
O prost�bulo funciona numa casa ampla e insuspeita numa via que segue paralela � BR-116. Da rua n�o se percebe o que ocorre no interior, mas qualquer frentista de posto de abastecimento indica o ponto de apoio para viajantes solit�rios. A adolescente � quem leva os visitantes at� a casa. Do interior escuro da habita��o surge dona Cota, uma mulher que aparenta ter 70 anos.
Ao receber o Estado de Minas, antes de saber que se tratava de uma reportagem, a mulher mandou a sobrinha limpar a mesa comprida da sala e se aprontar, acreditando se tratar de mais um programa sexual em que levaria R$ 50, al�m de vender bebidas. Sobre o m�vel de madeira que a menina limpou ainda estavam os resqu�cios da longa noitada anterior, quando caminhoneiros e algumas pessoas da cidade encontraram as garotas de programa que moram ali e outras que v�o ao local para se prostituir.
Copos que ainda exalavam cheiro forte de �lcool e pilhas de CDs de m�sicas sertanejas, bandas pop e outros grupos de sucesso se apinhavam sobre o m�vel. No canto da sala h� um grande freezer horizontal onde ficam estocadas garrafas de cerveja e de catuaba que s�o vendidas aos clientes. Segundo dona Cota, h� venda de pinga no local, mas ela afirma que n�o permite o com�rcio de entorpecentes. A cidade, no entanto, � conhecida pela venda ilegal de estimulantes � base de anfetaminas (rebites) em qualquer farm�cia.
Chamego
S�o pelo menos quatro quartos usados exclusivamente pelas prostitutas e clientes para os encontros sexuais. “Os caminhoneiros s�o os principais clientes. Sabe como �, chegam cansados demais e sozinhos por causa da viagem. Aqui eu cuido deles. Providencio um chamego das minhas meninas. Eles relaxam. Bebem e se divertem a madrugada toda”, conta a dona do estabelecimento, admitindo que muitos condutores de carretas pesadas deixam de descansar para desfrutar das prostitutas, mesmo sendo menores de 18 anos.

Mas nem tudo � divers�o, sexo e drogas. Caminhoneiros em busca dos favores das garotas de programa j� passaram maus momentos nas m�os de ladras que os dopam para levar dinheiro e objetos valiosos. “Um colega quase morreu. Pegou uma rapariga no meio da estrada e ela ofereceu um gole de refrigerante. Ele n�o quis, mas ela insistiu. Bastou esse gole para ele apagar”, lembra o motorista de carreta Sim�o (nome fict�cio), que foi acompanhado pela reportagem em seu trajeto de Goi�s � Bahia.
“O cara nem teve tempo de desligar a carreta e j� foi desmaiando. A rapariga colocou um boa noite Cinderela na bebida e levou tudo dele. O m�dico disse que estava t�o concentrado que se bebesse mais poderia at� morrer”. Outro golpe aplicado pelas garotas de programa e que j� ficou famoso no meio dos caminhoneiros � o chamado “peitinho batizado”. “As raparigas passam o boa noite Cinderela nos seios e quando o motorista vai com a boca, t� lascado”, afirma Sim�o.
O QUE DIZ A LEI
Manter rela��es sexuais com menores � crime, assim como explorar a prostitui��o. Segundo a Lei 12.015/2009, simplesmente “ter conjun��o carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos” � pass�vel de puni��o com pena de reclus�o de oito a 15 anos. Induzir algu�m menor de 14 anos a satisfazer a lasc�via de outrem pode ser punido com reclus�o de dois a cinco anos. Mesma pena para quem induz ou atrai algu�m � prostitui��o ou outra forma de explora��o sexual. A pessoa que se prostitui, no entanto, n�o comete crime.
Manter rela��es sexuais com menores � crime, assim como explorar a prostitui��o. Segundo a Lei 12.015/2009, simplesmente “ter conjun��o carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos” � pass�vel de puni��o com pena de reclus�o de oito a 15 anos. Induzir algu�m menor de 14 anos a satisfazer a lasc�via de outrem pode ser punido com reclus�o de dois a cinco anos. Mesma pena para quem induz ou atrai algu�m � prostitui��o ou outra forma de explora��o sexual. A pessoa que se prostitui, no entanto, n�o comete crime.