
Uma rua aparentemente pacata, com guarita que informa sobre vigil�ncia armada e eletr�nica, sinalizada por placa que indica monitoramento 24 horas. Nada disso foi suficiente para impedir mais um assalto no Bairro Mangabeiras, no que j� � classificado como uma onda de viol�ncia que assusta moradores. As �ltimas v�timas sofreram mais que perdas patrimoniais: enfrentaram momentos de terror sob amea�a de criminosos, em uma das �reas mais nobres da Regi�o Centro-Sul da capital. Assaltantes armados invadiram a casa, na Rua Comendador Viana, e mantiveram pai e filho sob a mira de uma pistola autom�tica e um rev�lver. Foram cerca de 10 minutos de amea�as e agress�es. A situa��o s� foi contornada porque o filho mais novo percebeu o momento que o pai foi rendido e ligou para a PM. Quatro ladr�es foram presos, mas a a��o n�o foi suficiente para contornar o medo de moradores, que cobram atitude mais en�rgica da Pol�cia Militar.
O ataque que contribuiu para aumentar a preocupa��o da vizinhan�a, j� claramente demonstrada pelas placas que informam sobre a seguran�a particular, come�ou por volta das 7h30. O dono da casa, que � engenheiro e tem 62 anos, mora com dois filhos no endere�o h� 10 anos e nunca tinha tido problemas com assaltos. Como faz diariamente, ele saiu de casa por volta das 6h30 para caminhar. Uma hora depois, quando colocou a chave para entrar em casa, foi abordado por dois homens que o empurraram para dentro e fecharam o port�o. “Ca� e eles anunciaram o assalto. Mandaram abrir a porta de dentro, mas, como a chave ficou do lado de fora do port�o, n�o podia fazer nada e eles come�aram a me agredir. Pensei v�rias vezes que morreria ali”, conta o engenheiro.
A fam�lia s� foi salva porque o outro filho do engenheiro percebeu o assalto logo no in�cio e conseguiu saltar para a casa vizinha, de onde telefonou para a pol�cia. A PM demorou menos de 10 minutos para chegar. “O interfone tocou e eles me mandaram atender. Disseram para eu falar que estava tudo bem, sen�o nos matariam”, acrescentou o irm�o mais velho. Por�m, enquanto os ladr�es se preparavam para encher o carro com material roubado, foram surpreendidos pelo erro de um dos comparsas. “Um deles apertou por descuido o bot�o que abre o port�o, o que facilitou nossa entrada. Eles correram para os fundos e pularam um muro de cerca de 10 metros de altura, caindo em um lote vago”, conta o sargento Jos� Ant�nio de Oliveira, do 22º Batalh�o.
Pris�o e covardia

Entre os presos, que n�o se acanharam em exibir sorrisos ao serem apresentados pela pol�cia, um dos adultos, Caique Moura, tem passagens por homic�dio. O menor de 16 j� foi apreendido v�rias vezes, por crimes diversos, e estava com um mandado de busca e apreens�o em aberto.
Os assaltantes foram descritos pelas v�timas como extremamente violentos. “A covardia deles foi t�o grande que pensei que morreria. N�o tenho a m�nima inten��o de correr o risco mais uma vez, n�o quero enfrentar essa situa��o. Pretendo sair desta casa”, disse, com l�grimas no rosto, o engenheiro de 62 anos, que levou sete pontos na cabe�a e cinco no rosto, devido �s coronhadas. Seu filho que conseguiu chamar a pol�cia disse que o medo tem sido companheiro na vizinhan�a. “Todo dia a gente fica sabendo de alguma coisa nesta rua, ent�o sempre fico mais esperto. Parece que estamos s� esperando a nossa vez”, desabafa o estudante, dizendo que a casa dele � a 12ª roubada na via.