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Estado de Minas

Durante seca rigorosa, popula��o do Norte de Minas bebe �gua salgada

Os caminh�es pipas, que abastecem a zona rural, demora ceca de 10 dias para retornar �s casas


postado em 20/05/2012 07:13 / atualizado em 20/05/2012 08:53

Sebastiana de jesus com dois dos seus 11 filhos: apenas
Sebastiana de jesus com dois dos seus 11 filhos: apenas"duas enxaguadas" para economizar �gua ao m�ximo (foto: Jackson Romanelli/EM/DA Press)

Embora os caminh�es de Mamonas ainda consigam se abastecer no territ�rio de Porteirinha, a 582 quil�metros da capital, a pr�pria cidade tamb�m enfrenta problemas para garantir �gua a seus habitantes. A ang�stia imposta pela seca � sentida pela fam�lia da lavradora Sebastiana Maria de Jesus, de 38 anos, moradora da localidade de Canaf�stula, na zona rural. M�e de 11 filhos e gr�vida de g�meos, ela precisa esperar o caminh�o-pipa da prefeitura, que �s vezes demora mais de 10 dias para voltar. Enquanto pode, ela d� “banho de balde” nas crian�as no quintal. Como precisa economizar ao m�ximo, o ritual costuma se resumir a “duas enxaguadas”.

Sebastiana reclama da dificuldade para ter acesso � �gua e cuidar dos filhos. Tamb�m lamenta as perdas nas lavouras por causa da falta de chuvas. “Meu marido plantou milho, feij�o e ab�bora, mas o sol foi muito forte. N�o vingou nada”, diz a mulher.

Na mesma localidade, Claud�ncia de Jesus, de 24, sofre com a escassez de �gua para cuidar dos dois filhos pequenos, uma menina de 2 anos e um beb� de 6 meses. “�s vezes, aproveito a mesma �gua que uso para lavar arroz para dar banho nas crian�as”, disse Claud�ncia.

Para sobreviver � demora no retorno do caminh�o-pipa, ela e seu marido, o lavrador Carlos C�sar Silva Pereira, de 28, precisam se abastecer com balde em um po�o perto de casa. O problema � que a �gua � salgada e, com a estiagem prolongada, a vaz�o diminuiu muito.

Higiene dif�cil


Um pouco mais ao norte, quase na divisa com a Bahia, a situa��o n�o � muito diferente. Em Espinosa, a 690 quil�metros de BH, alunos da pequena escola municipal da localidade de Alagadi�o 1 tamb�m sofrem com a aridez, que degrada as j� prec�rias condi��es em que estudam. Instalada em um velho pr�dio, a unidade tem 17 alunos, que dividem espa�o numa �nica sala multisseriada (segundo e terceiro anos do ensino fundamental).

Quando chega, a �gua do caminh�o-pipa � armazenada em dois tambores de 200 litros cada. � usada basicamente para fazer merenda e para matar a sede. O “banheiro” da pequena escola se resume a uma fossa. “A gente tem que ensinar higiene pessoal para os alunos, mas, sem �gua, fica dif�cil trabalhar com esse tema”, diz a professora Ros�nia de Oliveira Le�o Souza. Afinal, como orientar as crian�as sobre os h�bitos simples, como lavar as m�os antes das refei��es, em uma circunst�ncia em que quase falta �gua para cozinhar?
Carlos e claudência: crianças são lavadas com a água do arroz(foto: Jackson Romanelli/EM/DA Press)
Carlos e claud�ncia: crian�as s�o lavadas com a �gua do arroz (foto: Jackson Romanelli/EM/DA Press)


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