
A reitoria da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) emitiu uma nota de rep�dio, no fim da tarde desta segunda-feira, ao trote realizado por alunos da Faculdade de Direito na �ltima semana. Imagens do evento foram divulgadas nesta segunda-feira e j� causaram pol�mica nas redes sociais. Internautas ficaram revoltados com algumas fotos que mostram atos racistas durante a a��o.
No documento, assinado pelo reitor Cl�lio Campolina Diniz, e pela vice-reitora Rocksane de Carvalho Norton, a UFMG afirma que os fatos e as penalidades j� est�o sendo apurados e que a “institui��o se manifesta veementemente contr�ria ao ocorrido na Faculdade de Direito no �ltimo dia 15”. A Universidade tamb�m afirmou que “repudia quaisquer atos de viol�ncia, opress�o, constrangimento ou equivalentes, praticados contra membros da comunidade universit�ria, em particular aqueles relacionados aos chamados “trotes” aplicados aos novos estudantes”.
O trote realizado na �ltima sexta-feira na Faculdade de Direito depois que fotos preconceituosas foram divulgadas nas redes sociais. Em uma das imagens, uma jovem aparece acorrentada e pintada com tinta preta. Em seu pesco�o foi pendurada uma placa com o nome de "Chica da Silva", fazendo alus�o a escrava que viveu em Diamantina, na Regi�o Central de Minas Gerais, e que ganhou a alforria depois de se envolver amorosamente com um contador famoso no s�culo 18. Uma segunda fotografia, mostra um calouro amarrado a uma pilastra e outros estudantes fazendo sauda��es nazistas. Entre os veteranos, um jovem ainda utiliza bigode semelhante ao do ditador Adolf Hitler (1889 -1945).
Logo que surgiram as imagens nas redes sociais, os estudantes foram duramente criticados pelos internautas. "Estes a� ser�o nossos futuros ju�zes, magistrados, advogados e pol�ticos do pa�s?", argumentou Heric Maicon. "Todo trote ofensivo ou humilhante deve ser proibido. O argumento de que 'participa quem quer' � rid�culo, pois pressup�e uma falaciosa liberdade total de escolha do calouro. Mesmo dentro da FDUFMG ainda h� quem ache gra�a em oprimir, submeter e achincalhar o colega. Debater o tema � urgente. Propor gincanas l�dicas e trotes solid�rios � o melhor caminho", sugeriu Eduardo Ara�jo.

Por meio do Facebook, o Diretor de Rela��es P�blicas do CAAP, Daniel Ant�nio da Cunha , informou que os o trotes n�o s�o organizados e nem financiados pelo Centro Acad�mico, “sendo de inteira responsabilidade dos veteranos”. Mesmo assim, os fatos ser�o apurados pela entidade dos estudantes, que convocou uma reuni�o para apurar os fatos.
Toler�ncia zero
Os trotes j� s�o problemas recorrentes na UFMG. Em mar�o do ano passado, a dire��o da Universidade j� havia informado que iriam punir os veteranos que insistiam em fazer as brincadeiras. A pol�tica de toler�ncia zero surgiu depois que estudantes de turismo relataram que duas calouras foram amarradas a um poste. Os veteranos se vestiram de policiais militares e colocaram camisinhas na ponta de cassetetes, obrigando os novos universit�rios a chupar o objeto.
A vice-reitora da Universidade Federal de Minas Gerais, Rocksane de Carvalho Norton, informou que os alunos respons�veis pelos atos podem at� serem expulsos na universidade. “O trote na UFMG � proibido e a realiza��o � pass�vel de puni��o conforme regimento da universidade. Hoje fomos surpreendidos por este fato, que surgiu nas redes sociais. A diretoria j� vai iniciar os processos de apura��o dos fatos e a estipular a puni��o para os envolvidos”, disse.
Todos os anos, a UFMG realiza eventos para receber os alunos novatos durante uma semana. “Realizamos um evento em parceria com o Diret�rio Central dos Estudantes (DCE) com shows e palestras explicando a universidade. Ent�o, nada explica os trotes. Eles s�o proibidos e os alunos sabem disso”, explica a vice-reitora.