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Estado de Minas

J�ri 11 anos depois de crime com suposta motiva��o homof�bica acontece em BH

Zootecnista e o filho devem ser julgados hoje na capital pela morte do bailarino Igor Xavier, em Montes Claros. Entidades consideram que crime foi motivado por homofobia


postado em 27/08/2013 06:00 / atualizado em 27/08/2013 06:42

Ricardo Athayde confessou o homicídio: dançarino Igor Xavier foi morto a tiros no apartamento do acusado, em Montes Claros, quando tinha 29 anos(foto: Christiano Lorenzato/Sucursal Norte/EM - 6/2/02)
Ricardo Athayde confessou o homic�dio: dan�arino Igor Xavier foi morto a tiros no apartamento do acusado, em Montes Claros, quando tinha 29 anos (foto: Christiano Lorenzato/Sucursal Norte/EM - 6/2/02)
O julgamento do zootecnista Ricardo Athayde Vasconcellos e do filho dele, Diego Rodrigues Athayde, acusados do assassinato do bailarino Igor Leonardo Xavier, h� 11 anos, est� marcado para hoje ap�s ser adiado por tr�s vezes. Igor foi morto a tiros aos 29 anos, em Montes Claros, no Norte de Minas, no dia 1º de mar�o de 2002. A sess�o de hoje � aguardada com expectativa por parte de entidades de defesa das minorias, que consideram que o crime tenha sido motivado por homofobia. “Pela primeira vez, acusados de homofobia v�o a j�ri popular. Esse caso ser� emblem�tico e vai servir de exemplo para o Brasil e para o mundo para que venha acabar com a impunidade dos homof�bicos”, disse o presidente da Associa��o Brasileira de L�sbicas, Gays, Travestis e Transexuais (ABGLT), Carlos Magno Fonseca.

O bailarino foi assassinado no apartamento do zootecnista, depois que os dois se encontraram em um bar, no Centro de Montes Claros. Ricardo Athayde confessou que cometeu o homic�dio porque a v�tima teria assediado seu filho. O advogado que defende Ricardo e Diego, Maur�cio Campos J�nior, sustenta que n�o houve homofobia. “O fato nem de longe constitui crime homof�bico. Ali�s, o pr�prio juiz respons�vel pelo processo em Montes Claros afirmou que nem mesmo a acusa��o versava sobre homofobia. Lamentavelmente, a fam�lia da v�tima vem mobilizando entidades de defesa da diversidade sexual, transformando esse julgamento em uma bandeira”, disse o advogado.

Maur�cio negou ainda que Ricardo Vasconcellos tenha dito que assassinou Igor por ter rejei��o a homossexuais, argumento que teria despertado a aten��o das entidades de defesa das minorias em rela��o ao crime. “Isso foi uma mentira que inventaram. O r�u agiu porque a v�tima bolinou os �rg�os do filho dele”, disse Campos J�nior, que preferiu n�o adiantar a os argumentos de defesa que vai usar durante o j�ri. Por outro lado, ele disse que o zootecnista espera que os jurados “compreendam” que “ficou atordoado por causa do ass�dio ao filho”.

Manifesta��es

O in�cio do julgamento est� marcado para 8h30. O poeta Aroldo Pereira, presidente da Associa��o Igor Vive, criada em Montes Claros ap�s o assassinato do bailarino, afirmou que cerca de 30 pessoas, entre parentes da v�tima e integrantes da entidade, acompanhar�o o julgamento. Ele disse ainda que est�o previstas manifesta��es e interven��es art�sticas em frente ao f�rum pedindo a condena��o dos r�us e o fim da impunidade dos autores de crimes contra os homossexuais. “A nossa expectativa enquanto amigos e familiares de Igor e integrantes da associa��o � que o julgamento ocorra de forma plena, sem nenhuma manobra da defesa dos assassinos e que o j�ri venha dar seu veredicto, promovendo a justi�a. Afinal, � o primeiro j�ri popular de um crime assumidamente homof�bico da hist�ria do Brasil”, afirma Pereira.

“Estamos com muita esperan�a de que se fa�a justi�a e que os assassinos sejam culpados e paguem pelo crime. S�o 11 anos e seis meses de luta da fam�lia e do movimento LGTB”, disse o presidente da ABGLT. Ontem, ele esteve reunido com a aposentada Marlene Xavier, m�e de Igor, que viajou para Belo Horizonte para acompanhar o j�ri no F�rum Lafayette.

Marlene disse que espera que a justi�a seja feita e o julgamento dos respons�veis pela morte do seu filho tenha “um desfecho satisfat�rio”. Mas reclamou da demora para que os r�us fossem julgados, atribuindo os adiamentos do j�ri a manobras da defesa. “Por causa dos adiamentos anteriores, a gente s� ter� tranquilidade mesmo depois do resultado do julgamento. Surpresas podem ocorrer. Mas estou confiante em Deus”, disse a aposentada. “Nunca promovemos qualquer manobra. Fizemos simplesmente a pr�pria defesa dos r�us”, argumenta o advogado Maur�cio Campos J�nior.


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