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Estado de Minas

BH teve mais perdas que ganhos com protestos populares

Dois meses ap�s onda de protestos durante a Copa das Confedera��es, donos e funcion�rios de duas dezenas de lojas destru�das lutam para se recuperar dos preju�zos e nem um �nico acusado de vandalismo permanece preso


postado em 17/08/2013 06:00 / atualizado em 17/08/2013 07:00

Na concessionária Ford da Avenida Antônio Carlos, trabalhos prosseguem para pôr a casa em ordem(foto: Beto Magalhães/Em/D.a Press )
Na concession�ria Ford da Avenida Ant�nio Carlos, trabalhos prosseguem para p�r a casa em ordem (foto: Beto Magalh�es/Em/D.a Press )

 

Dois meses depois do in�cio das manifesta��es que espalharam medo e destrui��o pelas regi�es da Pampulha, Centro e Savassi, em Belo Horizonte, as cicatrizes do vandalismo ainda est�o presentes na Avenida Ant�nio Carlos, onde a situa��o est� longe de voltar � normalidade. Muitas lojas ainda exibem vidros quebrados; outras permanecem destru�das e sem previs�o de reabrir. Segundo a C�mara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH), 17 dos 36 empres�rios da Ant�nio Carlos, a maioria donos de concession�rias de ve�culos, sofreram danos, sendo que 38,89% dos estabelecimentos foram atingidos mais de uma vez e 11% tiveram preju�zos acima de R$ 1 milh�o. No �mbito das investiga��es policiais, 30 inqu�ritos relativos � destrui��o de 20 lojas da Avenida Ant�nio Carlos e do Centro ainda est�o pendentes e a Pol�cia Civil tenta localizar testemunhas da morte de dois manifestantes, que ca�ram de um viaduto. Mas puni��o efetiva aos acusados ainda parece longe de ocorrer.

Em loja da Nissan, vidros da fachada foram repostos, mas logotipo semidestruído lembra o prejuízo(foto: Beto Magalhães/Em/D.a Press )
Em loja da Nissan, vidros da fachada foram repostos, mas logotipo semidestru�do lembra o preju�zo (foto: Beto Magalh�es/Em/D.a Press )
Segundo a corpora��o, 183 suspeitos foram identificados, em 52 procedimentos que investigaram a participa��o de adultos e adolescentes nos atos de vandalismo, mas ningu�m permanece preso. Alguns acusados foram detidos na ocasi�o e liberados para responder ao inqu�rito em liberdade. Vinte dos envolvidos est�o indiciados por crimes como dano ao patrim�nio, les�o corporal, corrup��o de menores, roubo e picha��o, al�m de 33 menores que devem cumprir medidas previstas no Estatuto da Crian�a e do Adolescente. Alguns dos suspeitos j� foram denunciados � Justi�a pelo Minist�rio P�blico e t�m audi�ncia marcada para o pr�ximo m�s. A Pol�cia Civil encaminhou ainda documentos ao Juizado Especial Criminal, pedindo o indiciamento de outros 59 adultos por delitos que v�o de roubo a forma��o de quadrilha.

Enquanto as investiga��es ainda n�o resultaram em puni��o efetiva para v�ndalos e criminosos, empres�rios e funcion�rios das lojas atacadas lutam para se reerguer. De acordo com o presidente do Sindicato dos Concession�rios e Distribuidores de Ve�culos (Sincodiv-MG), Mauro Pinto de Moraes Filho, algumas lojas dificilmente ser�o reabertas. “Tivemos dois tipos de preju�zo: as instala��es foram destru�das e a imagem das empresas tamb�m ficou prejudicada. Muitos clientes se afastaram. Hoje, os empres�rios trabalham com muita dificuldade e de forma prec�ria”, disse. Funcion�rios desses estabelecimentos tamb�m sofreram consequ�ncias, j� que muitos foram demitidos e outros, for�ados a entrar em f�rias coletivas. “Muitos funcion�rios ganham comiss�o e, se n�o tem neg�cio, n�o tem sal�rio. Recebem apenas o m�nimo garantido pelo sindicato”, informa o presidente do Sincodiv-MG.

