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Estado de Minas O RISCO NAS CURVAS DE CADA RIO

Minas tem mais de 230 pontos de risco de enchentes em rios

Atlas de Inunda��es mapeia mais de 1,5 mil �reas sujeitas a enchentes nas bacias que cortam o estado, indicando 236 pontos cr�ticos que v�o nortear pol�ticas de preven��o


postado em 03/10/2013 06:00 / atualizado em 03/10/2013 07:04

Rio das Velhas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, tem um trecho de 29 quilômêtros considerado mais vulnerável, mas outros 114 sujeitos a alagamento ao longo de seu percurso (foto: Angelo Pettinati/EM/D.A PRESS)
Rio das Velhas, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, tem um trecho de 29 quil�m�tros considerado mais vulner�vel, mas outros 114 sujeitos a alagamento ao longo de seu percurso (foto: Angelo Pettinati/EM/D.A PRESS)


 

Basta o tempo fechar para que Maria Jos� da Silva, de 72 anos, se lembre do que viveu em 1997, quando uma enchente destruiu tudo dentro de sua casa �s margens do Rio das Velhas, em Santo Ant�nio de Ro�a Grande, comunidade que pertence a Sabar�, na Grande BH. A dona de casa vive h� 40 anos em um dos 236 trechos mapeados como cr�ticos pelo Atlas de Inunda��es, lan�ado ontem pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad), durante semin�rio sobre acidentes e riscos ambientais. O documento lista mais de 1,5 mil pontos inund�veis em 36 bacias hidrogr�ficas mineiras, a maioria nas regi�es Central, Sul e Zona da Mata, e surge com o objetivo de nortear pol�ticas p�blicas para evitar trag�dias, no in�cio da esta��o que ontem j� fez os primeiros estragos na regi�o metropolitana da capital.

No Atlas de Inunda��es, o campe�o de pontos considerados cr�ticos � o Rio Paraopeba, que, com seus afluentes, concentra 51 trechos com alto risco de  inunda��es. O conjunto faz parte da bacia hidrogr�fica federal do Rio S�o Francisco, que apresenta 597 pontos inund�veis, ou 40% de todo o total levantado pelo atlas. A combina��o das vari�veis vulnerabilidade, impacto e frequ�ncia das cheias permitiu aos t�cnicos chegar a 236 trechos cr�ticos, que s�o considerados altamente vulner�veis e com alto impacto quando ocorre uma inunda��o.

Na segunda coloca��o aparece o conjunto formado pelo Rio Piranga e seus afluentes, totalizando 44 segmentos cr�ticos. O Piranga faz parte da bacia hidrogr�fica federal do Rio Doce, que tamb�m aparece em segundo lugar no levantamento completo do atlas, com 304 pontos inund�veis. No caso do Velhas e de seus tribut�rios, apenas um ponto cr�tico foi indicado, o que corresponde a um trecho de 29 quil�metros em Sabar� e inclui o Ribeir�o Arrudas, mas h� 114 trechos considerados inund�veis.
Segundo o secret�rio de estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel, Adriano Magalh�es, o documento foi feito para que sejam identificadas as causas de vulnerabilidade de cada ponto, para orientar o trabalho de preven��o. “Sabemos que a ocupa��o irregular do solo e o assoreamento dos cursos d’�gua s�o exemplos de situa��es que aumentam as inunda��es. Precisamos evitar a ocupa��o de �reas de risco levantadas pelo documento e � importante que a Defesa Civil fa�a o acompanhamento dos locais com base nessas informa��es”, diz o secret�rio.

Tarefa dos munic�pios

De acordo com a diretora de Preven��o e Emerg�ncia Ambiental da Semad, Zenilde Viola, as informa��es contidas no Atlas foram tiradas dos planos de emerg�ncia pluviom�tricos emitidos ano a ano pela Defesa Civil estadual. Entre os per�odos chuvosos de 2007/2008 e 2011/2012, houve registro de 127 mortos em consequ�ncia dos temporais em todo o estado, e 32 mil pessoas ficaram desabrigadas. “Cada munic�pio tem que fazer seu papel, considerando a informa��o sobre os pontos de inunda��o”, diz a diretora.

Durante o semin�rio, uma das palestras apresentadas foi do especialista em recursos h�dricos da Ag�ncia Nacional de �guas (ANA) Othon Fialho. Ele mostrou que na bacia federal do Rio Para�ba do Sul, curso d’�gua que divide Minas e Rio de Janeiro, est�o em andamento negocia��es entre a ANA e o comit� gestor da bacia, para intervir nos pontos cr�ticos. “Estamos discutindo um protocolo a ser criado em caso de evento cr�tico e tamb�m j� indicamos a possibilidade de constru��o de cinco barragens em tribut�rios do Para�ba do Sul que ficam em Minas Gerais”, diz ele.

O especialista afirmou que duas barragens poderiam ser constru�das no Rio Carangola, uma no Xopot�, uma no Muria� e outra no Rio Preto. “Os demais comit�s precisam seguir o mesmo caminho e fomentar as discuss�es para avan�armos na solu��o de pontos que causam inunda��o no estado. O atlas � uma ferramenta importante nesse sentido”, avaliou.

Mais detectores de tempestades

Come�am a funcionar no estado em dezembro mais dois radares meteorol�gicos iguais ao que j� opera em Mateus Leme, na Regi�o Metropolitana de BH, emitindo alertas de tempestades. Os  novos equipamentos inicialmente v�o operar em fase de testes e ser�o posicionados em Almenara, no Vale do Jequitinhonha, e em S�o Francisco, no Norte de Minas. Cada um custa R$ 10 milh�es, entre recursos para compra, montagem e opera��o, garantidos pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, ligado ao Minist�rio da Ci�ncia, Tecnologia e Inova��o. Segundo o secret�rio de estado de Meio Ambiente, Adriano Magalh�es, a posi��o dos aparelhos foi escolhida de forma a abranger a maior �rea poss�vel do estado.

“Os novos dispositivos ser�o respons�veis pela cobertura do Norte, dos vales do Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce, al�m de parte do Noroeste de Minas”, diz o secret�rio. A previs�o � de que eles estejam funcionando normalmente nas chuvas de 2014/2015. Ainda est� prevista a instala��o de aparelhos no Tri�ngulo Mineiro e no Rio de Janeiro, que completariam 100% de cobertura em Minas.

Atualmente, o estado conta apenas com o radar instalado na Grande BH. O aparelho est� posicionado a 1.270 metros de altitude e faz uma varredura de 250 quil�metros, podendo chegar a at� 350 quil�metros, por�m, com perda de qualidade . Por meio da emiss�o e recep��o de ondas, o equipamento consegue identificar a forma��o de chuvas, tempestades e granizo. Dessa forma, alertas s�o emitidos aos munic�pios para que poss�veis trag�dias possam ser evitadas.


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