
O inqu�rito que culminou na decis�o da corregedoria em pedir a demiss�o de Geraldo Toledo foi instaurado em 2011 para apurar fraudes praticadas quando ele era delegado titular da circunscri��o do Detran em Betim. Ele foi preso naquele ano, em S�o Joaquim de Bicas, acusado de recepta��o, forma��o de quadrilha e falsidade ideol�gica. Todavia, desde 2002 ele j� respondia a processo por suspeita de irregularidade no licenciamento de ve�culos. A comiss�o confirmou, somente agora, que ele providenciou o registro e licenciamento de duas motocicletas com motores e chassis de proced�ncia irregulares. Um dos ve�culos tinha chassi com registro de roubo em outro estado.
Quando Amanda foi baleada, em 14 de abril deste ano, Geraldo Toledo j� respondia a nove sindic�ncias, dez inqu�ritos e dois processos administrativos na Corregedoria. Ele j� havia sido, inclusive, indiciado por les�o corporal contra a adolescente com quem mantinha um relacionamento amoroso. Natural de Pouso Alegre, o delegado atuou, al�m do Detran, na Delegacia de Prote��o � Crian�a e ao Adolescente e, at� ser preso pela crime contra Amanda, estava na Delegacia de Atendimento � Pessoa Deficiente e ao Idoso. Ele continuou na ativa, mesmo investigado pela pr�tica de crimes diversos, porque a Lei Org�nica da Pol�cia Civil garante a ele o direito de trabalhar e receber os vencimentos enquanto n�o for conclu�do qualquer processo judicial em tramita��o e na Corregedoria da institui��o.
De acordo com a assessoria do Governo de Minas, n�o h� prazo para o governador deliberar sobre a recomenda��o da Corregedoria. Geraldo Toledo segue preso na Casa de Cust�dia do Policial Civil.
Preso para preservar a ordem p�blica
Geraldo teve a pris�o tempor�ria decretada em 15 de abril, um dia ap�s Amanda ser baleada na cabe�a na estrada que liga Ouro Preto a Lavras Novas. Em 15 de maio o mandado foi renovado por mais 30 dias e em 10 de junho a Justi�a determinou sua pris�o preventiva, por tempo indeterminado. Em agosto ele teve negado pedido de habeas corpus pela 2ª C�mara Criminal do Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG).
Conforme o TJMG, ao decretar a pris�o preventiva, a ju�za L�cia de F�tima Magalh�es Albuquerque considerou que haviam ind�cios de que o delegado vinha amea�ando familiares da adolescente e testemunhas do caso, al�m de ter ocultado e eliminado provas do crime como forma de dificultar as investiga��es. A convers�o da pris�o tempor�ria em preventiva ocorreu ap�s Amanda morrer. Ela lutou para se manter viva durante 51 dias, mas n�o resistiu ao ferimento e faleceu no Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XXIII, onde ficou internada.
Geraldo foi denunciado pelo Minist�rio P�blico por homic�dio qualificado – motivo torpe e dissimula��o -, e por fraude processual. Al�m dele, tr�s amigos, a advogada e uma ex-namorada foram denunciados por fraude processual, sendo as duas �ltimas por falso testemunho. O delegado nega que houve crime e diz que a adolescente tentou se matar.
Assassinato de Amanda

Pela vers�o do Toedo, Amanda Linhares tentou se matar. O delegado buscou a jovem em Conselheiro Lafaiete e depois seguiram para Ouro Preto. Depois de uma liga��o � Pol�cia Militar avisando que o casal foi visto brigando na estrada, veio a informa��o de que Amanda havia sido deixada em unidade de pronto atendimento (UPA) da cidade com um tiro na cabe�a. Funcion�rios da unidade de sa�de informaram aos militares que o homem que a deixou no local disse que ela tentou o suic�dio.
O carro do policial, um Peugeot preto, foi apreendido e periciado. Apesar da afirma��o de que a adolescente tentou se matar, exames residuogr�ficos nas m�os dela n�o acharam vest�gios de p�lvora. Amanda foi transferida para o Hospital Jo�o XIII, onde morreu em 3 de junho, ap�s 51 dias internada.