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Estado de Minas

Bola fora no primeiro dia de julgamento do Caso Bruno

Ex-policial acusado de matar Eliza Samudio ser� julgado em outra data, ap�s advogados desistirem da defesa e tumultuarem j�ri, que tem seis mulheres e um homem como jurados


postado em 20/11/2012 06:00

Ao lado do jurista Luiz Flávio Gomes (C), os advogados Ércio Quaresma (E) e Fernando Magalhães (D), que abandonaram a defesa do ex-policial Bola(foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)
Ao lado do jurista Luiz Fl�vio Gomes (C), os advogados �rcio Quaresma (E) e Fernando Magalh�es (D), que abandonaram a defesa do ex-policial Bola (foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)

O julgamento do goleiro Bruno Fernandes e outros quatro acusados da morte de Eliza Samudio come�ou tumultuado no F�rum de Contagem, na Grande BH. O principal empecilho foi a decis�o de �rcio Quaresma e outros cinco advogados, que desistiram da defesa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. Com isso, o julgamento foi desmembrado e o homem acusado de matar Eliza ser� julgado em outra data. Outro problema foi causado por Luiz Henrique Ferreira Rom�o, o Macarr�o, que passou mal e foi levado de volta para a Penitenci�ria Nelson Hungria. O futuro de Bruno, que est� preso h� 867 dias e chegou magro e abatido ao f�rum, ser� decidido por seis mulheres e um homem, sorteados entre 43 nomes pela ju�za Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, ontem � tarde.
 
Os impasses no plen�rio do Tribunal do J�ri comandados pelos advogados de Bola atrasaram a sess�o, que come�aria �s 9h, por tr�s horas. Quaresma, que chegou a defender Bruno na fase de inqu�rito, mas foi afastado ao ser flagrado em um v�deo pol�mico em que aparece fumando crack, se transformou no centro das aten��es. Foi o grande articulador do tumulto, fazendo press�o psicol�gica para desestruturar a ju�za e cansar os jurados, segundo o jurista e professor de direito em S�o Paulo Luiz Fl�vio Gomes, que acompanha o julgamento como observador. 
 
Quaresma conseguiu impedir o andamento normal dos trabalhos. At� as 13h, quando a ju�za suspendeu a sess�o por uma hora, o conselho de senten�a ainda n�o havia sido formado. A primeira confus�o de Quaresma foi em rela��o � falta de estrutura do plen�rio. Ele discutiu com o defensor de Bruno, Rui Pimenta, por causa de lugares, e se desentendeu tamb�m com um dos escriv�es sobre a falta de mesa, cadeiras e tomadas el�tricas para instalar computadores. Criou caso, inclusive, com a quantidade de vagas destinadas � imprensa e estudantes de direito, justificando que o n�mero de credencialmentos era maior do que o espa�o reservado aos familiares dos r�us. Somente dois parentes de cada acusado podem acompanhar o j�ri.
 
Entre os presentes estava a a dentista Ingrid Calheiros Oliveira e uma tia do goleiro. Ingrid afirmou estar no plen�rio na condi��o de mulher de Bruno e garantiu que os dois j� oficializaram o casamento, mas n�o quis dar detalhes sobre a cerim�nia. “Estou muito nervosa, mas se houver Justi�a em Minas, Bruno ser� absolvido, em nome de Deus”. Compareceram tamb�m para acompanhar o j�ri um irm�o de Dayanne; a m�e de Fernanda, Solange Castro, e a mulher e filha de Bola, Denislene dos Santos e Middian Kellyn. 
 
Ao meio-dia, a ju�za instaurou oficialmente a sess�o citando os cinco r�us: Bruno e Macarr�o, que respondem por homic�dio triplamente qualificado, sequestro, c�rcere privado e oculta��o de cad�ver, o Bola, acusado de homic�dio duplamente qualificado e oculta��o de cad�ver; Fernanda Gomes de Castro, por sequestro e c�rcere privado de Eliza Samudio e do filho, Bruninho, que na �poca do crime estava com 4 meses de idade; e Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, acusada de sequestro e c�rcere privado do menino.
 
A ju�za fixou prazo de 20 minutos para cada um dos defensores manifestar quest�es preliminares (an�lise de pedidos dos advogados e decis�es). O tempo estipulado gerou mais tumulto. Todos os defensores foram contr�rios � decis�o fazendo com que ela estendesse o tempo para 35 minutos. 
 
Rui Pimenta alegou que o tempo era curto para um processo que tem mais de 60 volumes e 15.684 p�ginas. Outro questionamento foi o indeferimento pela ju�za sobre o depoimento do primo de Bruno, J.L.L.S., menor na �poca do crime, como testemunha em plen�rio ou por videoconfer�ncia. “O depoimento desse rapaz � imprescind�vel, pois foi a partir dele que esse processo teve in�cio”, disse Pimenta. Em seguida, o advogado de Macarr�o, Leonardo Diniz, disse sobre as mesmas quest�es. 

Pornografia
 
Quaresma, mais uma vez, causou burburinho e amea�ou por tr�s vezes abandonar o julgamento, o que acabou fazendo no in�cio da tarde. Como essa manobra j� era prevista, a ju�za avisou que ela j� havia convocado defensores p�blicos para assumir a defesa de qualquer um dos r�us. Quaresma retomou a fala e passou a exigir a apresenta��o em plen�rio dos 25 v�deos com depoimentos de testemunhas, dos quais a ju�za n�o permitiu que fossem feitas c�pias. Outra pol�mica foi a recusa da ju�za � inclus�o no processo de fotos de conte�do porn�gr�fico, considerada ofensivas a Eliza.
 
O criminalista ainda acusou a ju�za de cercear o direito da defesa plena e afirmou que o fato foi levado h� duas semanas ao conhecimento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG). Marixa, por�m, rebateu: “Todo o teor das informa��es foi transcrito e anexado aos autos. Apenas n�o permiti c�pias para preservar a imagem das testemunhas”. 
 A ju�za lembrou que todas as provas dos autos ficam na secretaria do tribunal e s�o de livre acesso � defesa, inclusive, convidou ontem os advogados para que eles analisassem mais uma vez o material. “Uma coisa � a letra fria, outra � o semblante da pessoa", contestou Quaresma, insistindo na apresenta��o dos v�deos no plen�rio. “O senhor teve dois anos e meio para ver essas imagens", rebateu a ju�za, cassando a palavra do advogado.
 
De volta ao plen�rio, Quaresma reafirmou sua decis�o de abandonar a defesa de Bola e pediu para que constasse na ata. No entanto, a ju�za suspendeu o julgamento por uma hora, �s 13h26, sem tomar uma decis�o. Ela determinou o intervalo e mandou servir almo�o aos 33 jurados que ainda aguardavam o sorteio.


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