
Reduzir, reutilizar e reciclar. Os tr�s Rs da sustentabilidade podem n�o fazer parte do curr�culo obrigat�rio, mas est�o presentes em sala de aula quando se fala em uma proposta de educa��o mais ampla. Formar cidad�os preocupados com o meio ambiente � o objetivo de escolas de Belo Horizonte que estimulam seus alunos a enxergar res�duos com outros olhos. Em consequ�ncia, o trabalho reflete no dia a dia das fam�lias e da comunidade no entorno.
Para Christiane Silva, diretora do Col�gio Batista Mineiro – Unidade Castelo, � muito importante convocar os estudantes, desde pequenos, a refletir sobre consci�ncia ambiental e sustentabilidade. Por isso, eles sempre participam de projetos voltados para esses temas. “Nos projetos, a metodologia utilizada � a resolu��o de problemas. Dessa forma, a aprendizagem fica mais significativa e o estudante se v� como protagonista. Cada aluno consegue analisar, avaliar sua postura e modific�-la de acordo com as demandas sociais e as necessidades que ele mesmo identifica”, observa.
No �ltimo m�s, os alunos do 4º ano do ensino fundamental foram desafiados a reaproveitar materiais para construir utilit�rios. A proposta, segundo Christiane, � refletir sobre a produ��o de lixo e a preserva��o os recursos naturais, criando objetos para facilitar algumas situa��es do dia a dia.
Tain� Moreira de Paula, de 10 anos, descobriu na internet que dava para fazer uma balan�a com garrafas PET. “Achei muito interessante. A minha m�e pode usar quando for fazer o almo�o ou alguma coisa na cozinha”, comenta a menina. A balan�a � precisa mesmo: o tanto que a �gua sobe corresponde exatamente ao peso do objeto, colocado por cima da garrafa de cabe�a para baixo.

Desde pequena, Tain� foi estimulada em casa a fazer brinquedos com materiais recicl�veis. A m�e, Ana Carolina Moreira, observa que agora a vis�o dela sobre reciclagem foi ampliada, diante da descoberta de que d� para fazer objetos do dia a dia. “Hoje � um trabalho mais l�dico, que vira brincadeira, mas no futuro isso vai gerar consci�ncia sobre a utiliza��o dos materiais”, aponta. A fam�lia tamb�m sente o impacto. Ana Carolina conta que todos pensam melhor antes de jogar uma embalagem fora, pensando em novo usos. Um pote pode virar porta-brinquedo, por exemplo.
Outros objetos desenvolvidos pelos alunos do 4º ano foram uma pipoqueira de latas de refrigerante e um porta-ra��o de garrafa PET e papel�o.
Descarte de eletr�nicos
No Col�gio Sagrado Cora��o de Jesus, o projeto de reciclagem se voltou para um tipo de lixo ainda dif�cil de lidar: os eletr�nicos. “A ideia � conscientizar de que o uso da tecnologia � importante, mas os eletr�nicos t�m que ser descartados com consci�ncia, no lugar certo, porque sen�o prejudicam o solo, os rios, as lagoas e a sa�de das pessoas”, destaca a coordenadora geral Leda Ferreira Laredo.
O projeto envolveu turmas do ensino fundamental ao m�dio. Nas aulas de qu�mica, os professores explicam como a situa��o � alarmante. Relat�rio da Associa��o de Empresas da Ind�stria M�vel e da Universidade das Na��es Unidas mostra que cerca de 1,4 milh�o de res�duos eletr�nicos s�o jogados fora todos os anos no Brasil e menos de 3% s�o reaproveitados. Ou seja, a maior parte dos metais pesados que fazem parte desstes materiais v�o parar no lixo comum e acabam poluindo o meio ambiente. A escola organizou palestras e os alunos participaram de uma competi��o de lixo eletr�nico promovida por uma empresa do setor. Em quatro meses, foram recolhidos oito mil quilos de equipamentos eletr�nicos.

H� tr�s anos, o Coleguium criou o Projeto Socioambiental para alunos entre 14 e 16 anos. “Percebemos que o jovem se preocupa com a quest�o ambiental, mas �s vezes faltam ferramentas para que enxergue onde pode atuar. Provocamos o aluno a agir local, pensando no global, e esperamos que no futuro ele continue com essas a��es como algo cotidiano”, pontua o supervisor das �reas de ci�ncias e biologia, Alysson Branco.
O professor d� o exemplo do pl�stico. O aluno � desafiado a entender que, ao consumir menos embalagens, ele interfere na produ��o de pl�stico e, consequentemente, em uma quest�o mais ampla, que � o aquecimento global. Outra a��o � estimular a coleta domiciliar de �leo, que retorna em forma de sab�o.
Um grupo da unidade Carlos Prates dedicou parte do seu tempo para fazer atividades com idosos do Lar Frei Zacarias. Em um dos encontros, eles montaram uma horta org�nica reutilizando materiais que tinham em casa. “Os idosos passaram a consumir o que plantamos, sem agrot�xicos, e isso ajudou, inclusive, a reduzir a quantidade de embalagens”, aponta Camila Fran�a, ao lado de Alice Nomiya, Anna Matos, todas de 17.