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Estado de Minas O PODER DA VACINA��O

Minist�rio da Sa�de intensifica campanhas para combater not�cias falsas

Seguir o calend�rio vacinal � essencial para manter a popula��o protegida de diversas doen�as


postado em 21/12/2018 17:02 / atualizado em 26/12/2018 16:56

Na família de Ulysses Araújo Bispo (ao centro), os cartões de vacinação estão sempre atualizados(foto: Marilia Lima/CB/D.A Press)
Na fam�lia de Ulysses Ara�jo Bispo (ao centro), os cart�es de vacina��o est�o sempre atualizados (foto: Marilia Lima/CB/D.A Press)

 

Ap�s a intensifica��o do compartilhamento de not�cias falsas nos �ltimos anos, a import�ncia da vacina��o deixou de ser um assunto inquestion�vel. As fake news se disseminaram e n�o ficaram restritas ao campo da pol�tica. In�meros boatos a respeito de supostos perigos da vacina��o demandaram a��es em n�vel nacional e estadual. Foram necess�rias intensifica��es de campanhas, bem como informa��es

sobre o tema para dar conta do combate �s not�cias inver�dicas que circulavam e levavam preocupa��o sobre eventos adversos p�s-vacina��o, a qualidade das agulhas usadas e at� sobre o processo produtivo desses imunobiol�gicos.

 

Diante desse cen�rio, entidades como a Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Instituto Butantan e a Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) t�m se dedicado a comprovar que as vacinas s�o eficazes e a refor�ar que, em muitos casos, constituem o �nico meio de garantir prote��o contra doen�as graves, que podem gerar sequelas ou levar � morte. Atualmente, h� 19 tipos delas oferecidas gratuitamente pelo Sistema �nico de Sa�de (SUS) e cujas aplica��es ocorrem por meio de campanhas ou durante todo o ano, em unidades da rede p�blica. Vale ressaltar que o calend�rio de vacina��o do Minist�rio da Sa�de inclui todas as vacinas recomendadas pela OMS

 

A defini��o do calend�rio de vacina��o brasileiro ainda leva em considera��o a quantidade de casos registrados, a gravidade das enfermidades e a quantidade de �bitos ou sequelas causados por elas. Hoje, gra�as ao Programa Nacional de Imuniza��es (PNI), pessoas de todas as idades conseguem prote��o contra diversas doen�as por meio do SUS. A cria��o do PNI, em 1973, colocou

o pa�s � frente no processo de erradica��o de doen�as s�rias. Antes do programa, males como sarampo, coqueluche, difteria e poliomielite se manifestavam de forma end�mica, com n�meros de casos chegando a 100 mil por ano, segundo o Minist�rio da Sa�de. “A partir do aumento da nossa cobertura vacinal, conseguimos ter controle, eliminar ou erradicar essas doen�as. N�o temos qualquer caso de p�lio desde 1994. Quando n�o vacinamos, automaticamente essas doen�as podem voltar”, explica a coordenadora do

PNI, Carla Domingues.

 

Embora o PNI seja de grande sucesso, tanto em n�vel nacional quanto internacional, dados da OMS apontaram quedas consider�veis nas coberturas vacinais para a maioria das vacinas do calend�rio nacional de vacina��o desde 2015. Esses indicadores ca�ram principalmente em rela��o � poliomielite, sarampo, caxumba e rub�ola (tr�plice viral) e difteria, t�tano e coqueluche (tr�plice bacteriana). Antes de 2016, o sarampo era considerado eliminado. Entretanto, de l� para c�, o Minist�rio da Sa�de contabilizou mais de 2,5 mil casos confirmados nas unidades da Federa��o. “At� 2015, alcan��vamos uma cobertura de 95% com a maioria das vacinas, mas, no ano passado, apenas a BCG (protege contra outras formas de tuberculose) atingiu essa meta. Por isso, estamos fazendo uma mobiliza��o nacional e chamando aten��o para o risco do retorno de doen�as no pa�s”, afirma Carla.

 

Cuidado coletivo

Especialistas ressaltam que, quanto maior o n�mero de pessoas n�o vacinadas contra uma determinada enfermidade, maiores s�o as chances de algu�m contaminado transmitir doen�as a outras pessoas. Diante disso, campanhas educativas governamentais e as pr�prias escolas t�m papel importante no processo de informar a popula��o sobre os perigos da falta de aten��o ao calend�rio vacinal. Al�m deles, o ambiente familiar � importante para auxiliar no reconhecimento sobre a relev�ncia da vacina��o e dos cuidados com a sa�de.

