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Estado de Minas

Montanhas se formaram artificialmente com o est�reo do min�rio perto da usina nuclear


postado em 06/02/2011 08:11

Guiada pelo gerente de Descomissionamento da unidade da INB de Caldas, engenheiro-agr�nomo Lu�s Augusto Bresser Dores, e pelo engenheiro qu�mico Maur�cio Ribeiro, assessor do diretor de Recursos mineirais, a equipe do EM percorreu parte das depend�ncias da INB na zona rural de Caldas. No local, onde j� trabalharam cerca de 2,5 mil pessoas, na d�cada de 1980, ainda durante o regime militar, atuam agora 150. “Esta � a primeira mina de ur�nio, no Brasil, a ser descomissionada. � um processo lento, que vai durar d�cadas”, diz Bresser, explicando que, atualmente, a Unidade de Tratamento de Min�rios (UTM) executa apenas atividades ligadas ao meio ambiente (controle de �gua, monitoramento do ar etc.) e servi�os em dois laborat�rios – um ambiental e outro para atender unidades da empesa que produzem material nuclear no Cear�, Bahia e S�o Francisco do Itabapoana e Resende (RJ).

No giro pela extensa �rea, com resqu�cios de mata atl�ntica, � poss�vel ver montanhas que se formaram artificialmente com o est�reo do min�rio retirado da cava que virou um lago de �guas �cidas. Bresser explica que a recomposi��o das partes elevadas pode ser feita com argila, terra e depois vegeta��o. Em v�rios trechos, o diretor chama a aten��o para os pontos de coleta de �gua e faz quest�o de ressaltar o tratamento da bacia de rejeitos, que, ap�s sucessivos processos de decanta��o, entrega �gua pura aos ribeir�es e c�rregos. “A nossa barragem de rejeitos est� entre as maiores do pa�s”, orgulha-se Maur�cio.

O ponto que chama mais aten��o, na �rea, � o galp�o no qual est� estocada a Torta II. O esquema � de seguran�a m�xima, com o s�mbolo internacional da radioatividade por todos os cantos da cerca de arame farpado e placas com dados sobre o material existente nos galp�es. Na quarta-feira, pela manh�, um t�cnico de seguran�a, vestido como se fosse um astronauta, andava em volta do pr�dio com um contador Geiger para medir os n�veis de radia��o. Outro t�cnico de seguran�a avisa que, para entrar no local – “somente se for realmente necess�rio” – � preciso ouvir uma palestra e deixar as portas abertas, com v�rias horas de anteced�ncia, para impedir o contato da pessoa com gases.

Aterro Sanit�rio

Qual o futuro de uma �rea t�o extensa? Certamente � uma quest�o que s� o tempo dir�. Nesse momento em que a popula��o de Caldas e vizinhan�a se anima com a decis�o judicial, a cria��o de um aterro sanit�rio na �rea, proposta pela Associa��o dos Munic�pios do Alto Rio Pardo, formada por 10 cidades, foi rejeitada pelo Minist�rio P�blico Estadual e Justi�a. “Isso seria uma temeridade e s� iria mascarar uma situa��o que � real. Imaginem um lugar que j� acumula lixo radioativo em contato com res�duos dom�sticos, hospitalares e de outras proced�ncias. Felizmente, o juiz tamb�m condenou essa ideia”, disse o promotor Jos� Eduardo de Souza Lima.

INB em Caldas

>> As Ind�strias Nucleares do Brasil (IBN), antiga Nuclebr�s, foi criada em 1988, no governo Jos� Sarney. Ocupa 1,4 mil hectares na zona rural de Caldas e fica a 18 quil�metros do Centro da cidade e a 36 quil�metros de Po�os de Caldas, no Sul de Minas

>> A antiga Nuclebr�s instalou-se na regi�o no fim da d�cada de 1970, na �poca do governo militar, sendo inaugurada pelo ent�o presidente Jo�o Batista Figueiredo (1918-1999). Tornou-se o primeiro complexo de extra��o e concentra��o de ur�nio do pa�s para abastecimento das usinas nucleares de Angra dos Reis (RJ)

>> H� 15 anos o parque industrial da Unidade de Tratamento de Ur�nio (UTM) da INB, empresa p�blica federal vinculada ao Minist�rio da Ci�ncia e Tecnologia, est� desativado. A empresa executa no local, segundo diretores, apenas atividades ligadas ao meio ambiente (controle de �gua, monitoramento do ar etc.) e servi�os de laborat�rio. H� um ano, a empresa canadense Golder Associated foi contratada para fazer o descomissionamento da �rea, que significa a total recupera��o ambiental

>> De 1992 a 1995, a UTM produziu 1,2 mil toneladas de concentrado de ur�nio, o chamado yellowcake (U308), que abasteceu a usina de Angra 1

>> O complexo de Caldas abriga uma bacia de rejeitos e tem dep�sitos de material radioativo. Nesses locais h� em torno de 40 mil bombonas, tambores e outros recipientes que cont�m a torta II, que � o fosfato de terras raras com t�rio. O total de 11 mil toneladas veio, na d�cada de 1980, da Usina de Santa Amaro (Usam), em S�o Paulo

>> Com o tempo, a antiga mina de extra��o de ur�nio, a c�u aberto, transformou-se num lago de �guas �cidas, devido �s chuvas e nascentes. A cava, do alto do morro ao fundo do lago, tem 180 metros de altura e 1,2 mil metros de di�metro

Multa Milion�ria

Segundo o promotor Jos� Eduardo de Souza Lima, entre as medidas determinadas, em liminar, pelo juiz da comarca de Caldas, Edson Zampar Jr. est�o, al�m do in�cio do descomissionamento – num prazo de 90 dias, a contar da entrega da intima��o, este m�s, sob pena de multa di�ria de R$ 2 milh�es se houver descompromisso; implanta��o do Plano de Recupera��o de �reas Degradadas (Prad); prova de que n�o h� contamina��o do len�ol fre�tico, da fauna e flora; isolamento dos galp�es e outras provid�ncias. “Nada at� hoje foi feito a contento”, garante o representante do Minist�rio P�blico.


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