Destino de beb� de argentina assassinada em BH ainda � incerto

Com a m�e morta e o pai na cadeia, o futuro mais prov�vel do filho da argentina Maria Silvina Valeria Perotti, de 33 anos, assassinada com dois tiros na cabe�a no �ltimo domingo, deve ser fora do Brasil. O pai do beb�, Jos� Ant�nio Mendes de Jesus, de 32 anos, foi preso em flagrante pelo homic�dio – o que na opini�o do advogado e presidente do Instituto Brasileiro de Direito da Fam�lia Rodrigo da Cunha deve destitu�-lo do poder familiar e diminuir as chances de sua fam�lia conseguir a guarda da crian�a.

“Se praticou o crime, ele provavelmente n�o ter� a guarda, nem os familiares dele. Quem deve ficar com a guarda da crian�a s�o os familiares da m�e. Os parentes do pai j� entram com desvantagem”, afirma. Para o especialista cabe ainda uma nova acusa��o: a de tentativa de homic�dio do filho. “Se abandonou o beb� para morrer com a m�e, tamb�m pode responder por atentar contra a vida da crian�a.”

Segundo um ex-colega de trabalho da v�tima, que pediu para n�o ser identificado, Valeria considerava o companheiro agressivo e estava preocupada com ele. “Ela tinha medo de que ele fizesse alguma coisa ruim por causa de uma briga judicial no antigo emprego dela. Fiquei muito assustado ao saber o que aconteceu com ela e, agora que estou pensando no que ela me falou, n�o duvido de que ele tenha feito isso mesmo”, comenta.

Antes de a guarda ser discutida, a crian�a ainda precisa passar por um lento processo de recupera��o. O menino nasceu com 28 semanas de gesta��o e continua em estado grave, respirando por aparelhos, na unidade de terapia intensiva (UTI) da maternidade J�lia Kubitschek. Caso ele sobreviva, um processo dever� ser aberto na Vara da Fam�lia de Belo Horizonte para a disputa de guarda.

O corpo da v�tima permanece no Instituto M�dico Legal (IML), aguardando libera��o pela fam�lia, que n�o tem data para chegar, segundo o c�nsul-geral da Argentina em Belo Horizonte, Jos� Cafiero. “Conversei com a m�e dela e por enquanto ela est� em choque e fazendo o que precisa para vir para o Brasil. Tamb�m falamos sobre o beb� e ela est� ansiosa, mas quer conhecer o menino. Quando ela chegar, vamos busc�-la no aeroporto e ficar � disposi��o para o que ela precisar”, afirma.

Vers�o

O pai do suspeito, o empres�rio do ramo de guindastes Jos� Ant�nio de Jesus, de 60 anos, disse que se o filho errou, ele n�o tem defesa, mas se n�o errou, a verdade ir� surgir. “No momento, o que me resta � acreditar na vers�o do meu filho. Ele e a minha nora viviam muito bem e nunca discutiram. Os dois eram extremamente trabalhadores e n�o havia nada que os desabonasse. Testemunham viram quando eles sa�ram de casa de m�os dadas para ir ao supermercado e ela foi morta 10 minutos depois”, disse Jos� Ant�nio.

O t�cnico em inform�tica e a v�tima se conheceram ainda quando ela era casada com o primeiro marido. “Eu e o meu filho prest�vamos servi�o � empresa deles. O casal se separou e meu filho come�ou a se relacionar com ela depois. Viviam juntos h� oito anos e meu filho praticamente criou o filho de 10 anos dela. Todos se relacionavam muito bem”, disse.

Ao pai, o t�cnico em inform�tica contou que ele e a v�tima estavam a caminho do supermercado e o carro foi fechado por dois homens numa moto. Val�ria foi baleada e jogada para fora do carro e um dos ladr�es partiu com o t�cnico no carro, que foi seguido por outro assaltante na moto. A delegada Elenice Batista informou que ratificou a pris�o do suspeito com base no depoimento de duas testemunhas do crime.