
Reconhecendo que nos �ltimos anos a situa��o na Rua Guajajaras se tornou insustent�vel, os comerciantes prop�em uma mudan�a na postura daqueles restaurantes que, segundo eles, s�o respons�veis por atrair at� 2 mil pessoas para o meio da via p�blica e, sendo assim, os verdadeiros culpados pela bagun�a. Segundo comentam os comerciantes, ao recorrer na Justi�a, eles n�o querem prejudicar ningu�m, mas que se estabele�a a proibi��o de venda de cervejas long neck e em lata, como forma de barrar as milhares de pessoas que v�o ao local em busca da bebida e interditam a rua.
O problema n�o � recente: a Guajajaras � motivo de reuni�es entre moradores, prefeitura e comerciantes desde 2009. Segundo contam os donos dos bares, a culpa � de apenas um estabelecimento. “Ele � pequeno, ent�o, o dono, come�ou a vender latas de cerveja, e, como n�o havia espa�o para os clientes, eles foram para o meio da rua”, conta o dono do Western House, estabelecimento que funciona h� 30 anos no local, Jos� Eust�quio de Jesus.
Segundo ele, esse culpado boteco, mesmo diante de in�meras reclama��es e avisos, passou a vender cerveja long neck. “Ele n�o tem banheiro para esses clientes, que fazem suas necessidades fisiol�gicas na rua, pois os outros locais come�aram a cobrar dos frequentadores uma quantia pelo uso do banheiro. No in�cio, cobrava-se R$ 1. Depois, com a situa��o desgovernada, comecei a cobrar R$ 3 para esse p�blico. Com a multid�o na Guajajaras, vieram os traficantes, ambulantes e a baderna ficou solta”, diz, frisando que no seu estabelecimento, as pessoas ficam dentro da casa noturna. “H� 30 anos estamos aqui e essa decis�o nos prejudicou, pois somente nesses dois dias tive um preju�zo de R$ 20 mil”, reclama.
A prefeitura reconhece que o bar acusado j� havia sido notificado, multado e at� interditado. “Chegamos � advert�ncia m�xima para o local, que se mantinha ativo por causa de liminares que conseguiu na Justi�a”, comenta a gerente de Fiscaliza��o e Controle Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), Soraia Rodrigues. O Estado de Minas procurou o propriet�rio do bar, mas n�o obteve retorno.
Quem mora na regi�o afirma que n�o � somente um estabelecimento o respons�vel pela terra sem lei que se tornou a Guajajaras nas noites de quinta e sexta-feira. “Se fosse apenas um, por que o juiz decidiria responsabilizar os sete? Eles tamb�m contribuem para isso”, comenta a moradora M�nica Pataro. Segundo ela, a �ltima semana foi de sossego na rua. “Acabou o som alto e a fala��o madrugada adentro, que n�o deixava a gente dormir.”
FISCALIZA��O De acordo com dados da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), somente em 2010, em toda a Belo Horizonte, foram 10.591 reclama��es referentes � Lei do Sil�ncio, o que rendeu aos cofres p�blicos R$ 1 milh�o em multas. Nada menos que 55% dessas queixas s�o referentes a barulho vindo de bares e restaurantes. Em janeiro e fevereiro, foram 485 fiscaliza��es, que geraram R$ 225 mil em multas. Com 49 fiscais ambientais, a prefeitura reconhece que em muitos bares, assim como os do Centro da cidade, s�o reincidentes em reclama��es estabelecimentos na Savassi, Sion, na Regi�o Centro-Sul, Santa Tereza, na Regi�o Leste, e o Bairro Ouro Preto, na Regi�o da Pampulha. Cerca de 60% das demandas contra estabelecimentos como casa noturna, bares e restaurantes ocorrem �s quintas e sextas-feiras.