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Estado de Minas

Programa da Unicamp combate a evas�o

Desconhecimento sobre o curso escolhido gera uma expectativa que n�o � correspondida


postado em 03/02/2013 09:41

Quando se pergunta a um estudante de uma institui��o privada o porqu� de ele desistir de um curso, a resposta � previs�vel e taxativa: a maioria diz que n�o conseguiu arcar com os custos da mensalidade. Mas o que faz um aluno desistir de cursar sua gradua��o em uma das melhores universidades p�blicas do Pa�s?

Para responder a essa pergunta, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) decidiu escutar esses universit�rios prestes a se desligarem do curso ou da institui��o. "Havia muitos pedidos de remanejamento interno, os alunos estavam insatisfeitos", conta a psic�loga Rafaela de Menezes Souza Brissac, respons�vel pelo desenvolvimento de todos os m�dulos do Projecta, o programa de orienta��o da carreira da institui��o.

No Pa�s todo, s�o 1,7 milh�o de universit�rios nas institui��es p�blicas e o �ndice m�dio de evas�o anual � de 11%. Isso significa que, de 100 alunos matriculados em um ano, 11 n�o renovam a matr�cula no seguinte. Na Unicamp, o �ndice de 2011, o �ltimo divulgado, foi de 8,38%.

Por l�, desde que o Projecta teve in�cio, em 2011, foram mais de 2,5 mil beneficiados. S� no ano passado, foram mais de 1,5 mil estudantes atendidos no projeto que, al�m da orienta��o a quem est� insatisfeito com o curso, ajuda tamb�m os formandos no planejamento da carreira e no preparo para os processos seletivos das corpora��es que est�o de olho nesse p�blico qualificado, mas que estranha a imaturidade corporativa de boa parte dos rec�m-formados.

Matheus Antonio Borges, de 23 anos, foi um dos beneficiados. Em 2010, ele foi aprovado no curso de Engenharia da Computa��o. No meio do ano seguinte, percebeu que n�o tinha talento para a �rea. "Dia ap�s dia, eu tinha certeza de que tinha me enganado. N�o me interessava pelas disciplinas, n�o conseguia me ver naquilo o resto da vida."

Foi quando soube do Projecta. Durante alguns meses, ele assistiu a palestras, participou de din�micas de grupo e recebeu atendimento individual de psic�logos. "Foi bom ver que eu n�o era o �nico a ter esses dilemas que parecem estranhos quando a gente est� numa institui��o de ponta. As reuni�es eram quase um Alco�licos An�nimos", brinca. "Eu tinha os menores problemas. L� tinha gente muito perdida, alguns deprimidos �s v�speras da formatura."

Todo o processo lhe fez ter mais convic��o da decis�o equivocada. "Percebi que tinha feito a escolha pela credibilidade da institui��o. Como a Engenharia de Computa��o da Unicamp � a melhor do Pa�s, acabei sugestionado, sem ter conhecimento do que era o curso." Consciente de que estava perdendo tempo, prestou Engenharia Mec�nica na pr�pria Unicamp e foi aprovado. Vai iniciar, em 2013, o 3.º semestre. "Agora, sim, estou feliz. Gosto das aulas e at� j� consegui um est�gio."

Motivos
O desconhecimento sobre o curso escolhido gera uma expectativa que n�o � correspondida e, logo, torna-se uma das principais raz�es da evas�o nas institui��es p�blicas. Al�m disso, pesam fatores como a precocidade da escolha da especialidade - caso das Engenharias, em que o vestibulando j� deve optar se quer Civil ou Mec�nica, por exemplo -, o d�ficit de repert�rio da Educa��o B�sica e a dificuldade de se adaptar � metodologia da academia, que exige mais autodisciplina.

"Isso � t�o claro que o �ndice de evas�o nos anos iniciais � muito mais alto", afirma o consultor Roberto Lobo, diretor do Instituto Lobo para o Desenvolvimento da Educa��o. "� por isso que os cursos de nivelamento s�o important�ssimos. Para n�o perder seus alunos, as universidades p�blicas precisam cuidar dessa forma��o heterog�nea da turma, buscar a equidade." Afinal, evas�o significa recursos p�blicos investidos sem o devido retorno, al�m de gerar ociosidade de professores, equipamentos e espa�o f�sico.


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