(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Norte do estado tem longo hist�rico de secas rigorosas

As piores secas piores registradas no semi�rido mineiro e no Nordeste brasileiro ocorreram em 1939, 1975/1976, 1996/1997, 2007/2008.


postado em 20/05/2012 07:44 / atualizado em 20/05/2012 08:50

Ana ribeiro precisa fazer várias viagens para matar a sede(foto: Jackson Romanelli/EM/DA Press)
Ana ribeiro precisa fazer v�rias viagens para matar a sede (foto: Jackson Romanelli/EM/DA Press)
Dados da Empresa de Assist�ncia T�cnica e Extens�o Rural de Minas Gerais (Emater-MG) e registros hist�ricos indicam que as piores secas piores registradas no semi�rido mineiro e no Nordeste brasileiro ocorreram em 1939, 1975/1976, 1996/1997, 2007/2008. Aos 90 anos, Domingos Jacinto de Oliveira, pequeno agricultor da localidade de Canaf�stula, no munic�pio de Porteirinha, conta que sobreviveu a todas elas. “Na seca de 1939 eu ainda era muito novo, e lembro pouca coisa. S� sei que o povo sofreu muito. Das outras, lembro tudo. E a deste ano � a pior de todas. Chuva mesmo s� caiu at� o come�o de janeiro. De l� para c�, n�o choveu quase nada”, lamenta seu Domingos. Assim como os vizinhos, a fam�lia dele usa a �gua de um caminh�o-pipa, que s� aparece na localidade de 20 em 20 dias. Para manter os animais, a comunidade recorre a um po�o tubular cuja vaz�o diminui a cada dia.

O rigor da estiagem considerada pelos moradores mais antigos como a pior da hist�ria tamb�m assusta o pequeno produtor Geraldo Luiz do Nascimento, de 66 anos, da localidade de Te�/Barreiro, no munic�pio de Espinosa. “Nas secas dos outros anos, salvava alguma coisa. Desta vez n�o sobrou nada”, conta Geraldo, que tenta alimentar sua cabrinha com a palha seca do que restou da ro�a de milho de dois hectares em seu torr�o, que n�o vingou. O Rio Galheiros e outros c�rregos na regi�o est�o completamente vazios desde o ano passado. Por isso, quando o caminh�o-pipa demora, a comunidade � obrigada a recorrer � �gua salobra captada em um po�o tubular. llva Rodrigues Nascimento, de 35, recorre a uma carro�a para carregar �gua por uma dist�ncia de 400 metros. “� a primeira vez que vivo uma situa��o dessa”, diz Ilva, que usa o que consegue captar para lavar roupa.

Mas a situa��o dela n�o � das piores. Alguns moradores da mesma comunidade t�m de recorrer � velha lata d’�gua na cabe�a, como faz Ana Senhora Ribeiro, de 42 . “Muitas vezes, uso essa �gua para cozinhar. Mas � ruim demais”, lamenta ela, que precisa andar 300 metros v�rias vezes por dia para apanhar �gua.

De acordo com o escrit�rio local da Emater, de outubro a mar�o, foi registrada em Espinosa precipita��o de 423 mil�metros. “A chuva n�o deu para encher nenhum rio do munic�pio e as perdas nas lavouras milho e feij�o foram superiores a 70%”, relata Jorge Murilo Tolentino, t�cnico da empresa estadual no munic�pio.

O Verde Pequeno desapareceu


A grande preocupa��o das autoridades locais � que a barragem de Estreito (Rio Verde Pequeno), que abastece a cidade, est� com apenas 20% de sua capacidade. Abaixo da barragem, o leito est� completamente seco, como se verifica na localidade de Alagadi�o 2. “Antigamente, corria muita �gua nesse rio. De uns tempos pr� c� secou de vez”, conta o agricultor C�cero Nunes dos Reis, de 45, mostrando um local onde foi erguida uma velha “pinguela” para travessia do local onde hoje s� h� o leito vazio.

Com os leitos cortados, gente como Maria Aparecida Pimentel da Silva de Assis, de 44, uma das lutadoras da comunidade de Ro�a Velha, tamb�m na zona rural de Espinosa, tem de acumular tambores de pl�stico e o que mais possa guardar �gua para a fam�lia. Para consumo dos tr�s filhos, ela conta com o pouco que � entregue pelo caminh�o-pipa. Para cuidar dos animais, o marido dela, Urbano Rodrigues de Assis, de 48, precisa buscar �gua em carro de boi, em um po�o tubular a quase um quil�metro de casa.

Enquanto isso...


...nordeste � castigado

No Nordeste do pa�s, a estiagem tamb�m � considerada uma das piores da hist�ria. O vizinho estado da Bahia, por exemplo, est� sem chuva h� mais de cinco meses e quase 240 munic�pios j� decretaram estado de emerg�ncia. Mais de 2,7 milh�es de pessoas j� foram afetadas apenas no estado. E o problema avan�a pela regi�o. No Piau�, as perdas na lavoura ultrapassam 80%, e 112 munic�pios decretaram situa��o de emerg�ncia. Em Alagoas s�o 33 prefeituras nessa condi��o. Em Pernambuco, 97 munic�pios enfrentam a mesma situa��o e mais de 1 milh�o de pessoas foram afetadas.

As piores secas da hist�ria

1939 - De acordo com registros hist�ricos, em 1939 uma grande seca atingiu todo o Nordeste brasileiro, o Norte de Minas e o Vale do Jequitinhonha, espalhando fome e desespero, com milhares de pessoas deixando as regi�es atingidas em dire��o aos grandes centros.


1975/1976 - Tida como uma das mais severas estiagens que atingiram o Norte de Minas. Foi um longo per�odo sem chuvas, que, na maioria dos munic�pios, n�o passaram de 500 mil�metros na esta��o das �guas (outubro a mar�o). A estiagem durou em torno de 10 meses, provocando perda de quase 100% das lavouras.


1996/1997 - Uma grande seca abrangeu al�m do Norte de Minas todo o Vale do Jequitinhonha. As perdas nas lavouras foram de aproximadamente 100%. Longo per�odo de estiagem, com chuvas acumuladas abaixo dos 500 mil�metros no per�odo chuvoso (outubro a mar�o).


2007/2008 - O per�odo seco tamb�m foi antecipado e a demora para o in�cio das chuvas acarretou esgotamento das pastagens e das reservas alimentares. A pecu�ria foi o setor mais atingido e os produtores foram for�ados a se desfazer de parte do rebanho. Foi registrada uma redu��o no rebanho bovino da regi�o de aproximadamente 300 mil cabe�as, devido a morte dos animais e vendas a baixo pre�o.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)