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Estado de Minas

Laptops ficam guardados sem uso em escola de Bras�lia por falta de infraestrutura

Faltam arm�rios para guardar os equipamentos e a internet � lenta


postado em 30/01/2012 08:55 / atualizado em 30/01/2012 09:02

Bras�lia – A dire��o do Centro de Ensino 10 da Ceil�ndia, cidade da periferia de Bras�lia, no Distrito Federal, ficou animada quando soube que a escola tinha sido escolhida para participar do programa Um Computador por Aluno (UCA), do governo federal. A expectativa era que os laptops que seriam distribu�dos para cada um dos 470 estudantes de ensino fundamental pudessem mudar o dia a dia em sala de aula. Mas o equipamento que tinha potencial para transformar o projeto pedag�gico se tornou mero coadjuvante em fun��o das dificuldades estruturais. A internet � muito lenta e n�o suporta um grande n�mero de acessos simult�neos. Por isso as turmas precisam fazer um “rod�zio” e os computadores passam a maior parte do tempo trancados dentro do arm�rio. Em algumas turmas os alunos s� usam a m�quina uma vez por semana.

Al�m da internet lenta, outra falha estrutural dificulta a utiliza��o dos laptops: faltam arm�rios nas salas de aula para guardar os equipamentos. No projeto original, cada sala seria equipada com arm�rios espec�ficos para acomodar os computadores. Mas os m�veis nunca chegaram e por isso a escola armazena quase metade dos equipamentos recebidos em um arm�rio que fica no laborat�rio e tem cadeados para garantir que os aparelhos n�o sejam furtados. Com isso, as m�quinas que eram para ser de uso individual s�o dividas pelas turmas do turno da manh� e da tarde.

“N�s tivemos que fazer algumas adapta��es. Como n�o t�nhamos onde guardar, n�s pegamos parte dos computadores e deixamos no arm�rio que tem cadeado. No come�o todos os dias n�s traz�amos do laborat�rio para a sala de aula e devolv�amos no final, mas a gente perdia muito tempo nesse tr�nsito. Por isso pelo menos 100 computadores dos 470 que recebemos ficam guardados l� sem uso”, explica a supervisora pedag�gica, Cl�udia Sousa.

No Distrito Federal, apenas sete escolas foram beneficiadas pelo programa do Minist�rio da Educa��o (MEC). � Secretaria de Educa��o do DF cabia o apoio t�cnico para que o projeto estivesse em pleno funcionamento. Mas a escola ainda n�o conseguiu contar com o �rg�o para resolver simples problemas como o dos arm�rios. Cl�udia acredita que as dificuldades impedem que o projeto seja explorado em todo o seu potencial. Segundo ela, a experi�ncia �, �s vezes, frustrante – tanto para professores como para alunos.

“Acho que poderia ser muito mais rico. Tem dia que a internet n�o funciona e �s vezes o professor preparou uma aula e sai todo mundo frustrado porque o trabalho n�o pode ser feito. O professor, na verdade, tem a faca e o queijo na m�o porque embora alguns tenham resist�ncia ao uso do computador, os alunos caminham com as pr�prias pernas. S� que a gente esbarra nos problemas”, diz.

O UCA j� est� passando por uma segunda fase. Agora, os laptops n�o s�o mais distribu�dos pelo MEC, mas podem ser adquiridos por prefeituras e governos estaduais, com recursos pr�prios e a pre�os reduzidos. O diretor de Formula��o de Conte�dos Educacionais da Secretaria de Educa��o B�sica do MEC, S�rgio Gotti, alerta que se n�o houver a infraestrutura necess�ria para apoiar o projeto, a compra dos computadores vira “um tiro no p�”.

Mesmo com as dificuldades, Cl�udia conta que o impacto do UCA no aprendizado � positivo. Os alunos ficam mais motivados porque t�m outra ferramenta � disposi��o al�m dos livros e do quadro negro. “No dia do UCA ningu�m falta”, diz. Cada professor escolhe como e quantas vezes por semana ir� utilizar os laptops – com exce��o da internet que segue um cronograma de uso para cada turma. Os alunos fazem pesquisas sobre os conte�dos que est�o sendo desenvolvidos em sala ou brincam com os jogos educativos que j� v�m instalados na m�quina.

“A gente costuma entrar nos jogos ou pesquisar imagens. Mas antes tem que mostrar para a professora porque ela tem medo que a gente entre em site de namoro”, conta a aluna Mariana Santos, 9 anos, aluna do 4° ano do ensino fundamental . “Ele [o computador] � muito lento, o da minha casa � mais r�pido. Mesmo assim, a gente queria usar mais na sala de aula”, completa a aluna.

O secret�rio de moderniza��o e tecnologia da Secretaria de Educa��o do DF, Luiz Roberto Moselli, avalia que foi um “erro” n�o garantir a infraestrutura necess�ria ao projeto na �poca em que os computadores foram entregues. Segundo ele, o �rg�o come�ar� em 2012 um projeto para garantir a conectividade em 100% das escolas, com velocidade maior do que atual.

“Estamos fazendo um plano diretor de inform�tica para inserir a tecnologia na educa��o de forma bastante ambiciosa”, diz. De acordo com ele, o pedido dos arm�rios j� foi feito, mas como as pe�as ser�o fabricadas sob medida, o CEF 10 da Ceil�ndia come�ar� o ano letivo ainda sem os m�veis, que devem chegar at� o fim do primeiro semestre.

“A aquisi��o pelos estados e munic�pios tem que ser uma escolha muito consciente. Se as escolas n�o t�m estrutura suficiente para suportar, n�o t�m conectividade, ele [o laptop] n�o vai ser trabalhado dentro de todo o seu potencial. Eles n�o ficam encostados porque, de alguma forma, s�o utilizados, mas acaba que voc� n�o tem o efeito desejado”, diz.


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