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Estado de Minas

Atrocidades cometidas pelo Rotam exp�em um modelo de policiamento arcaico


postado em 23/02/2011 07:19 / atualizado em 23/02/2011 08:14

Modelo de policiamento adotado pelo Batalhão Rotam, criado há três décadas, é tido como arcaico, repressor e ultrapassado(foto: Auremar de Castro/EM/D.A PRESS - 21/10/05)
Modelo de policiamento adotado pelo Batalh�o Rotam, criado h� tr�s d�cadas, � tido como arcaico, repressor e ultrapassado (foto: Auremar de Castro/EM/D.A PRESS - 21/10/05)

 

Autoridades e especialistas em seguran�a p�blica s�o taxativos quanto � necessidade de extin��o do Batalh�o de Rondas T�ticas Metropolitanas (Rotam). A Comiss�o de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa deve protocolar um pedido para acabar com a unidade da Pol�cia Militar. Se a cr�tica � recente, as atrocidades cometidas pelo Rotam s�o antigas e exp�em um modelo de policiamento arcaico e de atua��o bastante arbitr�ria e que pode ter se repetido no s�bado. Marcas de tiro no ch�o no local das mortes podem comprovar a execu��o.

Tidos como “intoc�veis”, mesmo os pra�as – policiais de patentes mais baixas – desrespeitam o poder dos comandantes locais e atuam como bem entendem em vilas e favelas, o que tem gerado revolta da comunidade. O soci�logo Luis Fl�vio Sapori, coordenador do Centro de Pesquisas em Seguran�a P�blica da PUC Minas e ex-secret�rio adjunto de Estado de Defesa Social, � favor�vel � extin��o do Rotam. “A Pol�cia Militar n�o precisa de um batalh�o que adota uma postura tipicamente repressiva, j� que conta com o Grupamento Especializado em �reas de Risco (Gepar) e os t�ticos m�veis dos batalh�es para fazer frente � criminalidade violenta”, diz. Da mesma opini�o compartilha o presidente da Comiss�o de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, deputado estadual Durval �ngelo (PT): “Ningu�m comanda os homens do Rotam. Mesmo que seja feito um belo policiamento comunit�rio, eles p�em tudo a perder”, afirma.

O deputado diz que deve pedir � Corregedoria da Pol�cia Militar que convoque o tenente Clayton Santana, do Rotam, para explicar a vers�o dada por ele sobre a morte de Jeferson Coelho da Silva, de 17 anos, e seu tio Renilson Veriano da Silva, de 39. O militar afirmou que cerca de 15 homens fardados teriam disparado v�rias vezes contra a guarni��o da PM, atingindo um dos militares no colete � prova de balas. No entanto, uma testemunha ocular ouvida pela Pol�cia Civil contradiz a vers�o e afirma que as mortes foram consumadas a sangue frio, numa execu��o brutal. “Ele estabeleceu uma vers�o como se fosse o oficial da PM, numa postura suspeita, corporativa e mentirosa. � preciso que se explique. Mostrou que tem conhecimento e precisamos saber por que n�o foi afastado”, critica o deputado.

No local do crime, as marcas de tiro no ch�o confirmam que n�o houve troca de tiros como dito pela Pol�cia Militar. As marcas de grosso calibre no asfalto revelam que os tiros foram dados de cima para baixo, com a v�tima deitada e o atirador em p�, numa clara demonstra��o de execu��o. Outros vest�gios tamb�m podem ser vistos num muro 20 metros abaixo de onde estavam os rastros de sangue deixados pelos corpos, o que corrobora a vers�o da primeira testemunha ouvida pela PM e detalhada ontem pelo Estado de Minas. A pessoa contou que tio e sobrinho foram atingidos ao subir o morro, voltando para casa, enquanto os policiais do Rotam faziam o trajeto contr�rio.

Os mesmos militares que executaram os dois teriam levado os corpos para o hospital, simulando que ainda estavam vivos, complicando, assim, o trabalho da per�cia no local. Esse tipo de encaminhamento � tido como recorrente em casos de viol�ncia policial para encobertar a atua��o criminosa dos militares. Ainda assim, outras provas periciais podem comprovar se a vers�o da PM est� correta ou n�o. Segundo o delegado Fernando Miranda, uma vistoria feita no local na segunda-feira, dois dias depois do crime, detectou fragmentos de proj�teis de fuzil no muro de uma casa. O resultado do exame de necropsia tamb�m � aguardado para confirmar ou n�o vest�gios de p�lvora nas m�os das v�timas.

Patrulhamento

As cr�ticas n�o v�m apenas de especialistas. A comunidade tamb�m reclama da m� conduta e da viol�ncia praticada por alguns homens do Rotam. “Eles acham que todo mundo que mora em vila ou favela � bandido, vagabundo. Quando a gente v� o Rotam, treme de medo. Estou assustada”, disse a gari aposentada Maria da Concei��o dos Santos, de 65 anos, enquanto, emocionada, reclamava da situa��o vivida pelos moradores do aglomerado ao chefe de comunica��o social da PM, tenente-coronel Alberto Luiz Alves, que esteve ontem pela manh� no local. Por outro lado, Concei��o elogiou o trabalho dos policiais do Grupamento Especializado em Patrulhamento em �rea de Risco (Gepar). “Eles conhecem todos os moradores e n�s sabemos quem eles s�o. Os do Rotam j� chegam colocando a arma nas pessoas. J� fizeram isso com meus filhos e meu neto”, acrescentou.

Na manh� de ontem, o policiamento no aglomerado foi feito por policiais do Gepar, do 22º Batalh�o e do Batalh�o de Eventos. “O Rotam est� fazendo o patrulhamento apenas no entorno do aglomerado. Temos que apurar os fatos e atribuir as responsabilidades. H� pessoas s�rias no Batalh�o Rotam e temos que extirpar quem n�o presta”, disse o tenente-coronel Alberto Luiz. (Colaborou Pedro Ferreira)

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