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Estado de Minas CARREIRA

Executivos est�o � ca�a de profissionais especialistas em an�lise de dados

Falta de talentos com capacidade anal�tica � uma das principais dificuldades encontradas por empregadores, num mercado que exige compet�ncias espec�ficas. A pot�ncia desse conhecimento � cada vez mais imprescind�vel


postado em 11/04/2019 15:00 / atualizado em 11/04/2019 15:49

Charles p/Unsplash
Charles p/Unsplash


No mundo de hoje, as empresas lidam com um fato in�dito: nunca houve quantidade t�o massiva de dados e informa��es que elas precisam destrinchar, conhecer, dominar e ter controle. Quest�o de estrat�gia e sobreviv�ncia. Com o amadurecimento da intelig�ncia artificial e das rela��es em redes, aumentou-se exponencialmente o conte�do dispon�vel nos bancos de dados das empresas. O n�mero elevado de informa��es, que poderia auxiliar na tomada de decis�es mais claras e bem embasadas, tem, na realidade, atordoado empres�rios e executivos de diversos setores. Afinal, o que fazer com o imenso volume de dados obtido? E o que essas informa��es significam?

Para entender, de fato, a pot�ncia desses dados, tem se tornado cada vez mais imprescind�vel a exist�ncia de profissionais que, mais do que coletar, atuem para interpretar e identificar as potencialidades das informa��es dispon�veis. O que se percebe, no entanto, � que, apesar da demanda latente por esses especialistas, faltam hoje no mercado talentos com capacidade anal�tica. Essa � a conclus�o de pesquisa feita pela PwC. Ao todo, foram entrevistados para a elabora��o da “22nd Annual Global CEO Survey”, 1.378 presidentes de empresas (CEOs), em mais de 90 pa�ses.

Atualmente, mais de tr�s quartos dos CEOs (74%) ao redor do mundo concordam que a intelig�ncia artificial (IA) � positiva para a sociedade. No entanto, uma fatia ainda maior (84%) defende que decis�es baseadas em intelig�ncia artificial precisam ser explic�veis para serem confi�veis. A pesquisa da PwC aponta, ainda, que oito em cada 10 CEOs (85%) acreditam que, nos pr�ximos cinco anos, a intelig�ncia artificial mudar� significativamente a maneira como eles fazem neg�cios.

No entanto, ao mesmo tempo em que os profissionais de hoje se assustam com a possibilidade de perder o emprego para um rob�, por outro, faltam trabalhadores em postos-chave. Logo, o profissional com capacidade anal�tica � dos mais disputados no atual mercado. S�lvia Martins, gerente s�nior da PwC Brasil, enfatiza que � importante sempre lembrarmos que o uso da tecnologia foi criado para auxiliar e otimizar o dia a dia das pessoas, de acordo com as necessidades, a exemplo de apps que impactaram a mobilidade e a forma de relacionamento.

“Se existem atividades operacionais que podem ser automatizadas, como coleta de dados, claramente um “rob�” o far� mais r�pido, bem como an�lises pr�-programadas, que podem ser ilustradas em um exemplo de um aplicativo de varejo que sugere promo��es de produtos de acordo com a sua frequ�ncia de compra. A IA � uma �rea em ascens�o e uma realidade atual, uma vez que os contextos em que vivemos mudam constantemente. Por�m, escolher um lado para afirmar qual � mais confi�vel, o homem ou a m�quina, pode ser contradit�rio, � medida que um depende do outro. Enquanto a tecnologia nos proporciona agilidade e precis�o, � necess�rio um agente humano para manipular, elaborar e criar cen�rios em que esses dados ter�o qualidade e ser�o utilizados de acordo com a necessidade e circunst�ncia, que se modificam e evoluem diariamente.”

Sílvia Martins, gerente sênior da PwC Brasil, diz que o conceito da oferta e da procura faz com que os profissionais melhor qualificados tenham suas remunerações inflacionadas (foto: PwC/Divulgação)
S�lvia Martins, gerente s�nior da PwC Brasil, diz que o conceito da oferta e da procura faz com que os profissionais melhor qualificados tenham suas remunera��es inflacionadas (foto: PwC/Divulga��o)


S�lvia Martins conta que contratar talentos est� mais dif�cil para 52% dos CEOs brasileiros e 62% dos globais. “Isso se d� pelo contexto de mudan�a acelerada em que vivemos, envolvendo rob�tica, intelig�ncia artificial e a necessidade de reciclagem dos conhecimentos dos profissionais, mais focada em mat�rias como ci�ncia, tecnologia, engenharia e matem�tica. Tais �reas subsidiam maior habilidade em lidar com a organiza��o de dados, contribuem com a tomada de decis�es e at� mesmo a cria��o de modelos preditivos no apoio a um planejamento estrat�gico mais assertivo.”

