
Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An�sio Teixeira (Inep), em 98,52% dos casos, a nova data foi agendada devido �s ocupa��es estudantis nos locais de provas, em protesto contra a medida provis�ria que flexibiliza o curr�culo do ensino m�dio e contra a proposta de emenda � Constitui��o que fixa um teto para os gastos p�blicos pelos pr�ximos 20 anos. Os demais estudantes afetados pelo adiamento sofreram com conting�ncias na primeira aplica��o do exame, como queda de energia el�trica.
Vanessa dos Santos Gomes, de 20 anos, realizaria a prova no m�s passado no campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde a aplica��o do Enem foi cancelada, mesmo em pr�dios que n�o estavam ocupados. Com o adiamento, ela precisou se deslocar ao bairro de Lourdes, em um edif�cio do Centro Universit�rio UNA. O novo local fica cerca de dez quil�metros de dist�ncia da UFMG. “Gostei muito n�o. Meu local de prova anterior era muito mais pr�ximo da minha casa”, reclama.
A estudante faz uma pondera��o sobre as ocupa��es: “Eu n�o tiro a raz�o porque essa PEC ir� afetar n�s todos. Por outro lado, os manifestantes atrapalharam quem queria fazer a prova. Nesse sentido acho que foi errado”.
Para Vanessa, o adiamento deveria ter ocorrido para todos os inscritos, dando mais seguran�a em rela��o � isonomia do exame. “Seria melhor se a medida atingisse a todos. Eu n�o quis ver e n�o sei como foi a primeira prova”, diz. No m�s passado, estudantes que prestaram o exame tamb�m n�o aprovaram a mudan�a de data para apenas alguns inscritos. Por sua vez, o Inep assegurou que as provas teriam o mesmo n�vel de dificuldade.
A dist�ncia do novo local de prova tamb�m foi criticada por Victor Alexandre da Silva, de 18 anos. Ele prestaria o exame na regi�o de Venda Nova, onde mora. Com a mudan�a, ele percorreu cerca de 15 quil�metros at� o Centro Universit�rio UNA. Apesar de a localiza��o ter lhe desagradado, ele considera o adiamento bem-vindo. “Tive mais tempo para estudar”, diz.
Victor disse que n�o se preocupou em conhecer as quest�es aplicadas em novembro porque sabia que os exerc�cios seriam bem diferentes, embora ele acredite que o n�vel de dificuldade tenha sido semelhante. O estudante evitou se posicionar sobre as ocupa��es: “Tem gente s�ria e gente que est� l� s� para fazer bagun�a. Vamos ver o que vai dar isso a�.”
Sem pretens�es
Candidatos que realizaram o Enem sem grandes pretens�es tamb�m lamentaram a dist�ncia do novo local de prova. Vitor Mendes, de 15 anos, ainda n�o tem idade para ingressar no ensino superior. Mesmo assim, decidiu fazer o exame como experi�ncia. Em novembro, ele tamb�m realizaria a prova na regi�o de Venda Nova e, desta vez, precisou deslocar-se para o bairro de Lourdes. Apesar de se considerar prejudicado, Vitor n�o tira a raz�o dos estudantes que participam das ocupa��es: “Eles t�m raz�o. Essa PEC vai afetar a educa��o e trar� dificuldades principalmente para as fam�lias de baixa renda”.
Durante a prepara��o, Vitor resolveu as quest�es aplicadas no m�s passado e discordou da equival�ncia das avalia��es. “A de hoje estava mais dif�cil. Principalmente matem�tica estava mais complicado”, constata.
A assistente financeira Viviane Ramos, 38 anos, n�o teve interesse em conhecer a prova aplicada em novembro. “Eu me inscrevi no Enem por curiosidade. Formei em 1998. J� estou at� fazendo especializa��o”, explica. Ela n�o viu problemas no adiamento do exame, mas tamb�m confessou que queria ter feito as provas mais pr�ximo de casa. No m�s passado, ela realizaria o exame na Escola Estadual Maria Luiza Miranda Bastos, no bairro Planalto, a 14 quil�metros do novo local, o Centro Universit�rio UNA.