Enquanto as inova��es para a pr�xima esta��o chuvosa na capital se concentram na vigil�ncia de temporais, moradores que se acostumaram a lidar com as inunda��es se veem obrigados a mudar de endere�o. Foi o que fez o comerciante A�rton Jo�o de Carvalho, de 36 anos, 20 deles tendo preju�zos na Rua Joaquim Murtinho com Avenida Prudente de Morais, no Bairro Cidade Jardim, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte – um dos endere�os que ser�o monitorados pelos fiscais do munic�pio. Ele fechou seu restaurante em abril e se mudou para a Rua Marqu�s de Maric�, no mesmo bairro.
O trauma de ter presenciado um casal de 86 anos morrer afogado dentro de um carro, em mar�o de 2009, em frente ao seu estabelecimento, tamb�m pesou na decis�o. “N�o consigo esquecer a cena da mulher sendo colocada em cima da mesa do meu restaurante e as pessoas tentando reanim�-la”, contou. O casal estava no carro dirigido pela filha, que sobreviveu. Os tr�s foram surpreendidos pela �gua da chuva, que subiu v�rios metros em quest�o de segundos. O homem morreu na hora e a mulher, no hospital.
A�rton afirma que toda vez que come�ava a chover ele ficava na rua, tentando desviar os carros, com medo de outra trag�dia, trabalho que agora ser� feito pelos fiscais. “Se n�o tiver ningu�m para desviar os carros, mais gente pode morrer” disse. Mas, para ele, somente uma grande obra pode acabar de vez com o problema.
Por�m, o t�rmino das obras de preven��o de enchentes na Avenida Prudente de Morais est� previsto apenas para daqui a dois anos, no segundo semestre de 2015, ap�s dois adiamentos. De acordo com a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, durante as sondagens foram descobertas rochas com tamanho acima do esperado e, com isso, a prefeitura precisou redimensionar toda a obra, cujo custo pulou de R$ 33 milh�es para R$ 50 milh�es, recursos do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC).
Outro ponto que enfrentar� nova esta��o sem grandes interven��es � a avenida Cristiano Machado, onde des�gua o Ribeir�o Pampulha. O curso constuma transbordar atr�s da loja de pneus onde trabalha a auxiliar de escrit�rio Gleice Ferreira, de 29. “A for�a da �gua leva tudo que acha pela frente, carros, m�veis, muito lixo. Tenho muito medo. A �gua desce da Lagoa da Pampulha destruindo tudo”, disse Gleice. O ponto � outro que ser� monitorado pelos fiscais.