Para a gerente da PwC Brasil, o mercado j� apresenta hoje um d�ficit de profissionais qualificados. Por exemplo, se falarmos exclusivamente do mercado de tecnologia, j� existem estudos que identificam um gap de mais de 45 mil profissionais qualificados para esse setor. E que, se n�o for suprido, pode trazer preju�zo da ordem de mais de R$100 bilh�es, nas receitas, at� 2020. O conceito da oferta e da procura faz com que os profissionais melhor qualificados tenham suas remunera��es inflacionadas, por serem considerados “elefantes brancos”, e sua contrata��o � o segundo maior impacto no or�amento dos neg�cios, aumentando os custos com pessoal acima do esperado. Para ela, n�o h� solu��es r�pidas quando se trata de fechar as lacunas de habilidades, das quais muitos executivos est�o preocupados este ano. “Globalmente, os CEOs veem 'reciclagem significativa' (reskilling) e 'melhorar a qualifica��o' como a melhor resposta do que recursos como tempo e investimento financeiro.”

TOMADA DE DECIS�O ASSERTIVA

S�lvia Martins destaca a import�ncia da an�lise de dados para uma organiza��o. “A contrata��o de altos executivos sempre se deu com base nos resultados produzidos por eles, somados ao seu perfil e �s suas compet�ncias. Estes, por sua vez, t�m por pr�tica comum tomar decis�es baseadas em sua vasta experi�ncia, expertise e conhecimento. A an�lise de dados possibilita uma tomada de decis�o mais efetiva, �gil e assertiva, � medida que a embasa por cen�rios reais do contexto de neg�cios em quest�o, e ainda possibilita utilizar a modelagem preditiva para o planejamento e a execu��o da estrat�gia.”

No Brasil, notamos um movimento ainda muito t�mido da presen�a de cientistas de dados. As organiza��es que desejarem manter sua competitividade precisam olhar e aprofundar o conhecimento sobre o perfil da sua for�a de trabalho, ampliando sua compreens�o sobre as compet�ncias necess�rias para acompanhar o mercado e atingir seus objetivos estrat�gicos

S�lvia Martins, gerente s�nior da PwC Brasil

Conforme S�lvia Martins, atualmente, percebemos que existe falta de consist�ncia na aplica��o dos modelos de dados, falta de integra��o (muitas vezes dentro de uma mesma �rea) e governan�a para garantir a confiabilidade das informa��es. “Tudo isso nos distancia da evolu��o da tecnologia que facilitaria a tomada de decis�es e, ainda mais, da cria��o de modelos preditivos.”

Diante desse cen�rio, at� que ponto a intelig�ncia artificial abarcar� novas fun��es na maneira de fazer neg�cios? Para a gerente, “a IA j� est� abarcando fun��es na maneira de fazer neg�cios. Em atendimento ao cliente, por exemplo, desde o uso de chatbots, que simulam uma conversa humana e automatizam o servi�o de orienta��es para d�vidas mais simples, at� mesmo o uso de apps, que facilitam a comunica��o para a �rea de vendas. Mas ainda h� espa�o para as empresas investirem em sistemas de armazenamento e an�lise de dados, que, certamente, v�o cada vez mais mudar a maneira de fazer neg�cios e prosperar. Isso exige dos profissionais de mercado adaptabilidade e outras habilidades para ocupar posi��es mais desafiadoras em colabora��o com a tecnologia”. 

CIENTISTAS DE DADOS

O analista de dados, t�o procurado pelo mercado, obrigatoriamente, precisa ser um profissional proativo para a resolu��o de problemas. “Na realidade, posso at� dizer que � mais comum ouvir o termo 'cientistas de dados' para denominar essa nova gera��o de profissionais anal�ticos. A combina��o das habilidades t�cnicas e comportamentais s�o fundamentais para resolver problemas complexos e assumir uma posi��o de parceiro do neg�cio. Assim, caber� ao cientista de dados apresentar as informa��es aos tomadores de decis�o, para que eles possam definir as estrat�gias do neg�cio a partir desses resultados. Seja para criar, melhorar ou descontinuar produtos ou servi�os, todas as decis�es ser�o baseadas em dados.”

