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Estado de Minas

Adolescente que venceu a batalha contra a leucemia fala dos problemas e preconceitos


postado em 19/06/2011 07:19 / atualizado em 19/06/2011 09:31

Em todas as etapas da doença, Kelly teve o apoio da mãe, Adriana, que deixou tudo para cuidar da filha(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Em todas as etapas da doen�a, Kelly teve o apoio da m�e, Adriana, que deixou tudo para cuidar da filha (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)


As fotos da festa de 15 anos enfeitam o mural do quarto da adolescente, decorado com bichos de pel�cia e um imenso cora��o sobre o travesseiro. Mas o que chama a aten��o � a plaquinha “Deus � fiel”, pregada junto � cabeceira da cama de Kelly Rog�ria de Lima Santos, de 17 anos. O adorno foi comprado h� cinco anos, perto da Santa Casa de Miseric�rdia, no Bairro Santa Efig�nia, Regi�o Centro-Sul de BH, quando a garota come�ou a lutar contra uma leucemia descoberta ainda aos 12. Depois de tr�s anos de quimioterapia, Kelly integra hoje uma estat�stica vitoriosa e est�, segundo o Instituto Nacional de C�ncer (Inca), entre os 70% de crian�as e adolescentes acometidos por c�ncer que alcan�aram a cura.

Mas, at� se livrar da doen�a, ela teve que abdicar da vida de uma pr�-adolescente rebelde, enfrentar, al�m da perda dos cabelos, o preconceito e ter a disciplina de quem luta pela vida. “Na �poca, era muito doidinha, sa�a com as pessoas erradas. Depois que descobri o c�ncer, muitos se afastaram de mim. Achavam que a doen�a pegava”, conta. Os primeiros sintomas foram dores nas pernas e manchas no corpo e, poucos dias depois, ela j� teria que abandonar a escola e come�ar as sess�es de quimioterapia na Santa Casa. “Ningu�m tinha me contado, mas j� sabia que tinha c�ncer, porque estava num quarto com crian�as carecas. Fiquei sem entender, mas o mais importante para mim era a cura.”

Por muito tempo, a rotina de Kelly se dividia entre a casa, no Bairro Graja�, na Regi�o Oeste de Belo Horizonte, e o hospital. “Antes ia para aula, dan�ava ax�, sa�a todo fim de semana e, depois, n�o podia dar nenhum beijinho, porque minha imunidade ficava muito baixa.” Apesar das limita��es, a adolescente, que, mesmo sob tratamento, fez quest�o de comemorar os 15 anos, com direito a valsa e aplique no cabelo, n�o quer apagar essa hist�ria de vida, como ela mesmo define numa carta que escreveu sobre a doen�a “Tenho amigos do hospital at� hoje. Estava ali sempre pensando por mim e pelas outras crian�as”, diz, lembrando que a for�a veio da f� em Deus e da amizade da m�e.

“Tive que parar de trabalhar, pois a Kelly precisava de mim naquele momento. Chegava a dormir no ch�o para cuidar dela. Hoje, pe�o que as m�es tenham f� em Deus e for�a, porque tudo tem a sua hora”, diz Adriana Luiz de Lima, de 39. No per�odo da doen�a, a fam�lia, formada ainda pelo pai e o irm�o de Kelly, teve que contar com a ajuda de doa��es. Um passado desafiante que, com a cura, foi renovado por um futuro cheio de planos, alguns deles j� realizados. “Consegui a vit�ria contra o c�ncer, que era o meu maior sonho”, revela.

De volta ao col�gio este ano e matriculada num curso profissionalizante, Kelly j� arranjou namorado, carrega no dedo uma alian�a de compromisso, presente do Dia dos Namorados, e fez, h� dois meses, um piercing no nariz, impens�vel para quem estava sob cuidados intensos. Tamb�m quer virar recepcionista ou veterin�ria, comprar uma casa, viajar muito e, principalmente “ser feliz, apesar de tudo na vida”. Afinal, “tem gente que n�o para de reclamar, mas n�o sabe o que algumas pessoas est�o passando.”


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