 

Morador de Taguatinga, Ulysses Ara�jo Bispo, 26 anos, lembra o apoio que teve da fam�lia para se manter atento � prote��o contra doen�as. “Sempre tivemos essa preocupa��o em casa, porque, a

partir do momento em que voc� n�o se vacina, voc� traz problemas para voc� e para as pessoas ao seu redor”, observa o banc�rio.

 

At� hoje, ele guarda os cart�es de vacina da inf�ncia e est� com todas as doses em dia. “Raramente ficamos com as vacinas atrasadas.” Ele acrescenta que os demais integrantes da fam�lia desenvolveram um cuidado coletivo e que costumam lembram uns aos outros sobre o papel da vacina��o. “Meus pais tiveram uma boa educa��o e nunca se deixaram influenciar por hist�rias de que as vacinas matam ou coisas do tipo. Para atingir um objetivo econ�mico ou pol�tico, muita gente se aproveita do medo que as pessoas t�m. Acontece como diz o ditado: uma mentira contada mil vezes parece uma verdade”, completa Ulysses.

 

Sucesso

Para Luiz Lima, vice-diretor de produ��o de Bio-Manguinhos, unidade produtora de imunobiol�gicos da Fiocruz, a queda na ades�o �s vacinas e a divulga��o de not�cias falsas sobre elas resulta do pr�prio sucesso do PNI. “Ele tem um hist�rico de 45 anos e � um dos pilares da sa�de p�blica brasileira que perpassou todas as frentes e diferentes governos ao longo do tempo. O sucesso desse programa foi a elimina��o de doen�as como a p�lio e o sarampo. No Brasil, as novas gera��es n�o conhecem algumas

das doen�as eliminadas por esse plano”, argumenta.

 

Ele ainda comenta que o pa�s conta com tr�s organiza��es voltadas � produ��o com foco interno, o Brasil � refer�ncia mundial principalmente no combate � febre amarela. “Funcionamos 24 horas por dia, sete dias por semana e 12 meses por ano. Um ciclo de produ��o pode demorar at� tr�s meses. Atuamos desde a primeira etapa do processo at� a libera��o das vacinas. Somando- se todos os nossos produtos, a estimativa da Fiocruz para 2018 � de 128 milh�es de doses produzidas”, conta.

 

At� 2015, alcan��vamos uma cobertura de 95% com a maioria as vacinas, mas, no ano passado, apenas a BCG atingiu essa meta. Por isso, estamos fazendo uma mobiliza��o nacional e chamando aten��o para o risco do retorno de doen�as no pa�s

Carla Domingues, coordenadora do Programa Nacional de Imuniza��es do Minist�rio da Sa�de

 

Vacina��o sem medo

Ainda que exista receio por parte da popula��o com poss�veis rea��es causadas pela aplica��o de vacinas, especialistas ressaltam que isso n�o � motivo para evitar a vacina��o. Casos de eventos adversos s�o extremamente raros e n�o representam grandes riscos. Evitar a vacina��o representa uma amea�a maior do que a possibilidade de se ter algum problema s�rio decorrente dela. Os principais eventos adversos das doses injet�veis incluem dor de cabe�a, febre ou dor local. Mestre em ci�ncias da sa�de e professora  a Universidade Cat�lica de Bras�lia (UCB), a enfermeira Maria Beatriz de Sousa explica que, nesses casos, n�o se contraindicam doses posteriores. � contraindicado, no entanto, massagear ou colocar compressas no local de aplica��o da vacina.

 

Ressalvas

Diante da possibilidade de ocorr�ncia de eventos adversos, h� contraindica��es para alguns tipos de vacinas, como aquelas contra a febre amarela e a gripe, cujos microrganismos combatidos s�o v�rus atenuados cultivados em embri�es de ovos de galinha. Pessoas com alergias capazes de causar respostas anafil�ticas, alergias graves que podem levar � morte, n�o devem se imunizar com qualquer uma delas.  entretanto, � importante se atentar para o fato de que a alergia a esse tipo de alimento deve ser severa. 

 

Professora do Departamento de Biologia Celular da Universidade de Bras�lia (CELUnB), Anam�lia Lorenzetti Bocca lembra que as vacinas com v�rus atenuados tamb�m s�o contraindicadas a pessoas imunossuprimidas (que apresentam enfraquecimento do sistema imunol�gico). “A vacina de microrganismos inativados n�o causa doen�as. Mas as pessoas que se vacinarem com v�rus atenuados n�o podem estar com o sistema imune comprometido nem ser al�rgicas a qualquer dos componentes da vacina”, explica Anam�lia.

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