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Estado de Minas O PRE�O DO TRABALHO

Trabalhar para app rende menos por hora a motoristas e entregadores; veja sal�rios

IBGE divulgou nesta quarta-feira (25/10) dados sobre rendimento m�dio desses profissionais em compara��o a motoristas e motoboys que est�o fora de plataformas %u2013 como motoristas particulares, taxistas que n�o usam aplicativos e entregadores que prestam servi�os diretamente a empresas.


25/10/2023 10:04 - atualizado 25/10/2023 13:34
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celular, apoiado em painel de um carro, com mapa de navegação aberto. ao fundo, luzes de trânsito
Motoristas de aplicativo trabalham mais horas por semana do que colegas que atuam fora das plataformas, aponta IBGE (foto: Getty Images)

Motoristas e motoboys que trabalham por meio de aplicativos recebem valores menores por hora – e trabalham, em m�dia, mais horas por semana – do que colegas que atuam fora das plataformas.

As informa��es s�o parte de dados in�ditos divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) nesta quarta-feira (25/10).

A seguir, confira dados que tra�am o perfil desses trabalhadores no Brasil, al�m dos valores m�dios de rendimento desses profissionais em compara��o a motoristas e motoboys que est�o fora de plataformas – como motoristas particulares, taxistas que n�o usam aplicativos e entregadores que prestam servi�os diretamente a empresas fora das plataformas.

Sal�rio de motorista de aplicativo

Motoristas de aplicativos recebem, em m�dia, R$ 11,80 por hora trabalhada – ou 87% do ganho daqueles que atuam fora das plataformas (R$ 13,60).

E as jornadas s�o mais extensas: os motoristas de aplicativos trabalham, em m�dia, 7 horas a mais horas por semana (47,9 horas) que os que est�o fora das plataformas (40,9 horas).

No fim do m�s, os motoristas de aplicativo – com mais horas trabalhadas, chegam a um rendimento m�dio (R$ 2.454) ligeiramente superior aos ganhos dos que atuam fora de plataformas (R$ 2.412).


Motoristas (transporte de passageiros)

Horas de trabalho por semanaGanho por hora (R$)
Em plataforma*47,911,80
Fora de plataformas40,913,60
*App de t�xi ou outro app de transporte de passageiros no trabalho principal
Fonte: Pnad Cont�nua/IBGE

Considerando apenas o trabalho principal dos brasileiros, a estimativa � que havia em 2022 um total de 1,2 milh�o de pessoas ocupadas como condutores de autom�veis na atividade principal de transporte rodovi�rio de passageiros – 60,5% trabalhavam por meio de aplicativos de transporte (inclusive t�xi) enquanto 39,5% n�o utilizavam esses aplicativos.

Sal�rio de entregador de aplicativo

O ganho m�dio por hora de motoboys que trabalham com entrega por aplicativo (R$ 8,70) representa 73% da remunera��o por hora daqueles que n�o trabalham para plataforma (R$ 11,90).

Na mesma linha do que ocorre com os motoristas, a m�dia de horas trabalhadas por semana � maior para o motoboy que trabalha para aplicativo (47,6 horas) do que para os demais (42,8 horas).

No entanto, mesmo com jornadas mais extensas, o ganho m�dio no fim do m�s � menor para os que trabalham para plataformas (R$ 1.784) do que para os motoboys fora dos aplicativos (R$ 2.210).

Considerando os condutores de motocicletas em atividades de malote e entrega no trabalho principal, o IBGE estimou um total de 338 mil pessoas em 2022 – 50,8% atuando por meio de aplicativos de entrega, e 49,2% fora das plataformas.

Entregadores

Horas de trabalho por semanaGanho por hora (R$)
Em plataforma47,68,70
Fora de plataformas42,811,90
Fonte: Pnad Cont�nua/IBGE

Os valores de rendimento, segundo o IBGE, consideram a receita do trabalhador ap�s descontar despesas com aquele trabalho – como combust�vel, por exemplo, no caso de motoristas e entregadores.

