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Estado de Minas

Um ano depois da morte dos empres�rios, parentes do Bando da Degola trocam amea�as


postado em 08/04/2011 06:00 / atualizado em 08/04/2011 06:22


Um ano depois do cruel assassinato dos empres�rios Rayder Rodrigues e Fabiano Ferreira Moura, cujos corpos foram degolados num apartamento do Bairro Sion, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, e carbonizados em �rea �s margens da BR-040, os protagonistas da hist�ria de terror e acusados da autoria do crime saem de cena, cedendo lugar a parentes, envolvidos indiretamente na sequ�ncia da trama. Enquanto o processo, sem previs�o de julgamento, aguarda o interrogat�rio de Frederico Flores na Justi�a, principal mentor dos crimes, familiares de uma das v�timas e de um suspeito trocam acusa��es na pol�cia. Irm� de Frederico, a jornalista Fl�via Flores prestou queixa, por suposta amea�a, contra a irm� de Rayder, Rosane Rodrigues, chamada a prestar depoimento, na ter�a-feira, �s 10h, na 4ª Delegacia Distrital da Pol�cia Civil, no Bairro Cora��o Eucar�stico.

Segundo policiais, � prov�vel que tenha sido registrado um termo circunstanciado de ocorr�ncia (TCO) e, nesses casos, � normal ouvir as partes e liber�-las, sem desdobramentos. Mas, al�m de negar qualquer tipo de amea�a, Rosane garante que vai levar at� o fim a acusa��o. Ela afirma que viu Fl�via por acaso uma �nica vez. “Encontrei-a durante uma missa e foi uma coincid�ncia incr�vel”, lembra Rosane, questionando qualquer possibilidade de amea�a e dizendo-se injusti�ada com as acusa��es feitas por Fl�via. “Nunca fiz nada contra ningu�m. As alega��es dela se baseiam em coisas inimagin�veis”, diz, surpresa, a irm� de Rayder.

Na ter�a-feira, foi anivers�rio de uma das filhas do empres�rio e a fam�lia nem mesmo comemorou. A data, antes especial para a fam�lia, se tornou simb�lica para a trag�dia. Nesse dia, ele teria sido levado a um apartamento no Bairro Sion para ter in�cio a sequ�ncia de extors�o e tortura, que, segundo as investiga��es, culminou com a dupla execu��o dos empres�rios. “A rotina nunca mais foi a mesma, porque n�o se tem prazer de sair, de fazer uma festa, de viver”, diz Rosane. Fl�via Flores n�o foi encontrada para falar sobre a queixa.

Sanidade mental

No m�s passado, o Instituto M�dico Legal anexou ao processo o exame de sanidade mental de Frederico Flores. O documento era o passo que faltava para que ele seja ouvido pela Justi�a, dando sequ�ncia aos tr�mites jur�dicos que antecedem ao julgamento pelo Tribunal do J�ri. Os m�dicos diagnosticaram Frederico como um agente semi-imput�vel, o que significa que o r�u, acusado de ser o mentor da trama e dos assassinatos, n�o � inteiramente capaz de compreender o car�ter il�cito e a gravidade dos crimes. No entanto, ter� de enfrentar o tribunal de jurados e est� sujeito a cumprimento de pena numa pris�o.

Um detalhe poderia obrig�-lo a fazer novo exame: ficou constatado que ele usou maconha no dia da avalia��o. Mas o promotor Francisco de Assis Santiago descarta a hip�tese, na tentativa de dar mais rapidez ao processo. O pr�ximo passo para seguimento do caso na Justi�a � a marca��o do interrogat�rio de Frederico Flores, mas, segundo o F�rum Lafayette, n�o h� previs�o de data.


Entenda o caso

7 de abril de 2010
O gar�om norte-americano Adrian Gabriel Grigorcea leva o genro Rayder Rodrigues at� o apartamento de Frederico Costa Flores Carvalho, no Bairro Sion. L�, o dono do im�vel em companhia de dois supostos policiais, armados, teriam amarrado, amea�ado e torturado Rayder para conseguir informa��es sobre contas banc�rias de suas lojas, a fim de conseguir dinheiro da v�tima

8 de abril
No segundo dia, al�m de um dos policiais e de Frederico, um advogado e uma m�dica tamb�m estavam no apartamento e, � frente do computador, Rayder era obrigado a conseguir mais dinheiro com o s�cio, Fabiano Ferreira Moura, por meio de um programa de mensagens e de um contato chamado M�rcio Henrique Macedo de Paula.

9 de abril
Rayder foi obrigado a sacar R$ 6 mil num banco e R$ 22 mil em outro, entregues a Frederico. No mesmo dia, seu s�cio Fabiano foi levado ao apartamento e obrigado a levar a documenta��o de um autom�vel, o que n�o foi feito. Os dois policiais ent�o o teriam levado a um quarto, apagado a luz e o enforcado. Rayder teria sido drogado e Frederico o teria esfaqueado v�rias. Os dois tiveram seus dedos e cabe�as cortados e enrolados em lonas

10 de abril
Os corpos foram jogados numa estrada que liga a BR-040 � Fazenda Rio de Peixe, em Nova Lima, na Grande BH. Os autores teriam lavado os carros e o apartamento, onde foi feito um churrasco. � tarde, seguran�as de uma mineradora encontraram os corpos carbonizados.

12 de abril
Pela manh�, ao chegar no apartamento de Frederico, Adrian foi obrigado sacar todo o dinheiro que tinha sido transferido para sua conta dias antes, o que totalizaria cerca de R$ 150 mil. Mas, na ag�ncia, conseguiu retirar apenas R$ 6,5 mil e fez programa��o para sacar R$ 70 mil no dia seguinte. Ao sair, teria sido obrigado por Frederico a avisar onde estava de hora em hora

13 de abril
De madrugada, M�rcio Henrique Macedo de Paula e Christian Ribeiro de Oliveira se encontraram com Adrian, que confessou participa��o nos crimes e decidiu fazer den�ncia com medo de ser tamb�m morto. Pela manh�, a PM montou um opera��o para pris�o, em flagrante, de quatro suspeitos.

* Vers�o relatata por Adrian Gabriel Grigorcea, M�rcio Henrique Macedo de Paula e Christian Ribeiro de Oliveira � PM na madrugada de 13 de abril.


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