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Estado de Minas

Jo�o Monlevade fica sem pronto-socorro para v�timas da 381

Provedor do Hospital Margarida, em Jo�o Monlevade, anuncia que o setor de emerg�ncia n�o vai mais atender pacientes a partir de hoje. Local recebe acidentados da Rodovia da Morte


postado em 29/10/2011 06:00 / atualizado em 29/10/2011 08:31

Instituição é a quarta no país que mais atende vítimas de batidas nas estradas, segundo levantamento feito pelo Dnit em 2008(foto: Beto Magalhães/EM/D.A Press - 6/10/11)
Institui��o � a quarta no pa�s que mais atende v�timas de batidas nas estradas, segundo levantamento feito pelo Dnit em 2008 (foto: Beto Magalh�es/EM/D.A Press - 6/10/11)

O Hospital Margarida, que mais atende v�timas de acidentes de tr�nsito na Rodovia da Morte, o trecho campe�o de acidentes fatais da BR-381, entre o Anel Rodovi�rio de Belo Horizonte e Jo�o Monlevade, na Regi�o Central, anunciou o fechamento tempor�rio de seu pronto-socorro a partir de hoje. Em dificuldades financeiras, a institui��o teme precisar acabar com o servi�o definitivamente devido ao n�o recebimento de verbas. O provedor do hospital, Lucien Marques Cosme, fez v�rios apelos para a Prefeitura de Jo�o Monlevade e diz n�o ter outra op��o a n�o ser fechar se n�o conseguir recursos para manter o atendimento. De acordo com ele, os repasses do munic�pio t�m atrasado desde o ano passado, provocando perda de profissionais e endividamento da institui��o, mantida pela ONG Associa��o Divina Provid�ncia, que chega a R$ 520 mil. A administra��o municipal nega os atrasos.

“No ano passado a prefeitura n�o conseguiu repassar sete parcelas. Buscamos empr�stimos e a prefeitura assumiu a d�vida. Renovamos o contrato de servi�os para este ano, mas a prefeitura vem atrasando 20, 25 dias, todos os meses”, afirma Cosme. O custo do pronto-atendimento � estimado em R$ 400 mil por m�s. O Margarida recebe R$ 37.500 do estado e a Prefeitura de Jo�o Monlevade deveria repassar R$ 260 mil, sendo o restante assumido pela institui��o.

Um cirurgi�o do plant�o, conforme o provedor, pediu demiss�o. Sem conseguir outro da mesma especialidade para o lugar, a op��o foi fechar o atendimento. “Se n�o fechasse e chegasse um acidentado, ser�amos obrigados a atender o ferido com um pediatra por causa do princ�pio da n�o omiss�o de socorro. Isso prejudicaria o paciente e o m�dico. Por isso, decidimos fechar”, afirma Cosme.

Caso no MP

O caso vem sendo seguido pelo Minist�rio P�blico, que j� intermediou pagamentos entre a prefeitura e o hospital em outras oportunidades. Contudo, o departamento jur�dico do Margarida prepara um documento em que entrega juridicamente o servi�o de pronto-socorro ao munic�pio. “N�o podemos arcar com esses preju�zos. Estamos sem ter como pagar funcion�rios do pronto-atendimento. Os m�dicos v�m de fora e j� n�o gostam de ter que dirigir pela BR-381. A situa��o est� muito dif�cil”, disse. Com o fechamento do pronto-socorro do Hospital Margarida, os pacientes feridos em acidentes, baleados, esfaqueados e outros ser�o encaminhados ao pronto-atendimento municipal, que pode n�o suportar a demanda.

A Prefeitura de Jo�o Monlevade negou os atrasos e informou, por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa, que “o conv�nio firmado garante que os repasses mensais devem ocorrer de acordo com a disponibilidade financeira do munic�pio e isso tem ocorrido m�s a m�s”. “Obviamente, como � de conhecimento de todos, os munic�pios em geral passam por dificuldades ao ter que arcar com percentuais significativos de sua receita para a presta��o de servi�os essenciais � popula��o. Tamb�m falta uma contribui��o financeira dos munic�pios da regi�o do M�dio Piracicaba, cujos habitantes t�m como refer�ncia o Hospital Margarida”, informou a nota. A administra��o municipal alegou ainda que investe em sa�de “quase o dobro do determinado por lei, que s�o 15% do or�amento, chegando a 25,90% anualmente”. Na ter�a-feira, uma reuni�o entre MP, prefeitura e hospital vai discutir a situa��o.


No topo do ranking de atendimento

Um levantamento feito pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), em 2008, mostra que o Hospital Margarida � o quarto com mais atendimentos nas rodovias brasileiras. A posi��o foi alcan�ada mesmo considerando que ele s� receba v�timas dos 57 quil�metros entre S�o Gon�alo e Nova Era. Naquele ano o Margarida atendeu 50 v�timas da BR-381, volume menor apenas do que o hospital de S�o Jos� (SC), com 166, Caruaru (PE), com 129, e Goi�nia, com 106. Entre os pacientes, a maioria estava envolvida em acidentes com caminh�es e carretas, atestam m�dicos e administradores. De acordo com a institui��o o n�mero de atendimentos tem crescido. Somente em dezembro do ano passado foram 112 pacientes no pronto-atendimento. De janeiro a setembro deste ano foram 237 atendimentos.

Uma das pessoas atendidas foi a cabeleireira Lidiane Aparecida da Silva, de 30 anos, sobrevivente de uma batida que ocorreu no dia 4. Ela e o namorado, o empres�rio Hil�rio Moutinho Roberto, de 45 anos, voltavam de BH para Monlevade pela BR-381 quando uma carreta bitrem invadiu a contram�o e os atingiu. Hil�rio morreu na hora e Lidiane foi socorrida no hospital. “Se n�o tivesse o Margarida, talvez os feridos da rodovia tivessem de ir a Belo Horizonte. N�o lembro nada do acidente, s� de ter sido levada para o hospital, onde fui medicada e depois recebi alta”, conta.


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