Ramon Lisboa/EM/D.A Press
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Postos de gasolina do pa�s come�am a reclamar de dificuldades para encontrar diesel, diante da queda de importa��es privadas nas �ltimas semanas. O problema, segundo o setor, reflete as elevadas defasagens em rela��o �s cota��es internacionais, que desestimulam importa��es privadas do produto.
As empresas que seguem importando j� come�am a repassar aos consumidores a alta das cota��es internacionais sobre os volumes comprados no exterior, mesmo que a Petrobras n�o mexa no valor de venda do diesel por suas refinarias desde maio.
Mesmo as grandes, que diluem os custos da importa��o nos elevados volumes que movimentam, estariam racionando o produto, segundo empres�rios ouvidos pela reportagem.
Embora a Petrobras tenha ampliado a produ��o nacional nos �ltimos meses, cerca de um quarto do consumo brasileiro de diesel ainda � abastecido por importa��es, feitas tanto pela estatal quanto por empresas privadas.
Ap�s um per�odo de excesso de oferta com aumento da produ��o da Petrobras e invas�o de diesel russo, as importa��es do combust�vel v�m caindo desde maio. Em julho, foram 1,07 bilh�o de litros, volume 19% inferior ao registrado no mesmo per�odo do ano anterior.
Entre janeiro e julho deste ano, a queda acumulada � de 5%. Dados preliminares apontam que o movimento se acentuou na primeira semana de agosto, quando as importa��es do grupo �leos combust�veis ca�ram 75% em rela��o ao mesmo per�odo do ano anterior.
As grandes distribuidoras negam restri��es na oferta. Em teleconfer�ncia com analistas nesta quinta-feira (10), o presidente da Ultrapar, Marcos Lutz, disse que a Ipiranga n�o tem problemas de disponibilidade de produtos.
"A Ipiranga n�o tem problemas para atender seus clientes regulares", afirmou, ressaltando, por�m, que n�o pode falar por todos os fornecedores do pa�s.
Na abertura do mercado desta quinta, o pre�o do diesel nas refinarias da Petrobras estava, em m�dia, R$ 1,29 por litro abaixo da paridade de importa��o calculada pela Abicom (Associa��o Brasileira dos Importadores de Combust�veis). Na m�dia nacional, a defasagem era de R$ 1,12 por litro.
Esse conceito deixou de ser usado pela Petrobras em sua nova pol�tica comercial, mas � relevante na tomada de decis�o sobre importa��es por empresas privadas, que temem perder dinheiro ao vender no Brasil produtos comprados mais caros no exterior.
Aqueles que est�o importando come�aram a repassar a seus clientes a alta recente nas cota��es internacionais. O Paranapetro, sindicato que representa os postos do Paran�, afirmou nesta quinta que o diesel S-10 est� chegando aos postos com aumentos entre 6% e 9%.
"As companhias de distribui��o t�m alegado que o motivo para esta alta � a escassez deste produto em todo o Brasil, por causa da menor entrada de importa��es", disse, em nota, a entidade.
O pre�o do diesel nos postos vinha caindo desde o in�cio do ano, refletindo o excesso de oferta, mas teve leve alta na semana passada, segundo a pesquisa semanal da ANP (Ag�ncia Nacional do Petr�leo, G�s e Biocombust�veis).
Em nota, a Petrobras afirmou que n�o reduziu sua oferta de diesel, mas que n�o tem informa��o sobre a oferta pelos demais agentes que abastecem o mercado, como distribuidoras, importadores e outras refinarias.
"A companhia est� cumprindo integralmente suas obriga��es junto �s distribuidoras, entregando todo o volume contratado", disse.
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