
Dostoi�vski, Shakespeare e Jorge Amado, por exemplo, est�o dispon�veis em mais de um idioma. O acervo com quase 20 mil volumes conta ainda com exemplares de cat�logos de 18 exposi��es feitas na Casa Fiat de Cultura, como Rodin, Chagall, Guignard e Caravaggio. As p�ginas amareladas s�o o indicativo do tempo para a edi��o de 1927 de Sert�es, de Euclides da Cunha, e Voici ton maitre, de Marcel Pr�vost, edi��o parisiense de 1930. Al�m de raridades, o acervo tem tamb�m obras contempor�neas. “Precisamos estar atentos � nova literatura, deixando clara a import�ncia dos cl�ssicos para a forma��o humana”, diz M�rcia Naves, diretora-geral da Funda��o Torino.
Indagada sobre o motivo de abrir a biblioteca ao p�blico externo, ela devolve a pergunta: “Por que n�o?”. “Isso remete muito ao papel da escola de estar em todos os pontos de contato de uma pessoa que quer aprender. E ao meu sonho de que todos tenham a possibilidade de acesso � educa��o. Se � poss�vel, por que n�o? Vai muito al�m dos muros da escola”, diz.
Uma vers�o de Dom Quixote feita para estudantes do ensino fundamental, com tradu��o de Ferreira Gullar e ilustra��es de Gustave Dor�, � uma das obras preferidas da diretora. “S�o poucas as escolas brasileiras hoje preocupadas em trazer os cl�ssicos, importantes pois posicionam at� nosso car�ter. Trazer isso para um adolescente � muito interessante”, ressalta. A biblioteca se abriu ao p�blico pouco a pouco. Em abril, os pais de alunos foram os primeiros a poder frequent�-la.
Depois do Atentado Po�tico, projeto feito desde 2003 no qual os alunos saem �s ruas de BH para “abandonar” livros em diversos pontos da cidade de forma coordenada e simult�nea, � hora de fazer o caminho inverso e convidar as pessoas a irem at� a escola. A iniciativa � uma parceria do col�gio com a Casa Fiat de Cultura, que doou v�rias obras para o acervo e ainda manter� em suas depend�ncias, na Pra�a da Liberdade, um totem para consulta e reservas dos t�tulos dispon�veis. Mas a retirada dos livros � feita exclusivamente na sede da Funda��o, no Belvedere.
SENSIBILIDADE O lan�amento oficial das atividades p�blicas da biblioteca ser� feito durante o projeto Divinas Conversas, uma inspira��o do cl�ssico Divina Com�dia, do italiano Dante Alighieri. Trata-se de um ciclo de confer�ncias que traz nesta quarta edi��o o poeta, letrista e roteirista Geraldo Carneiro falando sobre “Os 400 anos da morte de Shakespeare”. A palestra ser� hoje, �s 19h30, no audit�rio da Funda��o Torino, com entrada gratuita. O evento ocorre uma vez por m�s e tem a contribui��o dos professores da escola internacional.
Essa mistura de literatura, arte e sensibilidade � a s�ntese do espa�o onde o p�blico ter� acesso para explorar o acervo da funda��o. “O homem precisa cada vez mais trazer a sensibilidade para sua forma��o. Nas carreiras tradicionais, na m�sica ou no cinema, � importante a forma��o liter�ria, da arte, da cultura para ter essa vis�o sist�mica da vida. Temos dois lados, o direito e o esquerdo. Precisamos desse lado ambidestro, um pouco de raz�o e emo��o na vida”, afirma M�rcia. Falando em arte e literatura, nada mais justo que lembrar Guimar�es Rosa. “O homem nasceu para aprender. Aprender tanto quanto a vida lhe permite. E como escola, temos que trazer isso em nossa mente e ajudar as pessoas a terem acesso a esse aprendizado.”
Carteira de associado
Os interessados em empr�stimos precisam fazer uma carteira de associado. Basta apresentar documentos pessoais e comprovante de endere�o. A partir do cadastro, a pessoa tem direito a tr�s publica��es emprestadas por um per�odo de sete dias. As normas para empr�stimos e outros servi�os est�o no regulamento da biblioteca e podem ser acessadas pelo site: www.fundacaotorino.com.br. Ela funciona de segunda a sexta-feira, das 7h30 �s 17h45. Mais informa��es
pelo e-mail: [email protected] ou pelo telefone 3289-4237.