Os dados sobre trabalhadores de plataformas, referentes ao 4º trimestre de 2022, foram divulgados pela primeira vez pelo IBGE – por isso, n�o h� ainda hist�rico que permita comparar o resultado com per�odos anteriores.

O IBGE informou que essas estat�sticas, parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios Cont�nua (Pnad Cont�nua), est�o em fase de teste e sob avalia��o.

O levantamento considera o trabalho principal de pessoas de 14 anos ou mais ocupadas no per�odo de refer�ncia da pesquisa.


pessoa dirige moto com mochila de entrega de alimentos
Mesmo trabalhando mais horas por semana, entregadores de aplicativo recebem menos ao fim do m�s do que colegas que atuam fora de plataformas (foto: Getty Images)

Regras para trabalho por aplicativo?

Os dados divulgados nesta quarta-feira jogam luz sobre um tema que vem sendo discutido no Brasil e no mundo – os desafios trazidos pelo trabalho por plataforma, uma modalidade que n�o se enquadra em todas as caracter�sticas de empregados tradicionais e tampouco de aut�nomos da forma que conhecemos.

O n�mero de plataformas digitais de trabalho quintuplicaram em todo mundo na �ltima d�cada, segundo relat�rio da OIT de 2021.

Veja nesta reportagem da BBC News Brasil como outros pa�ses lidam com o tema – e onde trabalhadores dessa �rea t�m mais direitos do que no Brasil.

No Brasil, o Minist�rio do Trabalho e Emprego prepara uma proposta de regulamenta��o do trabalho para aplicativos – o texto seria enviado ao Congresso at� o fim de setembro, segundo o governo, mas isso ainda n�o aconteceu.

O Minist�rio do Trabalho e Emprego respondeu na ter�a-feira (24/10) que o projeto de lei ainda “est� em constru��o” e que a previs�o � de envio ao Congresso at� o fim da pr�xima semana.

Sem prote��o: trabalhadores por app longe da Previd�ncia

Em um ponto fundamental para a discuss�o de pol�ticas nessa �rea, a pesquisa mostrou que os trabalhadores de plataformas est�o menos protegidos pela Previd�ncia do que os demais trabalhadores no setor privado.

S� 23,6% dos motoristas de app faziam contribui��es � Previd�ncia – o que significa que mais de sete a cada dez estavam desprotegidos pelo INSS. A taxa para motoristas que atuavam fora de plataformas era de quase 44%.

Entre os motoboys de aplicativo, s� 22,3% contribu�am com o INSS, enquanto a taxa era de quase 40% para os que atuam fora das plataformas.

A BBC News Brasil j� havia mostrado, nesta reportagem, a estimativa de que apenas um a cada quatro entregadores e motoristas aut�nomos paga contribui��o ao INSS, segundo pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea) e do IBGE.

Os trabalhadores que n�o contribuem com a Previd�ncia Social, al�m de n�o terem seu tempo de trabalho contado para a aposentadoria, n�o est�o protegidos em casos de acidentes ou de doen�as que exijam afastamento do trabalho. Tamb�m n�o recebem sal�rio-maternidade e n�o deixam pens�o por morte para dependentes.

Homem de 25 a 39 anos: quem s�o os trabalhadores de app no Brasil


homem sentado em banco do motorista, com camiseta vermelha, mexe em celular posicionado no painel do carro
Mais de 7 a cada 10 motoristas de app n�o est�o protegidos pela Previd�ncia (foto: Getty Images)

Os dados gerais da pesquisa consideram, al�m de motoristas e motoboys, outros brasileiros que atuam por meio de outros tipos de aplicativos, como de presta��o de servi�os gerais ou profissionais – faxina, lavagem, cuidado de pessoas, reformas e reparos, entre outros.

A quantidade de brasileiros ocupados no 4º trimestre de 2022 – desconsiderando os empregados no setor p�blico e militares – foi estimada em 87,2 milh�es.

