
Com a expectativa de que novos taxistas entrem no mercado em Belo Horizonte �s v�speras da Copa das Confedera��es, aumenta a d�vida sobre a prepara��o desses profissionais para atender os turistas que vierem a BH para assistir a tr�s jogos do evento. A principal justificativa � a falta de tempo para fazer qualquer curso. E, se o dom�nio de um segundo idioma est� praticamente descartado, a preocupa��o agora � que eles atendam bem aos visitantes. No ano passado, 631 pessoas formalizaram reclama��es na BHTrans por comportamento inadequado dos taxistas, n�mero 21,81% maior que o registrado em 2010.
De acordo com a assessora de qualifica��o profissional da Belotur, Neuma Horta, � uma ilus�o achar que qualquer classe ter� flu�ncia de outra l�ngua at� o ano que vem. “O que queremos � que eles tenham o m�nimo de conhecimento, que n�o entrem em p�nico, que eles saibam responder que n�o t�m flu�ncia naquela l�ngua, mas tentem ajudar. Ou tenham um livro de perguntas e respostas por perto, que estabele�am um m�nimo de comunica��o e o turista veja que o profissional vai tentar atender �s necessidades dele”, afirmou.
Aguinaldo de Paula Fran�a tem 35 anos e h� 10 atua como taxista em BH. Ele acha importante falar outra l�ngua, mas avalia que cada minuto na rua � fundamental para ter um retorno financeiro. Ele diz que a falta de tempo � a alega��o geral entre a categoria. “A maioria prefere gastar o tempo livre com a fam�lia, descansando.” Segundo ele, a cooperativa da qual � associado j� prop�s contratar um professor para dar aulas e disponibilizar uma sala, mas n�o houve interesse. “Os donos de t�xis n�o querem e os auxiliares preferem ficar na rua para ganhar”, disse. Aguinaldo revela que n�o � raro a central chamar pelo r�dio por algu�m que saiba falar ingl�s. “� muito dif�cil ter um que saiba. Os que t�m essa qualifica��o v�o para o servi�o vip.”
H� 30 anos na pra�a, o taxista Daniel Saraiva, de 50, diz que em outros grandes eventos na capital procurou por cursos de l�nguas e acha que n�o valeu a pena. “Os turistas j� v�m preparados, com carros alugados, n�o v�m dependendo de taxista. Vou tentar tratar os turistas da melhor forma, mas n�o vou procurar curso nenhum. Em apenas um m�s todos conseguem se virar.”
Segundo Neuma Horta, o problema relatado pelos taxistas � comum em todo o pa�s. “Temos conversado com as secretarias das outras cidades-sede e vimos que � um dos p�blicos mais dif�ceis de atingir. Na vis�o deles, se saem para se qualificar est�o deixando de ganhar dinheiro, n�o veem como um investimento. O taxista entende que s� vai ganhar dinheiro se estiver na rua, n�o enxerga como uma melhoria para a qualidade do seu trabalho. E � uma cultura que n�o se muda da noite para o dia, n�o � f�cil sensibiliz�-los”, afirma.
De acordo com a assessora, todo motorista que come�a a trabalhar na capital tem que passar por um curso obrigat�rio no Sest/Senat. S�o 50 horas de aulas sobre como se vestir, atender bem o p�blico, marketing pessoal, informa��es tur�sticas da regi�o e tamb�m dire��o defensiva. A reciclagem � feita a cada cinco anos e tem 25 horas no total. Al�m deste que � exig�ncia da BHTrans, Neuma Horta lembra que os profissionais que queiram melhorar o curr�culo podem procurar os cursos gratuitos oferecidos em parceria com o Sebrae e Minist�rio do Turismo. O presidente do Sindicato dos Taxistas (Sincavir), Dirceu Efig�nio Reis, afirmou que se preocupa com a quest�o e apoia as a��es de aperfei�oamento ministradas no Sest/Senat e pelo Comit� Executivo Municipal para a Copa’2014.
Rep�rter da TV Alterosa testou se os belo-horizontinos t�m conhecimento do idioma