Toda vez que o empres�rio Hil�rio Moutinho Roberto, de 45 anos, deixava sua casa em Jo�o Monlevade e tomava a BR-381, a m�e dele, Geralda Moutinho Roberto, 63 anos, ficava com o cora��o apertado. Na cidade da Regi�o Central de Minas � dif�cil algu�m n�o conhecer uma v�tima da estrada, principalmente em acidentes com caminh�es que se espremem por curvas estreitas e trai�oeiras. “A gente morre de medo dessa BR, mas n�o tem outro jeito”, diz ela. “S� resta rezar e esperar que a pessoa que a gente ama retorne”, completa. Na noite de ter�a-feira, Hil�rio n�o retornou. Morreu quando dirigia sua pickup Strada na companhia da namorada.
Numa pesquisa do Dnit, o Hospital Margarida, de Jo�o Monlevade, aparece como o quarto com mais atendimentos nas rodovias brasileiras, ainda que ele s� receba v�timas nos 57 quil�metros entre S�o Gon�alo e Nova Era. Os dados de 2008 mostram que o Margarida atendeu 50 v�timas da BR-381, volume menor apenas do que o hospital de S�o Jos� (SC), com 166, Caruaru (PE), com 129, e Goi�nia, com 106. Entre os pacientes, a maioria estava envolvida em acidentes com caminh�es e carretas, atestam m�dicos e administradores.
Duplica��o A espera pela duplica��o da Rodovia da Morte ainda vai continuar. De acordo com o Dnit, a duplica��o do trecho entre BH e Governador Valadares est� “em processo, sendo analisado pela Diretoria Geral do Dnit”. O �rg�o informou que a amplia��o da BR-040 est� na mesma situa��o. Segundo o Minist�rio dos Transportes, no �ltimos oito anos os investimentos p�blicos somaram R$ 8,1 bilh�es em infraestrutura ferrovi�ria, R$ 2,7 bilh�es em infraestrutura aquavi�ria e R$ 13,7 bilh�es no setor de marinha mercante. J� o investimento em infraestrutura rodovi�ria, no mesmo per�odo, foi de R$ 49,3 bilh�es.
O minist�rio admitiu por meio de nota que “ainda persiste uma desequilibrada distribui��o na matriz de transportes no Brasil”. Em 2005, para um total de transporte de 850 milh�es de toneladas por quil�metro �til, o transporte rodovi�rio era respons�vel por 58% da movimenta��o de cargas, o ferrovi�rio por 25%, o aquavi�rio por 13% e o dutovi�rio e o a�reo, juntos, por 4%. At� 2025, o Plano Nacional de Log�stica e Transportes (PNLT) busca um equil�brio maior, ficando o transporte rodovi�rio com 30%, o ferrovi�rio com 35%, o aquavi�rio com 29% e o dutovi�rio e a�reo, juntos, com 6%. (MP)