manta. “A economia de �gua � enorme.” Ele ressalta que, como ela � feita de material flex�vel, com o fluxo de caminh�es a manta adere ao solo e se acomoda. 
 
 

O produto � fornecido em rolos, cada um tem dez metros de comprimento por 2,20m de largura. Para fazer a emenda, s�o necess�rios 20 cm de sobreposi��o. Se o pavimento for composto de pedras, � recomend�vel que elas sejam retiradas para benef�cio do cliente. 

Em uma mina, � recomend�vel que a manta seja usada no percurso de fluxo de caminh�es. O produto tem dura��o de seis a oito meses, depende do tr�fego de ve�culos, da manuten��o e da temperatura ambiente. 

“O material � biodegrad�vel. Se ele desaparecer se coloca outro no lugar, caso contr�rio, ele come�a a ficar esbranqui�ado e � aplicado o l�quido novamente”, ressalta. 

A tecnologia armazena e captura a �gua por muito mais tempo, j� que reduz drasticamente a taxa de evapora��o, mantendo assim a alta umidade do solo por longos per�odos.

Testes e redu��o de problemas 


A empresa est� fazendo testes em duas mineradoras nesta semana: AMG e Anglo American. “As empresas t�m cen�rios e solos completamente diferentes. Um solo com muitas pedras e outro com nenhuma. Um com aclives e declives e outro n�o”, detalha o diretor.

Ele explica que existe uma empresa com sensores colocados na pista para medir a quantidade de poeira. A manta pode ser usada n�o apenas nas mineradoras, mas em estradas de terra em localidades pr�ximas a elas.     

Eigner lembra que, al�m da economia de �gua, a tecnologia permite redu��o de problemas de sa�de da popula��o que vive no entorno das minas. “O produto vem para resolver uma s�rie de quest�es que est�o envolvidos com a poeira.” A tecnologia pode ser usada tamb�m para resolver quest�es semelhantes em outros setores como agroneg�cio e planta��es de eucalipto para ind�strias de papel, por exemplo.

A cidade de Congonhas, na Regi�o Central de Minas Gerais, enfrenta nuvens de poeira que encobrem o c�u com frequ�ncia. O fen�meno � causado pelo p� de min�rio das atividades de mineradoras na regi�o e se agrava no per�odo seco. 

Transformar lixo em produto


A fibra do coco � um inc�modo para o mercado, segundo o diretor da empresa israelense. “S�o toneladas sem destina��o. A empresa usa um rejeito e o transforma em produto final.”

O Brasil tem um acordo com Israel e Mercosul, desde 2010, que determina isen��o de imposto de importa��o de produtos. “Existe uma lista de 8 mil itens de produtos que n�o pagam imposto de importa��o. Todos os produtos da NanoZ est�o inseridos nesse acordo”, destaca. 

A manta de fibra de coco � importada, mas a empresa pretende come�ar a produzir no Brasil, caso o interesse pelo produto seja grande. “Temos interesse em investir no Brasil e montar uma unidade industrial aqui. Temos feito pesquisas para ver se a fibra do coco brasileiro vai funcionar tamb�m”, ressalta Eigner.   

O custo de instala��o da manta depende de alguns fatores como largura da pista, exist�ncia de pedras, aclive, declive e dist�ncia. “N�o � um produto de prateleira, mas evidentemente tem que ser competitivo, � calculado levando em conta o que chamamos de ‘calculadora da poeira’, que re�ne uma s�rie de vari�veis para poder apresentar uma proposta para a empresa”, explica. 

Al�m da iniciativa privada, a empresa tamb�m j� recebeu sondagens de prefeituras e o diretor diz que a empresa tem total interesse em negociar com todos. “Temos interesse em oferecer a solu��o tamb�m para outros setores al�m da minera��o.”