Ser� apresentada hoje a primeira parte da restaura��o dos jardins do paisagista Burle Marx (1909-1994) na orla da Lagoa da Pampulha, com a entrega das obras da Casa do Baile e do Museu de Arte da Pampulha (MAP). O trabalho, que visa a trazer de volta o tra�ado e as esp�cies tal como o paisagista planejou na d�cada de 1940, faz parte dos esfor�os para elevar o conjunto a Patrim�nio Cultural da Humanidade, t�tulo almejado h� 17 anos. Ontem, jardineiros trabalhavam pesado para terminar o servi�o, e apesar do an�ncio da entrega, quem frequenta a regi�o v� ainda pontos que precisam melhorar.
A revitaliza��o teve in�cio em mar�o e tem como base o projeto paisag�stico original e imagens da �poca da implanta��o. Ao longo dos anos, foram sendo introduzidas esp�cies que descaracterizaram os canteiros desenhados em curvas, que emolduram e acompanham a arquitetura de Oscar Niemeyer (1907-2012). At� dezembro, a previs�o � de concluir a recupera��o dos jardins da Igreja de S�o Francisco de Assis, da Casa Kubitschek e da Pra�a Dalva Sim�o, num investimento total de R$ 4 milh�es.
O projeto de restaura��o reintroduziu esp�cies da flora original - v�rias delas foram produzidas pela Funda��o Zoo-Bot�nica de Belo Horizonte. Tamb�m retirou �rvores que fugiam do projeto original e atrapalhavam a vis�o dos pr�dios tombados. No Museu de Arte da Pampulha, os funcion�rios est�o empenhados em terminar de plantar mudas nos canteiros, que voltaram a ganhar tra�ado org�nico. Em torno deles, os tocos de �rvores que foram arrancadas permanecem na paisagem, ainda como uma interroga��o sobre seu futuro.
REFORMA Apesar de autorizada pelo patrim�nio municipal, estadual e federal, a retirada das �rvores foi alvo de protesto do Fica F�cus, movimento em defesa do verde na capital. Na �poca, a Funda��o Municipal de Cultura informou que para cada �rvore cortada seriam plantadas 300. A paisagem mais �rida causou estranheza � vendedora Caroline Nunes, de 25. "Pode ser que depois fique melhor, mas tenho a impress�o de que antes tinha mais verde", comenta.
Neste cen�rio do namoro, os rec�m-casados Rafael e Ludiene Soares, de 23 e 21 anos, concordam que a restaura��o era necess�ria. "A vegeta��o era bastante alta e o lago em frente ao museu bastante polu�do", conta Rafael. O comerciante Marcos Aur�lio da Silva, de 42, trabalha h� 11 anos em frente � Casa do Baile e aprovou a reforma. A fachada do pr�dio hist�rico est� agora mais aparente e de l� tamb�m se tem uma vis�o mais clara do museu, do outro lado do espelho d’�gua. "Antes a gente n�o tinha a vis�o da casa. Espero que, com a restaura��o, exposi��es de arte voltem a ocorrer no espa�o", diz.
ENQUANTO ISSO...
...CORETO AINDA INTERDITADO
Interditado desde 2011 e com restaura��o finalizada, o coreto da Pra�a da Liberdade ainda n�o tem data para ser reinaugurado, de acordo com o Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha). Marcada para 23 de junho, a abertura foi adiada por causa dos manifesta��es em Belo Horizonte. H� mais de 20 anos sem reforma, o coreto teve a restaura��o inicial restrita ao forro e � cobertura. S� mais tarde, o trabalho ganhou corpo e incluiu repaginada total do monumento. Foram recuperados o piso, guarda-corpo, elementos art�sticos, pintura, jardins. O monumento foi impermeabilizado.