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Estado de Minas

Resultado do Enem mostra que metade dos candidatos n�o ''passaria de ano''

Alunos que fizeram o Enem t�m at� sexta-feira para se inscrever em at� duas op��es de cursos no Sisu. A principal avalia��o do pa�s constata um n�vel de conhecimento pela metade


postado em 23/01/2018 06:00 / atualizado em 23/01/2018 17:13

Candidatos disputam vagas nas principais instituições superiores do país, como a Universidade Federal de Minas Gerais, que vai ofertar mais de 6.300 vagas (foto: Ramon Lisboa/EM/DA Press - 5/11/17)
Candidatos disputam vagas nas principais institui��es superiores do pa�s, como a Universidade Federal de Minas Gerais, que vai ofertar mais de 6.300 vagas (foto: Ramon Lisboa/EM/DA Press - 5/11/17)


Os candidatos a vagas em institui��es p�blicas de ensino superior t�m at� sexta-feira para se inscrever em at� duas op��es de cursos. As inscri��es s�o feitas pelo sistema informatizado no endere�o www.sisu.mec.gov.br e est�o abertas para quem j� terminou o ensino m�dio, fez o Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem) 2017 e n�o zerou a prova de reda��o. O aluno deve ter em m�os o n�mero de inscri��o e a senha do Enem. Em 2018, s�o ofertadas 239.601 vagas e, ao todo, s�o 130 institui��es federais e estaduais, 19 delas em Minas.


Os selecionados na primeira op��o devem se matricular entre 30 de janeiro e 7 de fevereiro. Os n�o selecionados para a primeira op��o podem entrar em lista de espera, que estar� dispon�vel entre 2 e 7 de fevereiro, e fazer sua matr�cula a partir do dia 9. O Sistema de Sele��o Unificada (Sisu), gerenciado pelo Minist�rio da Educa��o (MEC), � a ferramenta informatizada pelo qual institui��es p�blicas de educa��o superior oferecem vagas a candidatos participantes do Enem.


Algumas institui��es de ensino adotam o crit�rio de a��es afirmativas reservando cotas. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) vai ofertar no Sisu mais de 6.300 vagas, metade reservada para pol�ticas afirmativas. Diariamente, o Sisu vai divulgar a nota de corte para cada curso. Nota de corte � aquela para ficar entre os selecionados em um curso, tendo como base o n�mero de vagas e o total de candidatos inscritos, servindo de monitoramento das inscri��es.


Ao acessar o sistema, o candidato deve escolher, por ordem de prefer�ncia, at� duas op��es de curso, seja na mesma institui��o ou em institui��es diferentes. Funcionam como duas op��es, inclusive, aqueles cursos da mesma gradua��o na mesma universidade, quando as aulas s�o em turnos diferentes.


Passado o exame, � hora das an�lises. Os resultados divulgados na �ltima semana pelo MEC mostram que a educa��o b�sica anda a passos lentos. A principal avalia��o do pa�s constata um n�vel de conhecimento pela metade. As m�dias gerais das provas objetivas das �reas de conhecimento cobradas no teste n�o passaram de 519,3 pontos, de um total de mil. Fosse numa escola regular, onde normalmente se exige 60% da totalidade de pontos distribu�dos para “passar de ano”, muita gente seria reprovada. Os treineiros, estudantes que ainda n�o se formaram no ensino m�dio, se destacam com as m�dias mais altas em todas as �reas. Para especialista, resultado de um lado e de outro escancara as defici�ncias no sistema nacional de ensino.

REPROVA��O Na prova de c�digos e linguagens, que envolve portugu�s, literatura e l�ngua estrangeira, 92,5% dos alunos seriam reprovados. Esse percentual de participantes, que se traduz em 4,3 milh�es de pessoas de um total de 4,7 milh�es, alcan�ou menos de 600 pontos. A m�dia geral desse teste foi 510,2, bem abaixo da do ano passado (520,5). Apenas uma pessoa no pa�s inteiro obteve a pontua��o m�xima. Em ci�ncias humanas, 82,7% dos participantes ficaram abaixo dos 600 pontos (3,8 milh�es). A �rea teve a maior m�dia geral entre as quatro objetivas: 519,3.


