
A grande propor��o de jovens que n�o conclui os estudos ou n�o o faz dentro do tempo esperado � resultado de uma s�rie de aspectos, incluindo a repet�ncia e um curr�culo pouco engajador. A organiza��o afirma ainda que outras causas de abandono dos estudos - procurar emprego ou assumir responsabilidades de sustento da casa – podem ter sido alimentadas ainda mais pelos efeitos da pandemia, especialmente entre os mais vulner�veis.
A equidade � tema abordado in�meras vezes ao longo dos relat�rios. A OCDE afirma que o contexto social e econ�mico do Brasil tem um impacto maior sobre a participa��o e os resultados de aprendizagem do que nos outros pa�ses da OCDE. Mesmo com aumento das taxas de matr�cula servindo para reduzir as lacunas no acesso � educa��o, as crian�as come�am a escola com n�veis j� bastante diferentes de desenvolvimento e “prontid�o para aprender”.
“As desigualdades refletem ainda a maneira como a oferta escolar de baixa qualidade e contextos familiares socialmente mais vulner�veis se combinam para que as habilidades b�sicas n�o sejam adquiridas logo no in�cio, colocando os alunos de n�vel socioecon�mico mais baixo em uma trajet�ria que leva a um desempenho escolar fraco, altas taxas de evas�o e oportunidades de vida limitadas”, ressalta a publica��o. “Para conseguir oferecer qualidade e equidade, o Brasil precisar� definir prioridades claras e garantir os recursos necess�rios para a educa��o”, afirma.
O relat�rio A Educa��o no Brasil: uma perspectiva internacional traz um olhar especial ao Programa Internacional de Avalia��o de Estudantes (Pisa), em rela��o a pa�ses comparativamente relevantes, incluindo os da Am�rica Latina e os membros da OCDE. A presidente-executiva do Todos Pela Educa��o, Priscila Cruz, lembra que para a OCDE o momento atual � de mitigar os efeitos imediatos do prolongado per�odo de fechamento das escolas e, em paralelo, retomar a vis�o de m�dio e longo prazos para as pol�ticas educacionais do pa�s. “E para avan�armos nesses dois caminhos, o relat�rio traz an�lises detalhadas e recomenda��es espec�ficas, algo razoavelmente in�dito nas publica��es da OCDE para o Brasil”, diz.
J� a publica��o Education Policy Outlook: Brazil (Panorama das Pol�ticas Educacionais: Brasil) tra�ou um panorama das respostas do sistema de ensino, incluindo a��es do Minist�rio da Educa��o, sociedade civil e exemplos bem sucedidos em estados. A superintendente do Ita� Social, Angela Dannemann, ressalta que o Brasil obteve muitas conquistas no campo da educa��o nas �ltimas d�cadas e suas pol�ticas p�blicas foram exemplo para outras economias emergentes. “Mas, as taxas de realiza��o do ensino m�dio e superior s�o insuficientes comparadas a outros pa�ses e metade dos jovens de 15 anos n�o t�m n�vel b�sico de profici�ncia em leitura, segundo o Pisa. O aperfei�oamento, continuidade e investimentos em pol�ticas p�blicas s�o urgentes para oferecer qualidade e equidade aos estudantes brasileiros”, afirma.
Para o futuro, a OCDE sugere priorizar uma resposta nacional mais coerente de recupera��o da aprendizagem; apoio a educadores no desenvolvimento de novas habilidades e conhecimentos; e tratamento das lacunas de aprendizagem com urg�ncia para minimizar a interrup��o das jornadas educacionais dos estudantes.