Em autorizada da Hyundai, destruição foi tão grande que restaram apenas as estruturas metálicas(foto: Beto Magalhães/Em/D.a Press )
Em autorizada da Hyundai, destrui��o foi t�o grande que restaram apenas as estruturas met�licas (foto: Beto Magalh�es/Em/D.a Press )
Somente agora a Concession�ria Forlan, na Ant�nio Carlos, 3.860, est� retirando os tapumes que substitu�ram os vidros quebrados da fachada. Na Nissan, as marcas da quebradeira ainda est�o no logotipo. “Todos os vidros da frente foram quebrados e precisamos proteger a estrutura com placas de a�o. A loja funcionou assim mesmo at� o m�s passado, mas o movimento de clientes caiu muito”, reclamou uma funcion�ria. Na Peugeot, a parte superior da fachada ainda est� aberta, sem substitui��o dos vidros. A porta de entrada continua improvisada com um tapume. “O seguro est� fazendo o or�amento dos reparos ainda”, contou um funcion�rio, reclamando de outros preju�zos n�o cobertos pela seguradora e da queda nas vendas.

Na Minas Motos, os reparos foram imediatos, pois o movimento de clientes � grande e a loja pretende se recuperar, o mais r�pido poss�vel, das perdas que o seguro n�o cobre, explica a gerente Magna Morais. “Destru�ram toda a frente da loja, queimaram quatro motos e avariaram outras quatro. Levaram 120 capacetes e arrancaram quatro portas de madeira”, conta ela, que reclama da demora da Pol�cia Militar para agir. “Deixavam os v�ndalos livres para fazer o que eles bem queriam. Os empres�rios pagam impostos tamb�m para ter seguran�a.”

Guerra

Também alvo da fúria de vândalos, radares já foram recolocados, mas ainda não voltaram a operar(foto: Beto Magalhães/Em/D.a Press )
Tamb�m alvo da f�ria de v�ndalos, radares j� foram recolocados, mas ainda n�o voltaram a operar (foto: Beto Magalh�es/Em/D.a Press )
Na Ant�nio Carlos com Avenida Ant�nio Abrah�o Caram, onde houve barreira da pol�cia para impedir o acesso de mais de 60 mil manifestantes ao Mineir�o – onde eram disputados jogos da Copa das Confedera��es –, o cen�rio ainda lembra a guerra de dois meses atr�s. As lojas da Kia e da Hyundai est�o totalmente destru�das. Desta �ltima restou apenas a estrutura de ferro que sustenta o telhado. “A loja n�o funciona mais e ainda estamos em processo de come�ar a reconstru��o, o que deve ocorrer somente daqui a dois meses”, lembra o chefe da seguran�a da Hyundai, Nelson Menezes, que permanece com sua equipe no local. “Estamos preocupados com o 7 de Setembro e com a Copa do Mundo do ano que vem”, acrescentou.

O projeto de reforma, segundo Nelson, prev� prote��o refor�ada para a loja. “Na hora do confronto, a pol�cia se preocupou mais com a seguran�a das pessoas e o patrim�nio privado ficou em segundo lugar”, disse Nelson, que enfrentou tr�s protestos. “Destru�ram tudo em quest�o de minutos. S� no primeiro tumulto, que foi em um s�bado, acabaram com 20 ve�culos”, conta. Ele acrescenta que os funcion�rios foram transferidos e que houve perda de clientes de mais de cinco anos.
A BHTrans informou que cinco radares destru�dos na Ant�nio Carlos foram substitu�dos, mas os equipamentos ainda n�o t�m data para voltar a funcionar.

 

 

PM defende cautela

Para o comandante de Policiamento Especializado da PM, coronel Ant�nio Carvalho, o tipo de manifesta��o que ocorreu em junho foi uma novidade n�o s� para Minas, mas para todo o pa�s. “No meio das pessoas que protestavam de forma ordeira surgiram grupos que tinham a pretens�o de n�o reivindicar coisa alguma. Queriam apenas que houvesse por parte das for�as policiais uma rea��o”, disse o coronel. Segundo ele, houve uma evolu��o da comunidade, que passou a enxergar e a identificar os v�ndalos, o que facilitou a a��o policial. “A pol�cia acabou aprendendo com esse contexto”, disse Carvalho.

O oficial da PM argumenta que, em situa��o de confronto, a maior preocupa��o � preservar a integridade f�sica de todas as pessoas. “O bem maior que existe na sociedade � a vida”, disse. Por isso, segundo ele, a pol�cia n�o agiu de imediato durante as quebradeiras. Ele conta que filmagens e fotografias mostram que manifestantes pac�ficos transitavam pela avenida, vulner�veis a qualquer interven��o com uso de for�a.

Apesar da postura adotada em junho, o coronel disse que a PM tem trabalhando com a comunidade para que o patrim�nio p�blico e privado seja preservado. “S�o empresas que geram empregos e uma situa��o como essa afeta a vida de outras pessoas, que n�o t�m onde trabalhar. Mas temos tratado dessa quest�o com a comiss�o criada com o Minist�rio P�blico, Defensoria P�blica, Ordem dos Advogados do Brasil e Poder Legislativo, que representam a sociedade como um todo”, disse o oficial.


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