Cuidar da natureza sempre esteve nos ensinamentos de qualquer sala de aula que se preze. Mas, numa era na qual meio ambiente se tornou agenda de discuss�es, mobilizando at� mesmo l�deres mundiais, o assunto deixou de ser apenas um cap�tulo dos livros de ci�ncias para virar, em muitas escolas, parte do curr�culo efetivamente. Em Belo Horizonte e regi�o metropolitana, os estabelecimentos de ensino investem cada vez mais na forma��o de crian�as e adolescentes voltada para um aprendizado pr�tico e para al�m dos muros dos col�gios.
Na primeira frente, o trabalho avan�a de acordo com a idade e a maturidade dos alunos. Envolta pela Mata do Jambreiro, os pequeninos t�m a oportunidade de desenvolver uma rela��o de afeto, num trabalho de observa��o e concentra��o, que evolui para itens mais t�cnicos entre os mais velhos, como plantio e tipos de agricultura. Na segunda frente, a abertura e inova��o do paladar s�o alguns dos pontos-chave. “A forma como cuido da terra deve ser coerente como a maneira que cuido de mim: o impacto da alimenta��o do meu corpo e o impacto que gera nesse mundo de fora”, diz Isabel.

Por fim, o entendimento do lixo produzido e onde se pode diminuir, considerando o aspecto da separa��o e reciclagem. “N�o usamos na escola nenhum tipo de descart�vel, sempre procurando outras estrat�gias. E todo res�duo org�nico produzido retorna para a terra em forma de composto”, explica. “No col�gio, meio ambiente n�o � um evento no ano. Vale o tempo todo, percebendo como podemos conviver melhor em v�rios n�veis em rela��o � natureza. N�o h� como conceber qualidade de vida se n�o olharmos para essas quest�es.”
No Col�gio Unimaster, no Bairro Buritis, Regi�o Oeste de BH, pesquisas sobre sustentabilidade est�o a cargo das crian�as da educa��o infantil, num trabalho iniciado com a inser��o dos aqu�rios com peixes-beta. Gold, Jorge e Fofinho ensinaram �s crian�as o cuidado com os animais aqu�ticos. “Esse cuidado expandiu a curiosidade das crian�as em rela��o ao respeito ao meio ambiente, o que ampliou o olhar delas, para que percebam que para o mundo funcionar bem, cada um deve fazer a sua parte”, afirma a coordenadora Drielen dos Santos.
FOR�A DO BEM Tamb�m s�o fruto de reflex�es o Gteias e a Plataforma Terr�queos, dois projetos do Col�gio Santo Agostinho. O primeiro ocorre em todas as unidades da Sociedade Intelig�ncia e Cora��o (SIC), mantenedora da institui��o de ensino, e o segundo, na unidade de Contagem, na Grande BH. A plataforma foi criada em 2011, nos 35 anos do estabelecimento, como forma de um presente para a sociedade em tr�s eixos: pessoas, planeta e animais. “Percebia muitas pessoas na comunidade com vontade de fazer algo por um desses tr�s eixos, mas faltava um ponto de converg�ncia, algo que poderia unir e aproveitar a for�a da escola para o bem”, relata a diretora da unidade Contagem, Aleluia Heringer.
Assim, em todo o col�gio, alunos participaram da cria��o da delegacia de prote��o aos animais, se engajam em coleta seletiva, no mutir�o do res�duo eletr�nico, do dia sem sapato (quando todos ficam descal�os para simbolicamente aprenderem sobre compaix�o) e at� limpeza do Parque Fern�o Dias. “O cuidado com pessoas, meio ambiente e animais tem que sair do discurso. No discurso todo mundo � verde, mas � preciso pr�tica. Crian�as e jovens precisam se engajar em grandes causas”, defende.
Segundo Aleluia, � not�vel o quanto os estudantes da gera��o plataforma chegam ao ensino m�dio com outra percep��o. “Eles t�m outra forma de lidar com a natureza e um discurso da causa animal totalmente diferente. E � fruto do trabalho que a educa��o pode fazer”, diz. A teia se expandiu e o objetivo � chegar a 100% dos colaboradores da SIC.