
A ANA foi aplicada em novembro de 2016, quando quase 90% dos estudantes avaliados tinham 8 anos ou mais. No Brasil, mais da metade dos estudantes t�m n�vel de leitura insuficiente (54,73%). Na escrita, esse percentual cai para 33,85%. Na matem�tica, 54,4% das crian�as sabem menos do que deveriam.
Os alunos de Minas Gerais ocupam a primeira posi��o em leitura – 62,35% t�m n�vel suficiente, dos quais 23,29% chegaram ao n�vel desej�vel. Na escrita, Minas cai para o quarto lugar, com 79,25% dos estudantes com aprendizado considerado suficiente. Mas, entre os que est�o com profici�ncia desej�vel, o percentual � de apenas 16,1%. Na matem�tica, Minas fica atr�s apenas de Santa Catarina, com 62,17% dos meninos com dom�nio suficiente, sendo 40,68% deles com aprendizado pleno.
A superintendente de Avalia��o Educacional da Secretaria de Estado de Educa��o (SEE), Geniana Guimar�es Faria, ressalta que a boa not�cia � a redu��o do desvio-padr�o os estudantes. “Estamos conseguindo diminuir a quantidade de alunos no n�vel elementar. Mais que verificar o percentual de alunos no n�vel desejado, o que chama a aten��o � termos diminu�do o intervalo entre os que sabem menos e os que sabem mais. O grande safio � n�o deixar ningu�m para tr�s”, afirma.
Os resultados ruins em leitura levaram, h� dois anos, a discuss�es na Escola Municipal Marphiza Magalh�es Santos, em Santa B�rbara, na Regi�o Central de Minas. Na �poca, foi criada a roda liter�ria para aproximar autores das crian�as. A partir dela, conheceram um g�nero po�tico novo, sint�tico, composto por seis palavras, criado por um grupo de autores da cidade de Mariana, na mesma regi�o: o “albrasilhando”. Ideal para trabalhar com os alunos com dificuldade em leitura.
O g�nero rendeu frutos. Na semana passada, a a��o cademia de Letras Infantojuvenil em Escola P�blica, feita em parceria com a Academia Brasileira de Autores Aldravianos Infantojuvenil, foi selecionada na etapa regional da 12ª edi��o do Pr�mio Ita�-Unicef, cujo objetivo � reconhecer e estimular as parcerias entre Organiza��es da Sociedade Civil e escolas p�blicas no desenvolvimento de a��es socioeducativas que ampliem tempos, espa�os e conte�do de aprendizagem para crian�as e adolescentes na faixa et�ria dos 6 aos 18 anos.
Palavra de especialista
Sonia Barbosa Dias, coordenadora na Ger�ncia de Programas da Funda��o Ita� Social
Defasagem que se acumula
“O fato de o n�vel de leitura e conhecimento da matem�tica das crian�as at� 8 anos se mostrar t�o desafiador s� refor�a a necessidade de avan�ar para uma educa��o de maior qualidade como um todo e, nesse caso, na educa��o infantil e s�ries iniciais. Uma crian�a de 8 anos que tem dificuldade para ler textos escolares e resolver problemas b�sicos de matem�tica n�o � prejudicada apenas nessas disciplinas, mas tende a acumular defasagens de aprendizagem em outras. Sem falar no seu acesso a outras manifesta��es da l�ngua escrita e de solu��o de problemas. � preciso cuidar para que as crian�as nessa faixa et�ria possam avan�ar e superar suas dificuldades escolares com apoio de seus professores e comunidade escolar, mas para isso tamb�m � preciso olhar para que o docente possa diferenciar estrat�gias e acompanhar esses alunos. Al�m disso, � preciso destacar que as defasagens de aprendizagem que podemos encontrar em outros n�veis de ensino como o fundamental e o ensino m�dio t�m origem nos momentos anteriores da escolariza��o.”