
Depois de s�rie de tremores, Montes Claros, no Norte do estado, ter� um n�cleo de sismologia para aprofundar estudos sobre os abalos. O centro, implantado a partir de acordo entre a Universidade de Bras�lia (UnB) e a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), refor�ar� o trabalho de monitoramento na regi�o: desde junho do ano passado, ap�s tremor de 4.2 graus na escala Richter em maio, nove esta��es sismogr�ficas foram instaladas pela UnB e pela Universidade de S�o Paulo (USP). Tamb�m est� em processo de instala��o uma esta��o sismogr�fica da Unimontes, que importou os aparelhos do M�xico. A compra de dois sism�grafos, por R$ 150 mil, foi viabilizada pelo governo de Minas por meio da Funda��o de Amparo � Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).
A instala��o do n�cleo de sismologia foi acertada em reuni�o do chefe do observat�rio sismol�gico da UnB, Lucas Vieira Barros, e o reitor da Unimontes, Jo�o dos Reis Canela. O centro aprofundar� estudos sobre o Norte de Minas – na regi�o, um abalo de 4.9 graus na escala Richter, em 2007, provocou a morte de uma crian�a de cinco anos no distrito de Cara�ba, munic�pio de Itacarambi. Outras �reas do estado, por�m, ser�o monitoradas. “Vamos monitorar tamb�m a Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, onde � registrada sismicidade em alguns munic�pios, como Betim e Nova Lima”, disse Barros, lembrando que, em fevereiro, a terra tremeu tamb�m em Morada Nova e mais dois munic�pios da regi�o Central do estado (Biquinhas e Paineiras).
Falha geol�gica
O chefe do observat�rio da UnB confirmou que primeiros estudos feitos na Regi�o Norte apontam como causa dos tremores uma falha geol�gica de dois quil�metros de extens�o e profundidade de um a dois quil�metros, situada entre a Vila Atl�ntica e o Parque Estadual da Lapa Grande, perto da �rea urbana de Montes Claros. Os estudos da UnB e da USP, no entanto, indicam que h� poucas chances de que tremores de mais 5 graus na escala Richter ocorram perto da cidade.
“Uma an�lise estat�stica de todos os tremores no Brasil mostra que quando h� um tremor de magnitude 4, h� uma probabilidade entre 15% e 22% de que ocorra outro tremor maior durante os 12 meses seguintes ao primeiro”, diz trecho do documento. “Nesses poucos casos em que tremores maiores voltam a ocorrer, a maior parte ocorre nas primeiras semanas e a chance de ocorr�ncia cai exponencialmente com o tempo. Considerando que o tremor maior de Montes Claros ocorreu 10 meses atr�s, pode-se estimar a chance de ocorr�ncia de um tremor mais forte como sendo perto de 1%.”
Apesar das chances reduzidas de fortes tremores, t�cnicos recomendam que a popula��o de �reas pr�ximas dos epicentros (Vila Atl�ntica) tenham cuidado redobrado com a estrutura de suas casas. “Mesmo com pequena possibilidade de ocorr�ncia de um tremor maior, as vibra��es no solo poderiam atingir acelera��es de at� 15% de gravidade (for�a gravitacional). Por esse motivo, recomenda-se que as casas fr�geis (afetadas pelo tremor de 19 de maio) sejam refor�adas”, conclui o documento.