
O conto de Natal acabou se transformando em uma bela hist�ria de amor no caso dos advogados Ricardo Lopes, de 32 anos, e Keite Teixeira, de 29, s�cios em um neg�cio de milk-shakes em Ipatinga, no Vale do A�o, e num shopping em Belo Horizonte. “Estou vivendo um conto de fadas”, confirma, sorridente, a rec�m-casada Keite. Depois de 12 anos de namoro, que come�ou em 2000, os dois subiram ao altar em 11 de fevereiro.
“Quando Ricardo entrou na igreja na cadeira de rodas, n�o houve uma �nica pessoa que conseguisse segurar o choro”, conta Keite, que lamenta terem faltado len�os com apliques de l�grimas artificiais de alegria para distribuir a todos os presentes. Foi o �nico item que se esgotou no cas�rio, apesar de ela ter mandado confeccionar um para cada convidado. Ricardo pediu a m�o de Keite em casamento, dentro da UTI, em dezembro de 2007, depois que descobriu ter ficado tetrapl�gico ao ser lan�ado para fora do tobo�gua de um clube e fraturar a coluna. “S� eu entendia o que o Ricardo falava. Ele jurou para a minha m�e que era capaz de me fazer feliz”, conta ela, emocionada.
“Ganho meu dia quando vejo minha mulher feliz. Esse � o meu principal objetivo. Se ela estiver feliz, estou tamb�m”, declara Ricardo. E pergunta, a quem quiser ouvir: “Meu bem, hoje j� falei que te amo? J� disse que voc� est� linda?” Keite responde �s perguntas com um sorriso. “N�s dois mudamos muito ap�s o acidente. E para melhor. Passamos a dar valor �s menores e melhores coisas da vida”, diz ela, que se reveza com a cunhada Juliana nos cuidados com a empresa e com Ricardo.
Keite e Juliana administram os quiosques de milk-shake, enquanto Ricardo trabalha no computador. Fecha as contas da empresa, as opera��es banc�rias e os acessos � internet. Como n�o tem o movimento das m�os, aprendeu a usar o adaptador para digitar no teclado e no celular. J� consegue se virar sozinho, beber �gua na mochila Kamel (que traz uma garrafa acoplada com canudinho), descascar uma banana e ligar a televis�o.
Ainda em clima de lua de mel, � noite o casal costuma tomar vinho, fazer um churrasco � beira da piscina e chamar os amigos e a fam�lia para conversar e jogar baralho. “Mais para a frente, daqui a uns dois anos, pensamos em ter filhos. J� sabemos que isso � poss�vel, at� mesmo pelos m�todos naturais”, revela Keite.