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Estado de Minas

Sindicato prev� duplica��o de uso de Rivotril este ano em BH

Ser�o distribu�dos 17 milh�es de p�lulas pela rede p�blica. Para especialista, rem�dio � mais viciante do que �lcool e coca�na


postado em 25/01/2013 00:12 / atualizado em 25/01/2013 07:23

Luciane Evans

"Comecei a tomar Rivotril h� seis meses por causa da ansiedade e da ins�nia. Com a medica��o, consigo dormir e acordo bem disposto" - Louren�o Rabelo, advogado (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Se por um lado, a ociosidade � apontada como um dos motivos para a explos�o do uso de Rivotril em munic�pios menores, por outro, nos maiores, como BH e Santa Luzia, o estresse, somado a diagn�sticos equivocados, pode ser o grande vil�o. E a tend�ncia, segundo previs�o do Sindicato dos Farmac�uticos de Minas Gerais (Sinfarmig), � um aumento significativo do consumo da droga neste ano. S� em Belo Horizonte, onde, segundo o levantamento da entidade, foram distribu�dos 8,6 milh�es de comprimidos no ano passado pela rede p�blica, uma m�dia de 3,7 comprimidos por habitante, a expectativa � de que esse consumo chegue a 17 milh�es, quase nove p�lulas para cada belo-horizontino.

“�, certamente, um n�mero alto”, reconhece, preocupado, o terapeuta comunit�rio da Secretaria Municipal de Sa�de de Belo Horizonte, Luciano Carneiro de Lima. Ele, juntamente com uma equipe do Programa de Sa�de da Fam�lia (PSF) da capital, fez, em 2009, uma monografia para o curso de especializa��o na �rea, em que constatou que a maioria dos pacientes que usa benzodiazep�nicos, classe de medicamentos da qual o Rivotril faz parte, n�o se lembra por que come�ou a usar a medica��o e n�o recebeu orienta��o m�dica para o uso. “O rem�dio deveria ter dia certo para come�ar e terminar. O ideal � o profissional de sa�de come�ar com uma dose alta e ir diminuindo”, diz.

Na opini�o do especialista, a realidade da capital reflete um tormento da sociedade. “Vivemos em um mundo cada vez mais consumista, as pessoas procuram solu��es r�pidas e est�o pouco tolerantes �s frustra��es. Por sua vez, os m�dicos n�o sabem dar outras respostas, pois muitos saem despreparados das faculdades e ao verem um paciente chorando em seus consult�rios logo prescrevem a droga”, critica.

A observa��o � tamb�m a do assessor t�cnico em sa�de mental da Secretaria de Estado de Sa�de e diretor da Associa��o Mineira de Psiquiatria, Paulo Repsold: “H� ginecologista, cl�nico-geral e outros especialistas que prescrevem o clonazepam”.

Na fam�lia do advogado Louren�o Rabelo, de 26 anos, morador de BH, todo mundo usa. “Minha m�e, meu padrasto, irm�o e meus tios. E todos estamos tranquilos. Comecei a tomar Rivotril h� seis meses, por causa da ansiedade e da ins�nia. Com a medica��o, consigo dormir e acordo bem disposto”, conta.

A preocupa��o de Paulo Repsold � que o rem�dio vicia muito r�pido. “Ele � mais f�cil de viciar do que o �lcool e a coca�na. O paciente n�o pode largar a medica��o de uma hora para outra, pois entra em s�ndrome de abstin�ncia.”
Outro alerta do especialista � que o Rivotril pode representar um tratamento para depress�o pela metade. “Ele n�o � um antidepressivo, mas atua associado aos que s�o. No entanto, ao medic�-lo para tratar a doen�a, h� o risco de a depress�o n�o estar sendo tratada. Para a doen�a, vai funcionar como analg�sico, assim, a pessoa continua deprimida, sem concentra��o, mas est� tranquila e calma”, alerta.

Barato Em Santa Luzia, o consumo tamb�m � alto. No total, 1, 6 milh�o de comprimidos distribu�dos em 2012,   m�dia de oito para cada morador. A farmac�utica Maria Cristina Senra Toledo, de 53, diz tomar o Rivotril desde abril de 2012. “Trata-se de um medicamento mais barato e que traz uma solu��o r�pida. Estou passando por um momento de depress�o e quando passei a tomar o rem�dio consegui dormir. Sei que estou mais esquecida, mas sem ele n�o durmo.”


O QUE �

DEFINI��O: O clonazepam, o Rivotril, � um benzodiazep�nico que tem como principais propriedades a inibi��o de fun��es do sistema nervoso, com a��o anticonvulsivante, alguma seda��o, relaxamento muscular e efeito tranquilizante.

INDICA��ES: As principais indica��es s�o para crises epil�pticas, transtornos de ansiedade e afetivo bipolar, fobia social, depress�o em fase inicial de tratamento, tratamento da s�ndrome das pernas inquietas, vertigem e sintomas relacionados � perturba��o do equil�brio, como n�useas, v�mitos, pr�-s�ncopes ou s�ncopes, quedas, zumbidos e dist�rbios auditivos.

EFEITOS COLATERAIS: Depress�o do sistema nervoso central, como sonol�ncia, dor de cabe�a, irritabilidade, perda do equil�brio, n�usea, falta de concentra��o, perda da mem�ria, perda da voz, movimentos dos bra�os e pernas, coma, vis�o dupla, dificuldade para falar, apar�ncia de “olho v�treo”, fraqueza muscular, depress�o respirat�ria, fala mal articulada, tremor, letargia, formigamento, altera��o da sensibilidade nas extremidades. H� tamb�m dist�rbios psiqui�tricos como alucina��es, histeria, ins�nia, tentativa de suic�dio, ataque de ansiedade e risco de parada card�aca.
 


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