Desse total, 1,49 milh�o de pessoas trabalhavam por meio de plataformas digitais de servi�os – com uma concentra��o no Sudeste de quase 58% do total de trabalhadores plataformizados.

E quais s�o os tipos de aplicativos de servi�os mais usados como plataforma de servi�o por esses trabalhadores, segundo a pesquisa?


  • 47,2% (704 mil pessoas): aplicativos de transporte particular de passageiros (exceto aplicativo de t�xi);
  • 39,5% (589 mil pessoas): aplicativos de entrega de comida e de produtos;
  • 13,9% (207 mil pessoas): aplicativos de t�xi;
  • 13,2% (197 mil pessoas): aplicativos de presta��o de servi�os gerais ou profissionais (faxina, cuidado de pessoas, reformas etc)

A soma dos percentuais acima supera 100% porque o mesmo trabalhador pode usar, em seu trabalho principal, mais de um tipo de plataforma – por exemplo, aplicativo de t�xi e de transporte particular.

E qual � o perfil desses trabalhadores?

Os trabalhadores por aplicativo s�o principalmente homens (mais de 81% do total), uma propor��o bem maior do que a parcela masculina na m�dia geral dos trabalhadores ocupados fora do setor p�blico (59%).

Quase metade (mais de 48%) das pessoas que trabalhavam por meio de plataformas estava no grupo de 25 a 39 anos. A taxa para esta faixa et�ria, entre trabalhadores que est�o fora das plataformas, era de 39,5%.

Em rela��o ao n�vel de instru��o, a maioria dos trabalhadores de app tinha n�vel m�dio completo ou superior incompleto (mais de 61%). O mesmo grupo, entre a popula��o de trabalhadores fora das plataformas, representava 43%.

Depend�ncia?

A pesquisa tamb�m procurou medir o n�vel de depend�ncia sentido pelos trabalhadores em rela��o �s plataformas, em aspectos como o valor a ser recebido pelo trabalho realizado, clientes a serem atendidos, prazo para realiza��o de tarefas, e forma de recebimento do pagamento.

O IBGE concluiu que “h� diferen�as substanciais entre os tipos de aplicativos de servi�os em rela��o � depend�ncia dos trabalhadores”.

Os maiores graus de depend�ncia em rela��o � plataforma foram identificados, segundo o IBGE, para trabalhadores de aplicativos de transporte de passageiros (exceto aplicativo de t�xi) e entregadores em aplicativos de entrega.

Na outra ponta, com menor grau de depend�ncia, aparecem aqueles que utilizavam plataformas de presta��o de servi�os gerais ou profissionais.

Por exemplo, na pergunta sobre o valor a ser recebido por tarefa entregue, 97,3% das pessoas que trabalhavam por meio de aplicativo de transporte particular de passageiros (fora t�xi) afirmaram que o valor era determinado pelo aplicativo. Para outras plataformas, os percentuais foram: 84,3% para aplicativos de entrega, 79,9% para aplicativos de t�xi, e 31,9% para aplicativos de presta��o de servi�os gerais ou profissionais.

O levantamento tamb�m mediu a influ�ncia dos aplicativos na determina��o da jornada de trabalho, com potenciais estrat�gias usadas por plataformas, como incentivos, b�nus ou promo��es que mudam os pre�os; amea�as de puni��es ou bloqueios realizados pela plataforma; e sugest�o de turnos e dias pela plataforma. O IBGE disse que observou, tamb�m, a possibilidade de escolha de dias e hor�rios de forma independente.

Por exemplo, no grupo de pessoas que trabalhavam para aplicativos de transporte de passageiros (fora t�xi), 63,2% afirmaram que a jornada de trabalho era influenciada por meio de incentivos, b�nus ou promo��es que mudam os pre�os; 42,3%, por amea�as de puni��es ou bloqueios realizados pela plataforma; e 29,2%, por meio de sugest�o de turnos e dias.

Mesmo nesse cen�rio, 83,8% desses trabalhadores afirmaram ter a possibilidade de escolha de dias e hor�rios de forma independente.


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