(foto: Franck V/Unsplash )
(foto: Franck V/Unsplash )


O grande volume de dados que circula na internet (Big Data) e, consequentemente, dentro das organiza��es, tornou essa profiss�o uma das mais requisitadas. A escassez tamb�m n�o ocorre, porque n�o h� uma gradua��o superior, especificamente, de ci�ncia de dados? “Devemos levar em conta que, atualmente, n�o h� uma gradua��o espec�fica, j� que ci�ncia de dados � uma �rea relativamente nova no mercado, multidisciplinar e absorve profissionais formados no que o mercado nomeia como Science, Math, Engeneering and Technology (SMET), entre outros. � um desafio buscar, em um �nico profissional, todas as caracter�sticas de uma �rea de estudo. E, em tempos como o atual, em que a tecnologia faz parte do nosso dia a dia, outras compet�ncias v�m sendo valorizadas para esse profissional ter sucesso”, explica S�lvia Martins.

Assim, nesse cen�rio de desequil�brio entre oferta e demanda, o Brasil vive um cen�rio ruim. Na an�lise de S�lvia Martins, “no Brasil, notamos um movimento ainda muito t�mido da presen�a de cientistas de dados, em �reas como o RH, por exemplo. Por�m, se formos para regi�es, como Vale do Sil�cio, Israel e �ndia, esse j� tem sido um movimento mais natural, devido ao contexto de desenvolvimento tecnol�gico e ao uso de data analytics na tomada de decis�es do capital humano. Atualmente, o reskilling � uma demanda comum a todas as empresas, considerando o contexto atual de mudan�as e impactos tecnol�gicos local e global. As organiza��es que desejarem manter sua competitividade, precisam olhar e aprofundar o conhecimento sobre o perfil da sua for�a de trabalho, ampliando sua compreens�o sobre as compet�ncias necess�rias para acompanhar o mercado e atingir seus objetivos estrat�gicos”.

IMPACATO DA IA NA SOCIEDADE

Para S�lvia Martins, muitas posi��es existentes hoje ser�o extintas com o uso da tecnologia e, nesse sentido, os profissionais t�m a oportunidade de se reinventar para assumir desafios diferentes dos atuais. “� papel da empresa estabelecer uma rela��o de confian�a com seus profissionais e apoi�-los nesse desenvolvimento para transforma��o da for�a de trabalho mais efetiva e que impacte os resultados dos neg�cios positivamente. A iniciativa p�blica e privada tem contribui��o relevante no apoio aos profissionais em vencer o impacto das novas tecnologias e j� estamos atrasados. Uma cultura de adaptabilidade e aprendizagem ao longo da vida ser� crucial para disseminar amplamente os benef�cios da IA e de tecnologias relacionadas, principalmente em territ�rios que acompanham a tend�ncia de envelhecimento populacional e que os profissionais ter�o que trabalhar mais tempo para se sustentar.

(foto: Hitesh Choudhary/Unsplash )
(foto: Hitesh Choudhary/Unsplash )


Apesar do cen�rio desfavor�vel com rela��o � capacidade de an�lise, apontada por 54% dos entrevistados como uma dificuldade real na atualidade, h� outros pontos mencionados pelos CEOs. Metade dos profissionais levantaram o sigilo de dados (51%) e a baixa confiabilidade dos dados (50%) como outros desafios a serem superados. A incapacidade de efetivamente promover inova��o e os altos custos com pessoal tamb�m foram aspectos elencados.

E, de fato, a IA � uma realidade que tende a impactar cada vez mais setores da sociedade. A PwC, por exemplo, prev� um aumento de US$ 15,7 trilh�es no PIB mundial at� 2030, relacionado � aplica��o dessa tecnologia. At� o mesmo ano, espera-se que cerca de 30% dos empregos sejam automatizados, em especial aqueles envolvendo tarefas manuais. Nesse cen�rio, mais do que contratar ou desenvolver especialistas e cientistas de dados, � importante cultivar uma for�a de trabalho pronta para usar esses sistemas e estimular clientes a praticar um bom gerenciamento de seus dados.

COMPET�NCIAS VALORIZADAS

– Flu�ncia tecnol�gica: saber utilizar diferentes ferramentas e tecnologias para viabilizar estudos em big data

– Matem�tica e estat�stica: o conhecimento matem�tico para mapear padr�es e comportamentos

– Capacidade anal�tica: curiosidade e racioc�nio l�gico s�o caracter�sticas que est�o contidas dentro desse tema para persistir na busca por infer�ncias

– Comunica��o: t�o importante quanto obter a informa��o � saber comunic�-la para os stakeholders relevantes

– Conhecimento do neg�cio: sem conhecimento flu�do da disciplina estudada, � desafiador investigar rela��es causais e levantar hip�teses que fa�am sentido.


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