Pra�a Tiradentes, no Centro Hist�rico de Ouro Preto. No primeiro fim de semana de sol do ano na cidade, um dos principais pontos de visita��o estava vazio, sem o movimento de turistas, o vaiv�m na rua e cal�adas e a agita��o t�pica da cidade. Por todo o munic�pio a situa��o � a mesma. Lojas de artesanato e joias est�o vazias. Nos bares e restaurantes, sobram mesas e cadeiras. Nos hot�is, a hora � boa para pechinchar e pedir descontos, pois todos querem garantir pelo menos um quarto ocupado. As imagens da trag�dia que abalaram o munic�pio espantaram os turistas. Na feira de artesanato em pedra sab�o, havia mais vendedores que compradores.
De acordo com o secret�rio de Turismo, Francisco Assis, a expectativa de ocupa��o de 80% dos 5 mil leitos nas pousadas e hot�is nesta �poca do ano foi reduzida pela metade. Mas ele ressalta que a cidade est� pronta para receber quem � de fora. “Os acessos est�o liberados, as pousadas est�o preparadas e o Centro Hist�rico n�o foi afetado”, disse.
A pedagoga Adriana Teixeira Miranda, de 45 anos, e o marido dela, o vendedor J�lio C�sar, de 50, moradores de Belo Horizonte, passaram o fim de semana na cidade e se surpreenderam. “O que o turista quer ver n�o foi afetado, s� alguns trechos da estrada. � ruim ver lugares bonitos assim t�o vazios”, lamentou Adriana. O taxista R�mulo Albuquerque de Souza, de 20, conta que todo o com�rcio est� sentindo. “Estou rodando a metade do que costumo. Mas vai melhorar aos poucos, as pessoas est�o come�ando a sentir que a cidade est� se levantando.”
LIBERA��O
O prefeito de Ouro Preto, �ngelo Osvaldo, informou que a Rua Padre Rolim, afetada pelo deslizamento que atingiu tamb�m a rodovi�ria, estar� desobstru�da a partir de hoje. Ontem, m�quinas e caminh�es trabalhavam para retirar a terra que ainda bloqueava a via. Est� sendo removido material das �reas nas quais � poss�vel interferir, uma vez que o terreno ainda est� bastante encharcado. Uma conten��o foi providenciada para evitar mais deslizamentos, mas o tr�nsito para carros e pedestres ainda continuar� interditado. A poucos metros da parte que desabou, outro ponto preocupa. A terra est� desmoronando e j� ocupa parte do asfalto.
Segundo o prefeito, n�o se sabe o que ser� feito da encosta. Ele aguarda a conclus�o dos estudos geol�gicos. J� o projeto de reconstru��o da rodovi�ria est� sendo avaliado, embora n�o haja ainda defini��o de custos nem de prazos para o in�cio de novas obras.
Na Rua 13 de Maio, no Bairro Alto da Cruz, outro ponto gravemente afetado, mais afastado da entrada da cidade e dos olhos dos turistas, a situa��o continua a mesma. A terra continua interditando a rua, obrigando quem passa pelo local a andar a p� ou dar voltas para continuar pela via. Para os pedestres, o risco de acidentes � grande, pois a pista afundou e � preciso se arriscar na caminhada. �ngelo Osvaldo informou que, por enquanto, vai esperar para fazer qualquer interven��o. “H� muitas casas no entorno, n�o d� para fazer nada agora”, disse.
Mas � justamente por causa do grande n�mero de im�veis que o perigo � maior. Quem vive no entorno e teve a casa condenada n�o dorme mais no local. H� quem tenha optado por retomar a rotina, como Ana Maria Alves da Silva, de 45 anos. Ela mora na parte de baixo, no Beco da Tassara, onde as casas est�o amea�adas pela encosta. “Dormi uns dias fora de casa, mas, considerando que agora em Ouro Preto tudo d� medo, resolvi voltar”, disse.