A reconstru��o das �reas afetadas pelos temporais na cidade hist�rica da Regi�o Central de Minas, castigada no in�cio deste m�s, deve custar pelo menos R$ 30 milh�es. At� o fim do m�s, a Prefeitura de Ouro Preto vai entregar aos governos federal e estadual o pacote de projetos para a recupera��o de encostas e reconstru��o de ruas, restabelecimento dos servi�os de �gua e esgoto e remo��o de fam�lias de �reas de risco. Ontem, a cidade recebeu a visita do governador Antonio Anastasia e do senador A�cio Neves, que acompanharam os trabalhos finais de desobstru��o da rua, principal acesso ao munic�pio, em frente ao terminal rodovi�rio, soterrado dia 3 com a morte de dois taxistas.
Amanh�, t�cnicos das secretarias de Patrim�nio, de Planejamento, de Obras e de Turismo da prefeitura devem se reunir com professores e ge�logos da Ufop para elaborar o plano municipal de redu��o de riscos. O documento � uma exig�ncia do Minist�rio das Cidades para a libera��o de recursos para obras de reconstru��o e preven��o de novos preju�zos. Segundo balan�o da prefeitura, al�m das duas mortes na rodovi�ria as chuvas provocaram 181 deslizamentos de encostas, que deixaram um rastro de destrui��o e preju�zo para 85 fam�lias ainda desalojadas e 32 desabrigadas. Apesar dos grandes estragos, as chuvas n�o chegaram a comprometer diretamente o Centro Hist�rico do munic�pio.
“Pelo menos 60% da cidade de Ouro Preto tem risco alto ou muito alto”, alertou o ge�logo e engenheiro civil da Ufop Romero C�sar Gomes, que presta consultoria � prefeitura e afirma que os principais problemas est�o relacionados ao relevo acidentado, � ocupa��o desordenada das encostas e ao tipo de solo predominante na cidade (filito e itabirito). Apesar do n�mero alarmante, o especialista tenta acalmar moradores e visitantes, afirmando que a maior parte dos problemas se encontra longe das atra��es tur�sticas e que as provid�ncias para evitar novas trag�dias j� est�o sendo tomadas.
Solidariedade
As palavras de tranquilidade tamb�m marcaram discursos das autoridades que estiveram ontem em Ouro Preto. “A situa��o est� caminhando para a normalidade e nossa visita � uma demonstra��o para Minas, para o Brasil e para o mundo de que a cidade est� em condi��es de receber turistas. As chuvas aconteceram e j� passaram e agora temos muita hospitalidade. O turismo � vital para a recupera��o econ�mica”, disse Anastasia. Al�m da visita � cidade, as autoridades participaram de uma prece na Igreja de S�o Francisco de Paula, em mem�ria aos dois taxistas mortos.
O senador A�cio Neves refor�ou a mensagem de solidariedade e ainda declarou que sua visita teve o objetivo de agilizar a libera��o de verbas da Uni�o para a recupera��o. “H� tantos tr�mites burocr�ticos que os recursos acabam chegando alguns ou muitos meses depois do acontecido. Por isso, � preciso que haja parceria mais efetiva entre os governos federal e estadual e os munic�pios n�o apenas no per�odo da calamidade, mas principalmente no restante do ano, para preven��o”, declarou. Ontem Minas recebeu R$ 300 mil para a��es emergenciais de compra de colch�es, lonas e �gua pot�vel e o governo federal autorizou a libera��o de R$ 10 milh�es para a��es de socorro no estado.
N�mero de mortos chega a 16
Subiu para 16 o n�mero de mortos pelas chuvas em Minas, com a localiza��o ontem do corpo de Roseli do Nascimento, de 45 anos, �s margens do Rio Para�ba do Sul, em Al�m Para�ba, na Zona da Mata. Ela estava desaparecida desde o dia 9 e � a quarta pessoa morta na cidade pelo temporal, que arrasou o munic�pio. Duas pessoas ainda est�o desaparcidas no estado e 168 ficaram feridas durante a chuva.Segundo balan�o da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, 58.520 pessoas foram desabrigadas ou desalojadas em 247 cidades de Minas, dos quais 174 decretaram situa��o de emerg�ncia. O n�mero de afetados no estado j� ultrapassa os 3,2 milh�es. Um total de 16.794 casas foram danificadas e 643 destru�das. Foram danificadas 459 pontes e 359 destru�das.