Um assassinato que aconteceu em 2002, em Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, finalmente deve ser julgado. O bailarino Igor Leonardo Lacerda Xavier, que tinha na �poca 29 anos, foi morto a tiros em uma casa da cidade. O motivo do crime seria homofobia. O autor dos disparos confessou que cometeu o homic�dio porque a v�tima assediou o seu filho. O julgamento, que j� foi adiado tr�s vezes, est� marcado para a ter�a-feira da pr�xima semana, �s 8h30, no F�rum Lafayete.
De acordo com as investiga��es, Igor se encontrou com o zootecnista Ricardo Athayde Vasconcelos em um bar, na noite do crime. Ap�s uma conversa, os dois sa�ram do local e foram para a casa do fazendeiro. Ricardo contou, em depoimento, que foi ao banheiro e, quando voltou, flagrou o bailarino abra�ado com do seu filho, Diego Rodrigues Athayde. Neste momento, o zootecnista sacou uma pistola 380 e um rev�lver calibre 38 e atirou contra a v�tima.
Desde a �poca do crime o julgamento j� foi adiado tr�s vezes. O processo corria na comarca de Montes Claros, mas acabou sendo transferido para Belo Horizonte. A m�e de Igor, a aposentada Marlene Gomes Lacerda Xavier, de 66 anos, afirma que a mudan�a atrasou ainda mais o andamento do processo. “Na �poca da transfer�ncia, fui at� o f�rum e me disseram que o processo seria transferido para Belo Horizonte por minha causa. Pois faz�amos manifesta��es na cidade sobre o caso e o juiz afirmou que o clamor iria influenciar a decis�o dos jurados. Eu perdi meu filho e acho que n�o tenho que ficar calada por causa disso. Eu s� fiz o meu papel”, desabafa.
A aposentada acredita que o julgamento pode ser adiado novamente pela defesa dos r�us. “Vamos aguardar para ver se vai acontecer. N�o sabemos o que o outro lado est� trabalhando. Sabemos que podem entrar com mais um recurso que vai atrasar ainda mais o andamento do processo”, disse.
Ap�s a morte do filho, a aposentada criou uma associa��o, chamada de Igor Vive, para divulgar o caso e fazer trabalhos sociais na comunidade carente de Montes Claros. “Isso nos d� um certo conforto e alivia mais a tens�o”, conta. Segundo a aposentada, os autores do crime chegaram ser presos, mas est�o em liberdade.
Julgamento como exemplo
A m�e da v�tima espera que os r�us sejam condenados e que a punica��o sirva de exemplo para outros casos. “Meu filho n�o vai voltar, mas queremos deixar isso como exemplo. Aconteceu o crime, sendo homof�bico ou n�o tem que ter puni��o. A Justi�a tem que tirar a venda dos olhos”, afirma.
O Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG) afirmou que n�o tem como saber se � o primeiro caso julgamento por homofobia j� que o ato ainda n�o foi criminalizado.