O diretor de Recursos Minerais da Ind�strias Nucleares do Brasil (INB), Otto Bittencourt, diz que a empresa n�o recorrer� da decis�o judicial e vai cumprir todas as exig�ncias do Minist�rio P�blico Estadual. “S� pedimos ao juiz para estender o prazo, pois n�o teremos condi��es de executar tudo em 90 dias. Outra situa��o dif�cil � que haja um auditor para acompanhar o descomissionamento, desde que n�o tenha trabalhado na INB ou Cnen, o que � muito dif�cil no Brasil, onde todos os especialistas da �rea passaram pelas duas institui��es”, afirma Bittencourt.
“O processo de descomissionamento, com a implanta��o do Plano de Recupera��o de �reas Degradadas (Prad), vai demorar anos, j� que as primeiras atividades datam do fim dos anos 1970 e come�o dos 1980”, explica. Ele adianta que a INB j� contratou os servi�os da empresa canadense Golder Associated, especializada no assunto, para cuidar do tratamento do passivo ambiental. “Eles v�o fazer as a��es necess�rias nessa �rea que tem ur�nio, mangan�s e outros minerais e neutralizar os efeitos.” Com efeito, � poss�vel ver ve�culos da empresa transitando pela �rea.
Entre os problemas graves apontados pelo promotor Jos� Eduardo de Souza Lima, est� o vazamento de Torta II, causado pela precariedade do armazenamento, das partes corro�das dos recipientes pl�sticos, nos quais est� acondicionado o lixo radioativo, e apodrecimento das bases (pallets) nas quais os tambores se apoiam. “Admitimos que algumas das 40 mil bombonas e outros recipientes estejam corro�dos, mas n�o h� perigo de vazamento para o solo, pois ele � impermeabilizado. Est� previsto o reemtamboramento, o que significa recolocar os tambores em outros maiores”.
Atraso
Desde que interrompeu as atividades em 1995, pelo esgotamento da mina de ur�nio, a empresa deveria fazer o tratamento do passivo ambiental, mas isso n�o foi feito, segundo Bittencourt, por problemas com empresas no processo de licita��o. Ele rebate as den�ncias de antigos funcion�rios de que n�o teriam recebido acompanhamento m�dico ao sair da empresa, embora a Organiza��o Internacional do Trabalho (OIT) obrigue a isso. “Todos fazem o exame demissional e usam dos�metro para checar o �ndice de radia��o”, limita-se a responder.
Um ex-funcion�rio de 59 anos, que trabalhou 27 na empresa e prefere n�o se identificar, diz que nunca recebeu qualquer acompanhamento m�dico. “Ningu�m pode se enganar, pois a situa��o ainda � grave. Precisamos da a��o e de gente de responsabilidade l� dentro. S� a decis�o judicial n�o vai resolver.”