
Os tra�os do arquiteto Oscar Niemeyer, morto na noite desta quarta (5), foram al�m das pranchetas e das grandes constru��es de cimento armado. A leveza das formas curvas que o notabilizou internacionalmente est�o em muitos livros escritos pelo pr�prio e que n�o falam apenas de arquitetura. S�o prosas e cr�nicas sobre situa��es cotidianas e pela constru��o de um pa�s mais justo.
“... Havia um terreno para os lados da Iguatemi, havia o anteprojeto, presente do pr�prio, havia a promessa de que um belo dia ir�amos morar na casa do Oscar. Cresci cheio de impaci�ncia porque meu pai, embora fosse dono do Museu do Ipiranga, nunca juntava dinheiro para construir a casa do Oscar. Mais tarde, num aperto, em vez de vender o museu com os cacarecos dentro, papai vendeu o terreno da Iguatemi. Desse modo, a casa do Oscar, antes de existir, foi demolida...”, conta Chico.
“... Regressei a S�o Paulo, estudei geometria descritiva, passei no vestibular e fui o pior aluno da classe. Mas ao professor de topografia, que me reprovou no exame oral, respondi calado: l� em casa tenho um canudo com a casa do Oscar. Depois larguei a arquitetura e virei aprendiz de Tom Jobim. Quando minha m�sica sai boa, penso que parece m�sica do Tom Jobim. M�sica do Tom, na minha cabe�a, � casa do Oscar.”
Os desenhos e projetos famosos do arquiteto tamb�m inspiraram uma cole��o de j�ias de ouro e diamantes, vendidas com exclusividade por uma tradicional joalheria brasileira.