No segundo dia do Enem, quando 4,4 milh�es de pessoas compareceram aos locais de prova, matem�tica daria bomba em 79,5% dos participantes com m�dia inferior a 600 pontos. E o “bicho-pap�o” dos estudantes teve um salto e tanto, uma vez que a m�dia geral passou de 489,5 pontos na edi��o de 2016 para 518,5 no ano passado. J� as mat�rias ligadas a biologia, qu�mica e f�sica tamb�m n�o seriam complacentes, reprovando 87% de seus estudantes – um universo de 3,9 milh�es de pessoas. Nessa �rea, tamb�m houve aumento da m�dia geral: de 477,1 para 510,6. Com tantas defici�ncias, a reda��o n�o poderia ser diferente e tamb�m faria muitos alunos repetirem o ano: 70% ou pouco mais de 3 milh�es. A m�dia da escrita foi a maior de todas: 558 pontos.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)
 

Treineiros batem bol�o nas provas

 

Outro ponto que revela as falhas no ensino brasileiro � o desempenho dos treineiros. Em todas as �reas eles se sa�ram muito melhor que o resto dos participantes. A m�dia deles � at� 20 pontos mais que a geral e a de concluintes. Geraldo J�nio explica que o perfil � diferente: eles est�o vivenciando o conte�do no dia a dia da fase escolar, enquanto a maioria dos outros candidatos j� se formou h� algum tempo e est� fora da sala de aula.


Al�m disso, h� a condi��o socioecon�mica: o estudante que ainda n�o concluiu o ensino m�dio n�o tem isen��o da taxa do Enem, revelando, ent�o, a prov�vel participa��o de estudantes de escolas particulares e as disparidades nos sistemas de ensinos.


“Os meninos de poder aquisitivo menor nem sempre ter�o a oportunidade de prestar como treineiro. Assim, entra a� uma outra quest�o da pr�pria condi��o social que influencia a educa��o privada. As universidades p�blicas precisaram criar cotas, sen�o seriam institui��es para atender apenas estudantes de escolas particulares”, ressalta o educador.

 

“O fator financeiro com certeza exclui boa parte da popula��o mais carente que poderia participar como treineiro. Assim, essas notas s�o o resultado de quem tem acesso a bens culturais e educacionais e est� com a m�o na massa em sala de aula.”

 

Provas com perfil acad�mico

 

 

A queda em m�dias, que h� anos j� n�o s�o satisfat�rias, tem uma explica��o, na opini�o do diretor do Col�gio Arnaldo, Geraldo J�nio dos Santos, que j� atuou como consultor do MEC. “At� 2012, as provas eram elaboradas por professores do ensino m�dio. Depois, come�aram a ser feitas por centros universit�rios e, no ano passado, por professores de universidades dentro do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An�sio Teixeira), ganhado um car�ter mais cient�fico e acad�mico”, diz. O novo perfil da banca se refletiu em quest�es mais conteudistas e com muitas f�rmulas, que geraram, inclusive, reclama��o dos participantes nos dias do Enem. “Esse tipo de mudan�a � ruim para alunos com mais trato com quest�es interpretativas, mas melhor para aqueles com perfil de enunciados com f�rmulas”, analisa o diretor do Arnaldo.


Ele garante que, mesmo nesse modelo, nem de longe o exame se assemelha aos antigos vestibulares. “Antes, era o estilo decoreba. As quest�es continuam tendo o texto suporte e a quest�o de comando pedindo interpreta��o se mant�m como um pr�-texto para os alunos responderem. Se n�o, a prova de ci�ncias humanas, por exemplo, correria o risco de se tornar um teste de linguagens, como antes, em que ci�ncias nada mais era que um teste de portugu�s”, avalia Geraldo J�nio.
Independentemente do grau de dificuldade, algo � certo. “Os alunos demonstraram na edi��o de 2017 desempenho baixo, se considerada a expectativa da banca elaboradora da prova”, afirma o educador. Dentro disso, � importante avaliar quem elabora, o que se espera do candidato e o n�vel do candidato que vai fazer a prova. “Esse resultado � como se eu pudesse abrir m�o de metade do conhecimento que tenho na minha educa��o b�sica”, pontua.


“Mas a performance do candidato est� aqu�m da banca, ou � ela que est� idealizando uma educa��o b�sica muito al�m do que programas governamentais proporcionam?”, questiona J�nio, acrescentando que � preciso se perguntar se a educa��o p�blica e privada est�o no mesmo n�vel da prova elaborada pelo �rg�o p�blico.


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