Com o acr�scimo de quase 11,9 anos na esperan�a geral de vida ao nascer, Minas Gerais superou a m�dia do pa�s, que passou de 62,5 para 73,8 anos, acr�scimo de 11,2 anos. A pesquisa tamb�m revelou que os mineiros que conseguem romper a barreira dos 60 anos passam a ter esperan�a de mais 22 anos de vida, chegando, em m�dia, aos 82 anos. Na d�cada de 1980, essa expectativa n�o ia al�m de 76,9 anos. Nesse quesito, Minas ficou em terceiro lugar no ranking de maiores expectativas entre os sexagen�rios.
O aposentado Dante Romano Peixoto, de 85 anos, s� toma um rem�dio para press�o e tamb�m tem seus segredos. “Quando estou desocupado, repito mentalmente: ‘Estou mental e fisicamente mais forte’”, diz, tranquilo na Pra�a da Liberdade, onde “bate ponto” quase todos os dias. Dante tamb�m n�o vacila na alimenta��o. “Sou eu quem fa�o minha comida: pouco a��car, pouca gordura e pouco sal”, ensina ele, que tem 10 filhos, oito netos e dois bisnetos.
Apesar de exemplos como o de Dante, o panorama revelado pelo IBGE n�o � t�o favor�vel aos homens. Nos �ltimos 30 anos, o Brasil viu disparar a sobremortalidade masculina, �ndice que reflete a propor��o de mortes de homens em rela��o �s de mulheres. Minas Gerais registrou aumento de 116,7% no �ndice, superior ao nacional, com a taxa passando de 1,81 para 3,92. Significa que, a cada mulher morta, quase quatro homens perdem a vida no estado. O �ndice brasileiro passou de 2,04, em 1980, para 4,39 tr�s d�cadas depois, salto de 115,6%.

O especialista cita como agravantes as altas taxas de desemprego e subemprego dos 16 aos 30 anos, al�m do funil da educa��o no ensino m�dio, dificultando a qualifica��o profissional. “Os jovens est�o no centro de um drama social marcado pela viol�ncia”, relata. Robson chama aten��o tamb�m para as mortes em acidentes de tr�nsito. “Com o aumento da frota, as v�timas e mortos tamb�m cresceram”, completa.
Sexo fr�gil
Para al�m da viol�ncia e criminalidade, a geriatra Karla Giacomin, do N�cleo de Estudos de Sa�de P�blica e Envelhecimento da Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz), explica que, desde pequenos, os homens s�o mais vulner�veis, o que explica o fato de eles terem taxa de mortalidade infantil superior a elas. “Apesar de as mulheres serem consideradas o sexo fr�gil, desde o nascimento o homem tem uma fragilidade maior, que o acompanha ao longo de toda a vida”, afirma Karla.
A sobremortalidade masculina se refor�a ainda pelos estilos de vida diferentes adotados por homens e mulheres. “Os homens se expunham mais aos perigos e a mulher normalmente ficava em casa. Com o tempo, elas tamb�m foram assumindo comportamentos de risco, entrando no mercado de trabalho, passando a beber e fumar. Certamente, isso tende a se refletir nas estat�sticas futuras.”
Crian�as
Os dados do IBGE revelam melhoria nas taxas de mortalidade infantil em todo o Brasil. No Sudeste, destaque para Minas Gerais, que alcan�ou a maior queda, de 50,4%. Enquanto em 1980, de 1 mil crian�as mineiras 71 morriam antes de completar 1 ano, tr�s d�cadas depois esse n�mero passou para 14,7. As taxas s�o menores em rela��o � m�dia brasileira, que no mesmo per�odo passou de 69,1 para 16,7, queda de 75,8%. Seguindo tend�ncia nacional, a mortalidade infantil � mais comum em Minas entre os meninos. A taxa masculina � de 15,6; a feminina � de 13,6. Apesar dos avan�os dos �ndices, a esperan�a de vida ao nascer no Brasil ainda est� distante de pa�ses como Jap�o (83,09), China (82,83) e at� mesmo o sul-americano Chile (79,2). “A redu��o da mortalidade infantil levou a uma melhora expressiva nos �ndices de esperan�a de vida ao nascer, mas h� espa�o para mais ganhos”, afirma a analista do IBGE Luciene Longo.